Sumário Executivo

Constitui objectivo geral da pesquisa averiguar quais os Conceitos e Praticas Predominantes, Áreas de Intervenção Privilegiadas e Principais Impactos dos programas de Responsabilidade Social Empresarial implementados no âmbito da Industria Extractiva em Moçambique.
A Política de Responsabilidade Social Empresarial (PRSE), não é mandatário e permite que outras regras internacionais seja usadas e as multinacionais conciliam com a PRSE, e actuam na filantropia, investimento social, conservação ambiental, serviços básicos, formação superior, capacitação, formação técnico profissional e vocacional e assistência técnica a PMEs.
A PRSE deve ser complementada por outros instrumentos de regulação e o guião de implementação ainda está em preparação. Paralelamente, está em preparação a lei de conteúdo local e a PRSE sendo esta uma dimensão típica de conteúdo local. A sustentabilidade e as expectativas dos beneficiárias, são resolvidas através de continua consulta e participação.
As multinacionais tem maior pujança (pessoal e recursos) contrário não acontece com os parceiros locais, o que põe em causa a sustentabilidade a todos os níveis e sectores. Mesmo assim, a sustentabilidade é garantida pela intervenção do governo e dos beneficiários.
No ano de 2015, as OSCs tem uma oportunidade para acompanhar e influenciar não só o surgimento de futuros instrumentos legais que irão guiar a PRSE e a lei de conteúdo local.
A RSE e o capital humano, operacionaliza o conteúdo local. Porém, as PMEs ocupam um lugar de destaque e se propõe por sua vez, critérios de avaliação periódica e regulação de RSE.
As OSCs que se interessarem em participar nos processos de seguimento de PRSE Conteúdo Local ou Participação Nacional devem faze-lo apaixonadamente e visionária e procurar que o sector da industria tenha uma forte liderança, responsável, transparente e obedecendo boa governação. E que o sector siga uma caminho mais desafiador de industrialização para o desenvolvimento.

Introdução e contexto

Objectivos
Constitui objectivo geral da pesquisa averiguar quais os Conceitos e Praticas Predominantes, Áreas de Intervenção Privilegiadas e Principais Impactos dos programas de Responsabilidade Social Empresarial implementados no âmbito da Industria Extractiva em Moçambique.

(ii) Objectivos Específicos;

Em particular, a pesquisa deve produzir conhecimento consistente sobre os seguintes assuntos:
a) O que diz a Politica da Responsabilidade Social Empresarial moçambicana, vis-à-vis instrumentos internacionais de referência sobre a matéria?

b) Que tipo de intervenções consideradas de Responsabilidade Social têm sido privilegiadas pelas empresas que implementam projectos extractivos em Moçambique?

c) Que processos de consulta são seguidas pelas empresas até decidirem implementar uma determinada actividade no âmbito da sua responsabilidade social?

d) Qual a proximidade ou distância entre este tipo de intervenções e aquelas preconizadas pela Politica de Responsabilidade Social Empresarial em vigor em Moçambique?

e) Que medidas são tipicamente tomadas para garantir a sustentabilidade destas iniciativas de responsabilidade social empresarial?

f) Qual é, de um modo geral, a apreciação que o governo faz da maioria das iniciativas empresariais de responsabilidade social (sua relevância socioeconómica, sua localização, sua sustentabilidade, etc).

(iii) Metodologia;

O pesquisa foi realizado em três momentos seguidos e distintos que são: levantamento, revisão e preparação; entrevistas; e compilação do relatório e validação. Os três momentos serão ainda apoiados por observação do sector da industria extractiva. A Pesquisa se beneficiou da realização da Cimeira de Gás que ocorreu em Maputo de 3 a 5 de Dezembro.
Foi feito um levantamento de referências
Analise da literatura e das referências levantadas
Revisão dos termos de referência (aprofundamento dos objectivos específicos) e da metodologia.

(iv) Resultados Esperados

Um relatório da pesquisa em Português (entre 15 a 20 páginas), com um sumário executivo, cujas conclusões e recomendações deverão ser discutidas com o SEKELEKANI ao longo do calendário de implementação da pesquisa.

O relatório deverá incorporar os anexos de todas as constatações ou evidencias consideradas relevantes no apuramento da realidade actual, ilustrativa da qualidade, oportunidade, utilidade pública e sustentabilidade da lista de iniciativas de responsabilidade social empresarial que tiver coberto durante a pesquisa.

O relatório deve formular de forma estruturada e consistente as principais constatações da pesquisa, conclusões e recomendações, incluindo:

Breve descrição do processo de pesquisa: (i) Introdução e contexto; (ii) Objectivos Gerais; (iii) Objectivos Específicos; (iv) Metodologia; (v) Resultados Esperados; (vi) Diferentes Secções ou partes; (vii) Conclusões e Recomendações.

1. Contextualização: panorama económico

Moçambique manteve em 2013 uma taxa média de crescimento que vinha registando nos anos anteriores acima de 7% , apesar de um ambiente económico global desfavorável, a economia de Moçambique regista um impressionante crescimento do PIB. Os principais determinantes desse desempenho notável incluem factores nacionais e internacionais, tais como políticas macroeconómicas sólidas, uma redução significativa da taxa de inflação, reformas estruturais, uma abertura para a economia global, e estabilidade política, bem como o rápido crescimento das exportações estimulado por um grande volume de Investimento Directo Estrangeiro (IDE), melhoria dos termos comerciais e um enorme fluxo de ajuda externa.

É grande, a preocupação que o diferentes intervenientes de desenvolvimento várias vezes levantam, e se a riqueza mineral recém-descoberta não for gerida de forma adequada e sucumbir à chamada doença holandesa . Sendo que devido aos recursos naturais as receitas podem crescerem e fortalecer o Metical em relação as outras moedas estrangeiras, encarecerem as exportações e assim tornando-os menos competitivos no mercado.

Se Moçambique sofresse desta doença económica, a bênção aparente dos recursos naturais recém-descobertos, seria, para outros sectores da economia, uma maldição. Alguns vêem a proposta de utilizar as receitas de indústrias extractivas para a diversificação das exportações como um antídoto contra a doença holandesa. Investir em sectores alternativos de exportação o que pode ajudar a sustentar o crescimento e diversificar o risco, com vista a maximizar a criação de emprego e redução da pobreza, a fim de que os recursos naturais não renováveis sejam mais uma bênção do que uma maldição.

Porém, apesar das altas taxas de crescimento, Moçambique ainda está entre os países mais pobres do mundo, com um PIB per capita de US$650 em 2012 . Através de uma classificação, está entre os mais pobres dos pobres: Moçambique se classificou a 178ª posição de 187 países em 2013 no Índice de Desenvolvimento Humano do PNUD . Após uma redução significativa na incidência da pobreza alcançada no final de 1990 e início de 2000, a redução da pobreza parece ter desacelerado e mais de metade da população ainda vive abaixo da linha da pobreza nacional. A desigualdade de renda, medida pelo alto coeficiente de Gini é 0,41) continua a ser um problema.

1.1 O crescimento e o emprego

Uma das principais falhas no crescimento económico de Moçambique tem sido a criação de empregos. De acordo com o EDIC 2014 Moçambique tem uma alta taxa de crescimento populacional de 2,8%, o país deve acomodar cerca de 300.000 jovens no mercado de trabalho a cada ano, este numero é impressionante tendo em conta que se as políticas e plano de desenvolvimento, que no geralmente duram 4 a 5 anos devem incluir provisões para acomodar mais de 1 milhão de trabalhadores, se tal não for cuidado a relevância desses planos estará em causa. As altas taxas de crescimento económico que são estimuladas principalmente por projectos de capital intensivo ainda têm de gerar muitos empregos. E ainda o mesmo estudo, revela que a taxa de desemprego é de 27%, e a economia formal representa apenas um terço do emprego total.
A necessidade mais premente de Moçambique para já e para o futuro próximo é de garantir que a criação de novas oportunidades de emprego mantenham o ritmo de crescimento com o tamanho da expansão do mercado de trabalho. Esta é uma meta para a qual o comércio, o investimento e, principalmente, os mega projectos de energia devem contribuir, contudo ainda não atingiram a força e o impulso necessários.

As tendências recentes oferecem um incentivo limitado apenas. Sendo verdade que, por um lado, os mega projectos e outros novos investimentos no país têm criado novas oportunidades de emprego. De acordo com o Centro de Promoção de Investimentos (CPI), mais de 1000 novos projectos de investimento foram aprovados durante os anos 2010-2013, no valor de US $12,5 bilhões (Godinho 2014) no capital estrangeiro com o potencial de criar 110 mil novos empregos.

A falta de mão-de-obra qualificada representa uma séria limitação na capacidade do país para aproveitar ao máximo as oportunidades que são apresentadas pelos novos mega projectos. Isto pode ser visto, por exemplo, pela necessidade de trazer mão-de-obra qualificada e até mesmo semi-qualificada de fora do país, a fim de construir as instalações de Gás Natural Liquefeito (GNL). Esta é uma dura realidade que pode gerar ressentimentos por parte dos jovens moçambicanos que se encontram desempregados. O “efeito” mais positivo sobre esta observação é que há altos índices de demanda por pessoal qualificado em Moçambique e, consequentemente, o retorno sobre o investimento na educação também é elevado. Moçambique corre, portanto, menos risco de sofrer de uma fuga de cérebros do que muitos outros países em desenvolvimento. Na verdade, o inverso também pode acontecer.

1.2 A corrupção

A corrupção é um problema persistente em muitos países em desenvolvimento, impondo uma gama de encargos para as empresas, cidadãos e até mesmo para o estado. Estes incluem o aumento dos custos para as empresas legítimas, diminuição de receitas para o governo, distribuição deficiente e não equitativa dos serviços públicos, uma reputação internacional má para o país, e uma crescente percepção de que o país não está aberto ao comércio e ao investimento.

No entanto, grau de corrupção mostra que Moçambique não está na pior posição, mas que o seu registo não deixa de ser alarmante. Em 2013, Moçambique estava no 119º lugar entre 177 países na lista do Índice de Percepção de Corrupção (IPC) compilado pela Transparência Internacional. A tendência também não é favorável: em 2004, Moçambique estava na concorrência com outros seis países para o 90º lugar na lista do IPC. A corrupção continua a ser um grave problema que ameaça sufocar o investimento estrangeiro e roubar o país de ganhos da produção e expansão dos investimentos (EDIC 2014).
Algum progresso está a ser feito em relação a ética publica, pelo menos em termos formais. A Lei da Probidade Pública (nº 16/2012) aprovada em 2012, juntamente com a Lei de Protecção a Testemunhas (nº 15/2012), coloca as ferramentas necessárias no seu devido lugar. Moçambique também tem atingido plena adesão a Iniciativa de Transparência nas Indústrias Extractivas (EITI), e foi declarado em conformidade com as suas normas.

2. A Responsabilidade Social Empresarial: conceitos e antecedentes

Tem que se dar razão a Thomsen B, que diz que, concorda com Votow “responsabilidade social corporativa significa algo, mas nem sempre a mesma coisa para todo mundo “(em Crane et all, 2008). Tudo indica que ele estava certo, pois passam mais de 5 décadas e a RSE gerou e tem gerado em ampla variedade de discursos. E os entrevistados e a literatura consultada das empresas que actuam em Moçambique mostra esta variedade, reforçam esta tendência, e ainda o alinham com outras abordagens tais como o conteúdo local e a participação nacional.

Historicamente, a Responsabilidade Social Empresarial (RSE) iniciou como sendo meros e pontuais actos de ajuda ou solidariedade, mas com o andar de tempo tomou muitas direcções. Começando como um mero elemento filantrópico, onde uma empresa tipicamente suporta um bom caso com uma doação, tem crescido para se tornar um conceito mais amplo, que também leva em consideração temas como a social, ambiental, ética e de intervenientes.

Porém, a avaliação tradicional de desempenho empresarial começaram a incluir informações de desempenho em factores não financeiros. E sendo assim, maior atenção neste momento inclui-se a boa governação, transparência, impacto ambiental e ética corporativa. E em Moçambique paralelamente a adopção de instrumentos para orientar a RSE está se desenvolver instrumentos para orientar o conteúdo local e participação nacional.

A. A Política de Responsabilidade Social Empresarial (PRSE) para a Industria Extractiva de Recursos Minerais

Moçambique aprovou a PRSE para a Industria Extractiva de Recursos Minerais através da resolução nº21/2014, vis-à-vis instrumentos internacionais de referência sobre a matéria, a política está baseada no principio de alinhamento com as Normas, Convenções e Estratégias Internacionais e Regionais. Esta política defende que a sua interpretação e aplicação não permite o uso de normas, convenções e estratégias regionais e internacionais sobre a matéria.

Sendo assim, o Conceito de Responsabilidade Social Empresarial, para efeitos desta política é adoptado a Norma ISO26000, da Organização Internacional de Normalização, definido como:

“A responsabilidade de uma organização pelos impactos das suas decisões e actividades na sociedade e no meio ambiente, através de um comportamento transparente e ético, que:
– contribua para um desenvolvimento sustentável, incluindo a saúde e o bem-estar da sociedade;
– tenha em consideração as expectativas das partes interessadas;
– esteja em conformidade com a legislação aplicável e seja consistente com as normas internacionais de conduta; e
– esteja integrado com toda a organização e seja praticado nas suas relações.”

A Política de Responsabilidade Social Empresarial da Industria Extractiva se enquadra, por sua vez na Resolução nº89/2013 de 31 de Dezembro, que aprova a Política e a Estratégia dos Recursos Minerais. Este instrumento assegura a implementação de acções de responsabilidade social do sector empresarial envolvido em actividade mineira e petrolífera. E define que estrategicamente deve-se elaborar a política de RSE para industria extractiva; assegurar que os contrato e empreendimentos mineiros e petrolíferos incluam acções de RSE; e assegurem que as acções de RSE sejam devidamente integradas em planos locais de desenvolvimento.

Ao abordar as acções no âmbito de Licenciamento e Contrato, aquela resolução determina que se deve regulamentar sobre os compromissos no âmbito da RSE e sobre o envolvimento das comunidades, com base em directrizes da políticas de responsabilidade social empresarial; definir as modalidades para o enquadramento das acções de responsabilidade social empresarial em planos de desenvolvimento locais; e definir critérios de avaliação periódica da implementação das acções de responsabilidade social empresarial contidas nos contratos e memorandos de entendimento.
E finalmente encorajar as empresas mineiras e petrolíferas, no âmbito da sua responsabilidade social empresarial, a promoverem juntos dos seus trabalhadores e comunidades o uso de técnicas melhoradas de construção de habitações usando matérias localmente disponíveis.

O Conteúdo Local ou Participação Nacional
A Política de Responsabilidade Social da Industria Extractiva está ligada com conteúdo local ou participação nacional – ainda persiste esta dualidade entre o Governo e a ANADARKO que prefere usar a ultima designação. Porém , quando o Governo aprovar a referida lei tudo será esclarecido.

A maximização dos ganhos decorrentes de actividade extractiva através de geração de emprego e de rendimentos, e a estimulação de produção e desenvolvimento tecnológico são as razões que levaram o Governo a mandatar a Direcção Nacional de Estudos e Análise de Políticas do Ministério de Plano e Desenvolvimento para prepara um instrumento legal sobre o conteúdo local.
A proposta do MPD para a elaboração de um instrumento legal sobre o conteúdo local se fundamenta pelo facto de este poder permitir a participação activa de todos os intervenientes da industria extractiva na cadeia de produção e pelo potencial de gerar inúmeros benefícios em toda economia com maior ênfase no desenvolvimento do empresariado.
Desta forma, a necessidade de um papel activo do Governo nos próximos 5 anos para a criação da capacidade nacional, responder a demanda futura e tornar o instrumento de conteúdo local implementável. O que poderá permitir massificar a promoção das Pequenas Médias Empresas e Pequenas Médias e Micro Empresas (PMES/PMMEs).

Países como a Noruega, Brasil, Trinidad e Tobago, Cazaquistão, Indonésia, Malásia, Nigéria, Papua Nova Guiné, Venezuela, Angola, Rússia e Timor-Leste produtores de petróleo e gás adoptaram instrumentos legais sobre o conteúdo local.

O fornecimento de bens através do Conteúdo Local na Tailândia partiu de 0% para 54% até ano 2000, na Índia 50% depois de 3 anos, 70% depois de 5 anos e na China 40% a 90% dependendo do ano e do produto.

Prós e Contra a adopção de um Instrumento Legal sobre o Conteúdo Local

O fortalecimento da demanda direccionada ao Mercado doméstico, a expansão do emprego, a diversificação do sector industrial, o desenvolvimento de sectores intensivos em tecnologia e com elevado potencial de crescimento constituem argumentos a favor.

Enquanto que entre os argumentos contra são: a política limita os sectores beneficiados de se tornar mais competitivos em relação aos fornecedores estrangeiros; a tendência de redução do investimento em pesquisa e desenvolvimento e inovação; e o desincentivo para novos investimentos pelos investidores estrangeiros no país.

Porém os argumentos contra o conteúdo local desfavorecem em grande medida a primeira abordagem de conteúdo local que coloca ênfase no empresariado nacional e força de trabalho nacional.

E a Direcção de Nacional de Estudos e Análise da Políticas do Ministério de Plano e Desenvolvimento (MPD) considera os 2 seguintes conceitos:

O desenvolvimento de habilidades locais através do uso de empresas dos nacionais para a produção e fornecimento de bens e serviços e que construção de uma força de trabalho capacitada é uma base de fornecedores (oferta) competitivos nacionais; e
a perspectiva de incorporação de matérias primas e serviços locais. Quando uma empresa produz bens num país e todas ou parte das matérias-primas usadas forem produzidas no país e não importadas. E neste caso, não importa a origem da empresa mas sim o uso dos factores de produção nacionais.

Sendo assim, a adopção de um instrumento legal de conteúdo local poderá se basear numa combinação dos dois conceitos. E assim, O conteúdo local não só deve tomar em consideração o sector real da economia como também deve dinamizar o sector
financeiro.

Contudo, a adopção da segunda abordagem tem como pré-requisitos fundamentais, seja O fortalecimento do Instituto Nacional de Normalização e Qualidade para certificação, acreditação, definição dos parâmetros de conteúdo local a ser incorporado na produção de bens e serviços. A criação de uma instituição independente para monitoria e fiscalização do cumprimento dos parâmetros estabelecidos de modo a garantir a efectividade do instrumento de conteúdo local.

Como marco legal, a duvida surge, que tipo de instrumento será adoptado: uma política, um lei/decreto ou regulamento?

Os países que desenharam uma política ou estratégia que serviria de guião para as acções mais específicas do conteúdo local e/ou introduziram regulamentos que serviram de marco operacional tanto para o Governo como para as companhias petrolíferas.

A Noruega, Brasil, Trinidad e Tobago, Angola, Gana adoptaram uma política. Enquanto que a Nigéria é um dos poucos países que adoptou um decreto. Sendo assim, o Governo de Moçambique defende que é importante a adopção de um instrumento legal sobre o conteúdo local. Os instrumentos sobre o conteúdo local adoptados nos diferentes países foram, na maioria das vezes, exclusivamente para o sector de recursos minerais, hidrocarbonetos e petróleo.

O instrumento legal que for elaborado sobre o conteúdo local em Moçambique deve ser abrangente, e numa primeira fase com maior enfoque para os sectores de recursos minerais, hidrocarbonetos, petróleo e construção.

Porém, devem ser feitas análises isoladas para os outros sectores da economia. Devido existência de muitas especificidades entre os diferentes sectores de actividade, o que cria uma grande complexidade.

E a definição de metas/parâmetros de uso de matérias-primas locais não devem ser uniformes para os diferentes sectores.

A necessidade reforçar o papel das PMEs/PMMEs na industria extractiva tanto a montante como a jusante é um dos elos de ligação com a Política de Responsabilidade Social da Industria Extractiva, o conteúdo local e a participação nacional. Por outro lado, a responsabilidade social das PMEs/PMMEs deve ser reforçada, não apenas através de filantropia ou investimento social, mas também pelo respeito dos direitos dos trabalhadores, ética, protecção do meio ambiente. Este reforço pode ser feito não só pelas multinacionais e empresas através de medidas compulsivas mas pelas organizações da sociedade civil através de campanhas de consciencialização.

B. Alguns casos de práticas de RSE em Moçambique

Nesta secção se descreve um apanhado do levantamento das práticas de responsabilidade social em Moçambique e para tal foi escolhido 4 companhias diferentes mas que actuam na industria extractiva, o Projecto Ncondezi que possui também capitais do governo, a Vale uma multinacional de grande porte, a Anadarko que é responsável pela exploração de gás natural que poderá ter um grande impacto em Moçambique e a Eni também uma multinacional que actua em toda cadeia de produção petróleo e gás.

3. O Projecto Ncondezi

É um projecto de geração de energia com recurso carvão térmico, estrategicamente localizado na Província de Tete, que é capaz de suportar uma operação de longa vida, mineração a céu aberto e usina.

3.1 Responsabilidade Social Empresarial

Boa cidadania corporativa é parte integrante da forma Ncondezi opera. Responsabilidades ambientais, sociais, de saúde e segurança são uma prioridade para Ncondezi em todos os aspectos do seu negócio.

A política de responsabilidade social corporativa de Ncondezi (“CSR”) foi concebida para promover projectos de desenvolvimento social que facilitam o desenvolvimento sustentável e incidem sobre o envolvimento da comunidade. Ncondezi adere aos Princípios do Equador, os padrões de desempenho da IFC e com exigências legais moçambicanas.

3.2 Avaliações de Impacto Socio Ambiental

O Projecto Ncondezi completou uma Avaliação de Impacto Socio ambiental (“AIAS”) tanto da mina e da usina, que foram compilados para atender tanto a legislação Moçambique e exigências internacionais de melhores práticas.

A avaliação teve dois resultados: um abrangente Quadro da Política de Reassentamento e um plano de reassentamento preliminar focando nas famílias potencialmente afectados de duas comunidades.

3.3 Plano de Desenvolvimento Social

A três anos Plano de Desenvolvimento Social (SDP) está sendo implementado em jeito de parceria público privada (PPP) com o Governo e as comunidades locais que participam activamente. O SDP vai beneficiar as comunidades locais no Projecto Ncondezi, o Distrito de Moatize e outras comunidades. Foi atribuído um orçamento total de US$2 milhões e cerca de US$340.000 foram gastos em projectos sociais em 2012.

Os objectivos da SDP incluem:
Contribuir para o desenvolvimento sustentável em Moçambique em parceria com o Governo de Moçambique nos esforços de desenvolvimento; e
Criar oportunidades de compartilhar o sucesso da Ncondezi com as comunidades locais.
O SDP é composta por 10 iniciativas sociais e é o resultado de uma ampla consulta das partes interessadas.

O Governo tem descrito SDP de Ncondezi como um “… modelo incomparável de PPP que atende as aspirações do governo e do povo de Moçambique, que deve ser imitado por outras empresas …” Manuel Guimarães, administrador do distrito de Moatize , 1 de Novembro de 2012

Os projectos sociais sendo implementadas durante 2013, a um custo de US $ 340.000, incluem:
• Financiamento 4 alunos de pós-graduação para estudar Geologia e Engenharia de Minas, em Coimbra, Portugal
• Reabilitação clínica em Mameme 2
• Ambulância por Ncondezi Ceta
• Apoio Institucional para distrito
• Kit médico para Ncondezi Ceta
• Dois furos de água para Ncondezi Ceta
• Programa Educativo de Água e saneamento
• Campanha Provincial de Alfabetização de Adultos
• Regime de apoio agrícola

4. A Vale Moçambique
A Vale está em Moçambique desde 2004, quando ganhou uma concorrência internacional para a exploração de uma das maiores bacias carboníferas do mundo, situada no Distrito de Moatize, na Província de Tete. Em 2007, a Vale assinou o contrato de concessão, em seguida inaugurou a construção da mina de carvão de Moatize e, um ano depois, em 2011, a produção foi iniciada.

As operações em Moçambique estão concentradas na mina de carvão de Moatize, na operação da Linha Ferroviária de Sena e no Terminal de Carvão Cais 8, bem como nos projectos de expansão de Moatize e do Corredor Nacala. Ao todo, são 17.320 empregados no país, sendo 87% moçambicanos.

A mina de carvão de Moatize possui uma capacidade nominal de 11 milhões de toneladas por ano de carvão metalúrgico e térmico. As operações são realizadas em uma área de concessão de 23.780 hectares, dos quais 16 mil são utilizados. No segundo ano de operação, a mina produziu cerca de 4 milhões de toneladas, das quais 3 milhões foram transportados pela Linha Ferroviária de Sena e exportados pelo Porto da Beira. No terceiro trimestre de 2014, a mina produziu 1,296 milhão de toneladas.
A capacidade de produção da mina será duplicada para 22 milhões de toneladas no fim de 2015, quando será concluído o Projecto de Expansão de Moatize.

4.1 Responsabilidade Social Empresarial

A Vale tem investido em actividades de promoção do desenvolvimento social e económico, com destaque para a formação profissional, a contratação de PMEs locais, investimentos em projectos de geração de renda e em acções de sustentabilidade. Pelo sétimo ano consecutivo, a Vale publica o Relatório de Sustentabilidade para mostrar o compromisso com a transparência e os avanços e desafios nessa agenda e os resultados apresentados no relatório são agrupados em três grandes pilares: Pessoas, Planeta e Criação de Valor.

Em 2013, no global aonde opera (Austrália, Brasil, Canada, China, Oman, Indonésia, Japão, Moçambique, e Nova Caledónia) a Vale aplicou US$1,280 bilhões em sustentabilidade, 21%
em acções sociais e 79%
em projectos ambientais. Cerca de US$6 bilhões é o valor que foi investindo no desenvolvimento e implantação de processos inovadores para o aproveitamento de minérios até então não utilizados devido ao baixo teor de ferro. É a “terceira onda da mineração”, mais eficiente e tecnológica. Das 33 metas estabelecidas no Plano de Acção em Sustentabilidade (PAS), 29 foram alcançadas, um percentual de sucesso de quase 90%. (Vale 2014)

4.2 As comunidades

A Vale tem o compromisso de respeitar e compreender as comunidades próximas a suas operações e projectos, incluindo sua diversidade cultural, e apoiar o seu desenvolvimento sócio económico, deixando para elas um legado positivo.

Em 2013, foi aperfeiçoado a aplicação do Modelo de “Issues and Stakeholders” que orienta o planeamento de investimentos sociais a longo prazo. Já aplicada em dez estados do Brasil, o modelo foi levado também para Moçambique. Foram 122 mil pessoas de povos indígenas e comunidades tradicionais que foram beneficiadas por acções da Vale.

Foi destinado cerca de US$ 3 milhões, em acções de combate à malária desenvolvidas por instituições em Moçambique e no Malawi. Em 2013, a Vale tornou-se signatária do Fundo Global de Luta contra a HIV&SIDA, Tuberculose e Malária, apoiado pela ONU. E 63% é o índice global de contratação local, dois pontos percentuais acima na comparação com 2012.

Cerca de US$415 milhões foram destinados a financiamentos e créditos por meio do Inove, que é um programa de desenvolvimento de fornecedores locais da Vale. Por outro lado, o programa Acreditar, capacita trabalhadores em Moçambique, e cerca de 1,3 mil pessoas foram formadas pela Vale em Moçambique entre 2012 e 2013. A iniciativa permitiu a elevação da qualificação profissional local, já que os formados poderão actuar como agentes multiplicadores e transferir para outras pessoas o conhecimento adquirido. O nível de contratação local da Vale em Moçambique é superior a 80%.

4.3 Saúde e Segurança

Para a Vale, a vida é mais importante do que a produção e, por isso, investe em políticas e procedimentos elaborados para minimizar riscos e proteger vidas. Durante os dias de reflexão, é disseminado internamente o conceito do Cuidado Activo Genuíno, que tem como princípio a interdependência em saúde e segurança e significa cuidar de si próprio, cuidar do outro e permitir que os outros cuidem de terceiros.

4.4 Áreas Protegidas e Biodiversidade

Da concepção até o fechamento de uma mina, a Vale busca a conservação da biodiversidade e o uso sustentável dos serviços ecossistêmicos. Um dos destaques desse trabalho é a manutenção de áreas naturais, que contribuem para o equilíbrio ambiental, para a conservação dos recursos naturais e para a captura e o armazenamento de gases causadores do efeito estufa (GEE). Também utilizam tecnologias que visam à recuperação efectiva das áreas degradadas e a sua transformação para o uso colectivo.

A Vale tem um compromisso de contribuir para a conservação e uso sustentável da biodiversidade e dos serviços ecossistêmicos, promovendo o engajamento com comunidades, governos e actores relevantes nesse desafio. A estratégia em biodiversidade baseia-se na adopção de boas práticas através de Planos de Gestão e contínuos investimentos em inovação e tecnologia.

4.5 Reconhecimentos

Pelo 4º ano consecutivo, a Vale foi listada no Índice de Sustentabilidade Empresarial da Bolsa de Valores de São Paulo (ISE/Bovespa). A Vale obteve a maior pontuação de transparência entre as empresas da América Latina na avaliação do questionário do Carbon Disclosure Project (CDP) integrando pela quarta vez o índice CDLI (Climate Disclosure Leadership Index). A Vale está entre as 20 empresas com melhores práticas ambientais no Brasil, de acordo com o Premio Época Empresa Verde. A Vale recebeu o Selo Verde do Premio sócio ambiental Chico Mendes, concedido pelo Instituto Internacional de Pesquisa e Responsabilidade Sócio ambiental Chico Mendes

5. A Anadarko

A Anadarko, segundo as suas fontes, está empenhada em conduzir os seus negócios da maneira certa. Ao gerenciar e operar os activos em todo o mundo de uma maneira consistente com valores fundamentais de protecção da saúde e segurança, e para cumprir com saúde aplicável, a segurança e as leis ambientais, normas e padrões internacionais.

A Anadarko, busca continuamente formas de melhorar operações nas áreas de saúde, segurança e meio ambiente. Isto foi evidenciado quando Anadarko ganhou Certificação LEED e designação ENERGY STAR da EPA para os esforços de conservação de energia em sua sede e outras instalações.

A cultura da segurança em primeiro lugar é um modo de vida em Anadarko. Sempre que realiza um novo projecto, trabalha para entender as considerações ambientais e culturais locais. Fundamentalmente para a nossa filosofia de funcionamento é o compromisso de adesão com os mais rigorosos padrões: o estado individual ou regulamentos do país, as nossas próprias políticas e princípios, ou normas internacionais do sector.

5.1 Gestão da Água

Anadarko reconhece que a gestão eficaz da água e conservação da água são essenciais para o desenvolvimento de todos os recursos energéticos para o nosso mundo. A disponibilidade de água combinado com diferentes demandas municipais, industriais, agrícolas e outras afecta governos, empresas e indivíduos em muitas partes do mundo. Anadarko respeita água como um recurso natural, e sempre que possível, recicla a água em nossos processos.

5.2 Envolvimento da Comunidade

Anadarko está empenhada em realizar melhor a exploração e produção da empresa, e igualmente empenhado em ser parte integrante das comunidades onde actua, através do envolvimento de voluntários e contribuições para organizações sem fins lucrativos.

6. Impactos de projectos de responsabilidade social e empresarial

Na secção anterior foram descritas actividades de 4 companhias da industria extractiva, porém a sua escolha foi aleatória e nem se pretendeu desvalorizar outras iniciativas de RSE de demais companhias não menos importantes tais como a Eni, Kenmare ou a Companhia de Hidrocarbonetos de Moçambique (CMH)

Aquelas iniciativas tem vários impactos, como é o caso da Vale em Moatize que influenciou a configuração das relações económicas e sociais, tanto no Município de Moatize, com menos de 30 mil habitantes, como na capital da Província, a Cidade de Tete, como 155 870 habitantes. De acordo com o levantamento (Mosca e Selemane 2011) a Vale em Moatize absorvia 3 008 trabalhadores, sendo 2 684 nacionais e 324 estrangeiros. E no geral verificou-se ainda que entre a 2013 foram criados de 4418 a 12 725 trabalhadores (DNM 2009) industria mineira
Enquanto que as actividades de filantropia e de responsabilidade social aumentam em vários lugares aonde ocorrem os investimentos, as instituições públicas são obrigados a acompanha-los e de preferência em todo o ciclo (planificação, implementação, monitoria e avaliação). Contudo, aquelas instituições continuam na mesma, ou seja, com falta de pessoal capacitado e recursos de vária ordem, o não ajustamento da capacidades e a estagnação institucional face às novas exigências e comparativamente as capacidades dos investidores, ficam em situações delicadas e tornam-se parceiros diminuídos das multinacionais. Uma situação similar se verifica até entre as companhias e as universidades nas negociações de programas de educação superior.
O impacto e a sustentabilidade só pode ser garantido pela continua participação de todos tanto as companhias, das autoridades locais e dos beneficiários sejam as comunidades, as escolas e os agentes de saúde, a todos os níveis e esta articulação não se realiza.

7. A Participação Nacional no Projecto de Gás Natural Liquefeito

7.1 Anadarko

Princípios Orientadores para a Participação Nacional Moçambique e Anadarko no projecto de gás liquefeito de Moçambique se baseiam numa Visão Comum que inclui:

• Contribuir para melhorar a Assistência Social honrando compromissos em Moçambique;

• Estabelecimento de rigorosas Avaliações dos impactos, baseados em risco, do ambiente, social e de saúde (ESHIA);

• Alinhamento com boas práticas internacionais (Princípios de Equador e Padrões de desempenho do Internacional Financial Corporations);

• Em trabalhar com a mão de obra nacional e seus negócios para se beneficiar do Projecto GNL;

• No Desenvolvimento de um currículo de Engenharia Petrolífera na UEM; e

• Expansão da reputação de Moçambique como um país atraente para se investir.

Desta forma para o projecto de desenvolvimento de gás, a participação nacional se verifica quando há contratação de mão de obra nacional, formação de força de trabalho, aquisição local de bens e serviços e envolvimento local de negócios

7.1.1 Antecedentes de participação nacional

Em Moçambique os antecedentes de participação nacional com o envolvimento da Anadarko, já tem cerca de 3 anos

Ano 2014

Foi criada a função de Gestor de Participação Nacional e a estratégia de Participação Nacional foi aprovada.
A Anadarko continua a ajudar as empresas nos processos de “due diligence” legais, realiza estudos de financiamento para as PMEs, ajuda no processo de facturação e a AMA1 realiza mais eventos de informação ao fornecedores da Beira, Tete, Nampula, Nacala e Quelimane.
O Documento de Estratégia de Participação Nacional apresentado ao governo, foi aprovado e publicado. Ainda neste ano Planos de Participação Nacional de 3 empreiteiros avaliados e classificados.

Ano 2013

Iniciou o desenvolvimento e formação de PMEs através da criação da base de dados de fornecedores, realização do processo de “due diligence”, e consciencialização de fornecedores em Pemba e Maputo

Foram desenvolvidas instruções para 3 possíveis empreiteiros na formulação dos seus planos de Participação Nacional como parte do concurso comercial do EPC. A Participação Nacional é obrigatória para ser elegível no concursos. E foi feito o esboço do documento de estratégia de Plano Nacional.

Em 2012, foram desenvolvidos os indicadores de Painel mensal para a Participação Nacional

Entre 2011-2012, foi feito o estudo de base de capacidades de PMEs em Moçambique pela Pyxera & LCS.

7.1.2 Estratégia de Participação Nacional da Anadarko

A estratégia de participação nacional da ANADARKO pretende: promover negócios, alinhar-se com as políticas do Governo, cumprir as obrigações legais sobre a participação nacional, formar cidadãos moçambicanos, recrutar e capacitar moçambicanos , e envolver fornecedores locais e comprar localmente, envolver demais interessados, executar e monitorar planos de participação nacional nos contratos principais.

A Estratégia de Participação Nacional do Projecto define os termos abrangentes por meio dos quais o Projecto contribuirá para o desenvolvimento e a consecução de uma base de dados industrial sustentável, em cada uma das diferentes fases do Projecto, com forte destaque para a formação e o desenvolvimento de capacidades, através do desenvolvimento de pequenas e médias empresas (PME).

7.1.3 O Papel da Participação Nacional durante a adjudicação de contrato

A Participação Nacional está incorporada na adjudicação dos três contratos principais do Projecto: Obras Iniciais, Offshore (no mar) e a Empreitada de Engenharia, Aprovisionamento e Construção (EPCC).

Como parte da proposta competitiva, para a adjudicação dos três principais contratos do projecto, os empreiteiros licitantes devem facultar uma projecção dos níveis realizáveis de participação nacional, na execução do contrato, assim como um plano detalhado de participação nacional.

7.1.4 A formação de cidadãos moçambicanos

Neste momento a Anadarko esta a apoiar um programa de mestrado em engenharia de petróleo que é ministrado pela Faculdade de Engenharia da Universidade Eduardo Mondlane.
Para além de formação em prontidão de trabalhar através de Viva bem e trabalhe bem em Afungi – Baía de Palma, enviou seus engenheiros e técnicos para formação na Europa, Reino Unido e Canada.
E ainda apoia do treinamento de PMEs através Pyxera Global para prepara-las para concursos.

E futuramente, irá formar artesãos liderada pelo construtor da fábrica de GNL, estabelecer centros de formação, trabalhar continuamente com os institutos de formação técnico profissional na preparação da força de trabalho para a construção faseada, investir na educação vocacional, secundaria e terciária, e continuar a apoiar o desenvolvimento de fornecedores com o Instituto de Promoção de Pequenas e Médias Empresas (IPEME).
7.1.5 O Recrutamento e capacitação de nacionais

O empreendimento irá precisar de 10 milhões de Homens/hora cumulativas com forte presença em postos altos e qualificados. Para tal será necessário um plano de nacionalização da força de trabalho que deverá orientar o estabelecimento de postos
para crescimento futuro e as expectativas claras de participação nacional com os subcontratadas.

7.1.6 O desenvolvimento de fornecedores locais e a aquisição local

Para desenvolver os fornecedores locais e contratados localmente serão realizados eventos Informativos para fornecedores em Maputo, Pemba, Beira, Tete, Nampula,
Nacala, Quelimane

Neste momento e futuramente esta sendo desenvolvido uma base de dados de Fornecedores e mais de 964 fornecedores foram identificados e registados até este momento, o que poderá suportar a construção do AMA1 e o inicio um processo de certificação de fornecedores

A Formação/aconselhamento irá responder a questões tais como “Como fazer negócios na Industria de Óleo e Gás”, “Due diligence” Legal e orientar na preparação de requerimentos para contratos e facturação
O Micro-financiamento irá estar disponível através de assinatura de Memorando de entendimento (MdE) com IPEME, para ajudar na identificação de provedores de serviços para as PMEs e orienta-las para serem elegíveis a contratos da Anadarko.

7.1.6 A visão de Participação Nacional do Projecto de GNL em Moçambique

A visão do Projecto para a Participação Nacional em Moçambique é de adoptar a perspectiva de investimento de capital a longo prazo e o desenvolvimento
de instalações e infra-estruturas de GNL em terra e indústrias associadas a jusante (downstream) e intermediárias (midstream). Assim como as despesas operacionais cumulativas na produção e processamento de gás, a oportunidade da criação progressiva de uma força de trabalho nacional sustentável e especializada e, uma indústria local e competente de fornecedores em Moçambique.

Adicionalmente, o Projecto, através dos seus empreiteiros, subempreiteiros e fornecedores, direccionará as oportunidades económicas, originadas pelo desenvolvimento da Participação Nacional, tanto quanto possível para os Distritos de Palma e de Mocímboa da Praia e a Província de Cabo Delgado, assim como ao longo de todo o país.

O Projecto está empenhado em aumentar a participação nacional em cada fase de desenvolvimento das instalações de GNL, à extensão máxima possível, sem comprometer os cronogramas de desenvolvimento ou os padrões de qualidade, saúde e segurança.

7.1.7 A Participação Nacional nos Contratos

Possivelmente estaremos perante a maior competição alguma vez vista no
mundo sobre a Participação Nacional de um único contrato de petróleo e gás

As instruções aos concorrentes ao EPC exige previsões múltiplas em 8 categorias de participação nacional, e um plano de participação nacional como parte da submissão do concurso. E trata-se de concursos semelhantes disponíveis para grandes contratos em terra e no alto-mar.

7.2 ENI

A Eni tem como missão:

Somos uma grande e integrada companhia de energia, comprometida com o crescimento através de actividades de descobrir, produzir, transportar, transformar e fazer o marketing de petróleo e gás. As mulheres e homens da Eni tem a paixão em desafios, melhoria contínua, excelência e, particularmente, valorizar as pessoas, o meio ambiente e à integridade.

7.2.1 Princípios Orientadores

A Eni adoptou um sistema de regulação para identificar papéis e responsabilidades para garantir sua funcionalidade e eficiência, de acordo com um quadro de referência que consiste em: requisitos legais, por leis, Código de Ética, Modelo 231, código de Governação Corporativa e COSO Report.

Cada componente desse sistema está integrado no Código de Ética da Companhia, que identifica os valores fundamentais, entre outros, da legitimidade formal e material da conduta dos membros dos órgãos sociais e todos os funcionários, a transparência da contabilidade e da difusão de uma mentalidade dirigido para o exercício do controle.

O Código de Governação Corporativa e soluções Eni, em 2012, o Conselho de Administração concluiu o processo de cumprimento do novo Código de Governo das Sociedades Cotadas.

O Código de Governo das Sociedades, juntamente com o Estatuto Social, regula as funções e relações entre os órgãos de administração da Companhia e controle, além de delinear os princípios gerais de transparência que devem ser respeitadas nas relações com os accionistas e ao mercado, enquanto descrevendo ainda as estruturas principais do sistema de controle e gestão de risco interno.

7.2.2 Gestão Responsável

Ser sustentável para uma empresa de energia, riscos gerenciamento e mitigação dos impactos de suas actividades operacionais, criando valor acrescentado para os seus intervenientes.

O Eni é inspirado por princípios de correcção, transparência, honestidade e integridade (como previsto no Código de Ética da empresa) e adoptou os mais altos padrões e directrizes internacionais na gestão de actividades em todos os contextos em que actuam.

O desenvolvimento do modelo de negócio da Eni tem como objectivo integrar os princípios e objectivos de sustentabilidade nas estratégias empresariais, também, a fim de favorecer o crescimento económico da empresa e o reforço da sua reputação.

A Eni está comprometida com a realização de acções destinadas a promover o respeito pelas pessoas e seus direitos, para o ambiente e, mais em geral, os interesses generalizados das comunidades em que actua através da criação de oportunidades para as pessoas e as empresas locais.
Moçambique, que é um novo operador na indústria, a maximização de conteúdo local é uma das prioridades da estratégia de cooperação com o País. Para cada concurso, uma análise de mercado a nível local é realizada a fim de maximizar o número de empresas moçambicanas adicionadas a lista de fornecedores da Eni, além disso, quando se trata de empresas internacionais quando considerado necessário, a Eni introduziu critérios de avaliação específicos que incluem respeito de um certo percentual de conteúdo local e um plano para o seu desenvolvimento.

7.2.3 Formação e educação

A Eni está a implementar um projecto de formação com uma filosofia de empresa sustentável e educação. O Projecto chama-se «Eni Professors@UEM» e tem como objectivos e actividades o seguinte:

• promover e compartilhar os valores da Eni;
• recrutar e seleccionar pessoal;
• desenvolver o know-how profissional, técnico e de gestão dos funcionários da Eni através de programas de formação; e
• desenvolver e implementar cooperação com o sistema educacional (escolas e universidades)

Neste projecto a Eni recebeu cerca de 2000 candidatos dos quais 150 foram seleccionados. Os seleccionados iniciaram a sua formação de 12 a 18 meses, começando localmente, seguirão para o curso básico na Itália (Petróleo e gás; saúde, segurança e ambiente; e competências sociais) e ainda na Itália serão sujeitos a um programa de formação avançada em reservas, exploração e perfuração
Ao mesmo tempo a Eni está a trabalhar com as faculdades de engenharia no desenvolvimento de um curriculum para os novos estudos em engenharia de gás e geologia de petróleo.

Como forma de criar apetência nesta área a Eni promoveu olimpíadas de ciências nas escolas secundárias, através do projecto Eni Student. Este projecto visa, orientar os jovens a se interessar pelos estudos energéticos e ambientais ainda na escola secundárias.

A Eni embarcou nestas iniciativas, porque acredita que a educação é o núcleo de desenvolvimento e é crucial a participação de nacionais

C. Principais constatações

A Política de Responsabilidade Social Empresarial (PRSE), não é um instrumento mandatório e permite que outros instrumentos internacionais possam ser usados pelos investidores da industria extractiva. Desta forma, a SASOL (Madale) usa simultaneamente a PRSE e o Responsabilidade Corporativa (CR) do Banco Mundial, por sua vez, o Projecto Ncondezi aplica paralelamente as regras nacionais (PRSE) o Equator Principles (EP). Enquanto que o Eni desenvolveu a sua própria estratégia com base no código de Governação Corporativa.

As empresa que actuam na industria extractiva e que desenvolvem iniciativas de responsabilidade social actuam na filantropia, investimento social, conservação ambiental, serviços básicos (educação, saúde, saneamento), formação superior, capacitação, formação técnico profissional e vocacional e assistência técnica a PMEs.

Empresas como a Sasol e a Anadarko estão a desenvolver o conteúdo local ou participação nacional e participam na elaboração da lei. Porém, a Eni globalmente actua no desenvolvimento sustentável, governação, direitos humanos e trabalho; biodiversidade e recursos naturais; mudanças climáticas e energias sustentáveis, desenvolvimento local e inovação. Sendo que muitas destas áreas não são implementadas em Moçambique.

Questões como sustentabilidade das acções e expectativas das organizações e populações beneficiárias, de acordo com a Sasol (Madale) são resolvidas através de continua consulta (através de encontros directos com a população beneficiárias) e adopção de esquemas e o reforço de fora (conselho de pais nas unidades hospitalares e conselhos de comunidades nas unidades sanitárias, observatórios de desenvolvimento) participativas já estabelecidos. que aquela multinacional e outras adoptam através da suas unidades de responsabilidade social empresarial. A participação no ciclo de projectos de responsabilidade social é uma premissa da RSE.

A PRSE da Industria Extractiva foi recentemente aprovada e ainda a sua implementação carece de definição de critérios de avaliação periódica e sobretudo do seu guião. E o uso de outros instrumentos internacionais na implementação da RSE exacerba uma avaliação objectiva da proximidade ou afastamento das intervenções preconizadas pela política. E o facto da política prever que uma avaliação periódica da implementação das acções de RSE cria condições para que as OSC construam campanhas de consciencialização e de educação cívica focado as populações localizadas no local dos investimentos.

Existem teóricos que estudaram a evolução da RSE e desenvolveram as chamadas pirâmides Carrol e Visser (Thomsen B, 2010), tal é importante saber, porém o facto de se estar ainda na infância do desenvolvimento do sector da industria extractiva e ainda haver possibilidade de juntamente com as autoridades desenvolver instrumentos legais não só do RSE mas também do conteúdo local ou participação nacional coloca os intervenientes deste sector num lugar privilegiado para influenciar positivamente o legislador.

D. Conclusões e Recomendações

Com o crescimento da industria extractiva no país, o estabelecimento de multinacionais que aplicam regras de RSE internacionalmente aceites e alinham-se com a PRSE as actividades de filantropia e de responsabilidade social aumentaram em vários lugares aonde ocorrem os investimentos, e as necessidades de acompanhamento pelos locais aumentaram. Enquanto que as multinacionais tem departamentos e pessoal específico desta área o mesmo não acontece com as instituições públicas, só por isso, a sustentabilidade é questionada a todos os níveis, seja com as autoridades locais, OSCs, universidades, etc.
Mesmo assim, as actividades de responsabilidade social são acordadas com os beneficiários e as autoridades, e no caso de serviços básicos para garantir continuidade e sustentabilidade. Na construção de infra-estruturas de educação, de saúde e outros serviços básicos que precisam de ser pessoal para ser contratado pelo governo e manutenção local a consulta e participação é crucial. E a sua sustentabilidade é garantida pela intervenção do governo e dos beneficiários.
A PRSE da Industria Extractiva foi recentemente aprovada em Fevereiro passado de corrente ano pelo Conselho de Ministros (resolução nº21/2014) e ainda carece de definição de critérios de avaliação periódica da sua implementação. A PRSE deve ser seguida de definição critérios de avaliação periódica da implementação das acções de responsabilidade social empresarial contidas nos contratos e memorandos de entendimento conforme preconiza a Política e a Estratégia dos Recursos Minerais. Sendo assim, 2015 se apresenta como uma oportunidade para acompanhar e influenciar a preparação do guião orientador para as acções de RSE da industria extractiva. Por isso, os interessados deveriam procurar participar activamente de várias formas, desde disseminação de informação, pesquisa, lobby e advocacia. Bem como a sua monitoria e avaliação.
No ano de 2015, as Cs tem uma oportunidade para acompanhar e influenciar não só o surgimento de futuros instrumentos legais que irão guiar a PRSE , mas também a lei de conteúdo local..
A RSE e o capital humano, operacionaliza o conteúdo local ou participação nacional. Porém, todos estes instrumentos possuem um denominador comum em evidência, trata-se das PMEs, ao proporem critérios avaliação periódica e regulação esta devem incluir medidas de RSE focadas nestas entidades.
As OSCs que se interessarem por participar nos processos de seguimento de PRSE Conteúdo Local ou Participação Nacional deveriam faze-lo de uma forma apaixonada e visionária e procurar que o sector da industria tenha uma forte liderança, responsável, transparente e boa governação. E que o sector siga uma caminho mais desafiador de incluir Moçambique na rota do aço, alumínio, metanol, fertilizantes, petroquímicos.
Por fim, deve se ter em conta de que a RSE, Conteúdo Local ou Participação Nacional não estão isoladas, são subsectores de uma política de recursos naturais e esta também é guiada por imperativos de desenvolvimento.

Listas de entrevistadas
Abdul Adamo, 823080514, Gestor de Responsabilidade Social Vale, abdul.adamo@vale.com

Alberto J Tsamba, 21478700, aj.tsamba@uem.mz, Director Faculdade de Engenheira UEM

Benjamim Cavel, 823085794, benjamim.cavel@sasol.com, Gestor de Conteúdo Local

Benjamim Chilengue, 823050800, benjanim.chilengue@mirem.gov.mz, Director Nacional, Direcção de Planificação e Desenvolvimento, Ministério dos Recursos Minerais

Benjamim Pequenino, 823158520/843158520, Instituto de Directores de Moçambique

Cassimo Ginaby, Revista G

Carlos dos Santos, 0044 7702 847803, Alto Comissário, csantos@mozambiquehc.co.uk

Danilo Nhantumbo, Academia de Petróleo e Gás, 827270226/844126559

David Taiĺlant, 823034913, Fugro Mozambique d.taiĺlant@fugro.com

Derek Bultitude 0027723776376 Derek.bultitude@honeywell.com

Donald Tulcidas, 824350620, Investment for Global Development (IDG)

Estêvão Rafael Pale, 823038790, epale@cmh.co.mz, Companhia Moçambicana de Hidrocarbonetos, Director Executivo

Eva Pinto, Eva.Pinto@anadarko.com, Gestora de Responsabilidade Social – Anadarko.

Hélio Mahanjane, 823086620, heliomahanjane@lismocambique.com, PCA Lis Moçambique (PME)

Gisela Nhambi, ENI, gisela.nhambi@eni.com

Godinho Alves, 824433410, CPI, Director Adjunto.

Gonçalves Boa, 841847221, Associação dos Camponeses de Jonasse – Beluluane

Inês Zandamela, 829888846, izandamela.62@gmail.com, Ministério dos Recursos Minerais

Iva Sheila Gaŕrido, 843137720ANADARKO, iva.garrido@anadarko.com, External Affairs Coordinator,

Jocelyne Machevo, 824866740, Jocelyne.machevo@eni.com, Eni east Africa spa Mozambique Branch, Engenheira civil

Marina Madale, marina.madale@sasol.com, Responsabilidade Social Empresarial

Mi Sook Park, Nabi Consulting, 846893084

Misério Clemente, Mestrando de Engenharia de Petroleo, 848887282/8601000128, miserioclemente@gmail.com

Nelson Zumbene, zumbenenelson@yahoo.com.br, Ministério dos Recursos Minerais

Pete Jeffreys 00255767129675 OneSubsea

Rui de Vasconcelos, 828616900, GMD-Tete, cruidevasconcelos@yahoo.com.br

Sérgio Fotine, 823055712, Director Comercial PETROMOC

Silvana Virgilia Ferrão Sustainability, 842057438 Environmental Consultancy and Project Management, ferrao-silvana@hotmail.com

Vasco Nhabinde, 84451150, vcnhabinde@gmail.comMinistério de Plano e Desenvolvimento

Yara Gomes, yara.gomes2@sasol.com

Wedisson Rodrigues Masquil, wqmm@yahoo.com.br, Ministério dos Recurso Minerais

Referências

Cavel B. Creating Shared Value to Enable Socio-Economic Development. Comunicação em MOZAMBIQUE GAS SUMMIT. 2014. Maputo.
Código de Governação Corporativa, http://www.eni.com/en_IT/governance/governance-model-policies/eni-corporate-governance-code/eni-corporate-governance-code.shtml
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Estudo de Dignostico da Integração de Comércio (EDIC) 2014. Ministério da Industria e Comércio
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Nhabinde V. Fundamentação para a Elaboração de um Instrumento Legal Sobre o Conteudo Local. Comunicação em MOZAMBIQUE GAS SUMMIT. 2014. Maputo.
Nhantumbo F. Princípios Orientadores para a Participação Nacional. Comunicação em MOZAMBIQUE GAS SUMMIT. 2014. Maputo.
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Thomsen B. (2010), How do foreign companies understand and practice Corporate Social Responsibility in Mozambique?, Master Thesis, University of Agder, Denmark
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Tsamba A & Zita U, (2013), Capacitação Institucional na Formação de Geocientistas e Engenheiros da Universidade Eduardo Mondlane, UEM-Faculdade de Engenharia, Maputo
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Valy A. Local Content Development Strategy. Comunicação em MOZAMBIQUE GAS SUMMIT. 2014. Maputo.
Williams E. Local Content: Lets have an Honest Conversation. Comunicação em MOZAMBIQUE GAS SUMMIT. 2014. Maputo.
Zimba C. O processo de Promoção e inclusão das PME´s Moçambicanas nas oportunidades do Sector de Gás. Comunicação em MOZAMBIQUE GAS SUMMIT. 2014. Maputo.

1. Introdução

1.1 Panorama Económico

Moçambique alcançou um crescimento impressionante numa média de 7,2% na última década. A continuidade do alto investimento pelo fluxo do Investimento Directo Estrangeiro (IDE), principalmente na indústria extractiva, com forte crescimento agrícola e os investimentos em infra-estrutura pode ter impulsionado o crescimento de 7,5 e 7,9% em 2012 e 2013. O desafio económico estrutural de médio prazo para Moçambique é a ampliação da base fiscal. Tendo em conta o previsto decréscimo da ajuda ao orçamento era de 51,4% a 31,6% entre 2010 e 2012.

FONTE: IMF
Moçambique tem um índice de crescimento 2,8% que é considerado alto e cada ano estima-se que 300 000 jovens são procuram o mercado de emprego. O actual crescimento do índice económico tem sido sustentados por projectos de capitais intensivos, particularmente da industria extractiva.
Tabela – PIB por sector
Descrição 2006 2010
Agricultura, florestas, pesca & caça 27.9 30.9
Mineração 1.4 1.5
Manufactura 16 13.2
Electricidade, gás e água 5.8 4.7
Construção 3.2 3.1
Comércio, hotéis e restaurantes 15.5 17.9
Transporte, logística e comunicações 10 10.1
Finanças, real estate e serviços de negócios 8.9 7
Administração Publica, educação e saúde. 4 4
Outros serviços 7.3 7.6
Produção Doméstica Bruta a preços básicos / custo factor 100 100

Fonte: Economic Outlook dados estimados
A forte expansão económica tem promovido o investimento em infra-estruturas, desenvolvidas em torno dos três principais corredores logísticos (Maputo, Beira e Nacala) que servem as exportações de carvão, e de ligação com os países do hinterland.
2. Os Transportes em Moçambique

Moçambique tem 2.700 quilómetros de costa, a terceira maior extensão de litoral na África representando um potencial para desenvolver a indústria de transportes a nível nacional, regional e internacional. A posição geográfica de Moçambique ao longo do Oceano Índico e a existência de portos naturais, confere ao pais uma grande vantagem comparativa no que diz respeito ao acesso aos mercados, ao mesmo tempo que confere grande responsabilidade na criação de condições de acessibilidade ao mar dos países do interior.

Tabela – Índice de crescimento de Transportes e Comunicações

Designação Índice
BL 2011 PL 2012 BL 2012
Caminhos de Ferro 24,9 81,2 94,5
Estradas 10,6 11,4 8,9
Pipelines 136,6 7,1 28,2
Marítimo -15.5 28,7 3,5
Aéreo 9,6 8,1 6,0
Serviços de Transportes 30,5 31,1 25,8
Comunicações 18,4 15,4 14,9
Total 14,8 16,9 14,2

Os transportes contribuíram com cerca de 10% do PIB em 2009, o que lhe conferiu a terceira posição nos sectores de economia que directamente galvanizam o crescimento económico. Em 2012, os transportes registaram um crescimento de 14,2% em ferrovias e estradas, incluindo os seus serviços. Contudo, se considerarmos que essa contribuição resulta fortemente da prestação de serviços aos países do hinterland, se deduz que o sector de transportes desempenha ainda um papel incipiente no desenvolvimento dos sectores líderes da economia. De facto, a percepção prevalecente é a de que a exiguidade de infra-estruturas e serviços de transporte limita o desenvolvimento económico do País.

O sistema de transportes constitui um factor determinante para a coesão social e territorial, e para conferir uma maior competitividade. Para que o sistema desempenhe o seu papel de se dar atenção especial à melhoria das infra-estruturas ao nível nacional, tendo em conta as necessidades de equidade e solidariedade de todos os cidadãos na garantia da sua mobilidade e dos seus bens.

O uso eficiente de uma sistema de transportes pressupõe a existência de uma rede de subsistemas de transportes rodoviários, ferroviários, aéreos e marítimos que funcionem de uma forma interligada. E ainda, as ligações entre os subsistemas que constituem nós logísticos operacionais e eficientes quer para a carga, quer para passageiros. O que poderá racionalizar os custos, aumentar a acessibilidade e amplia as opções dos cidadãos e dos investidores em geral.

Moçambique tem três importantes corredores de transporte cada uma consistindo de ferrovias integradas e instalações portuárias que servem de trânsito do tráfego, principalmente regional. A expansão da capacidade portuária de Maputo de 100 a 700 milhões de toneladas por ano está em andamento, bem como a reabilitação dos terminais de contentores do Porto de Nacala. Na transformação da base aérea de Nacala em aeroporto investiu-se US120 milhões projecto de 66% financiado por um empréstimo do Brasil, está prevista para ser concluída em 2013. O projecto do Aeroporto Vilanculos avaliado em USD300 milhões foi concluído em 2011. O renovação de outros aeroportos estão programadas (Pemba e Tete) totalizando US420 milhões de investimento.

O sector dos transporte em Moçambique é constituído por um sistema de 4 modos de transporte que compreendem o aéreo (aeroportos), o ferroviário (linhas férreas), o marítimo (portos), o rodoviário (estradas).

Cada uma das subáreas tem seu inserção institucional, o Instituto Nacional da Aviação Civil – INAC, Instituto Nacional de Transportes Terrestres – INATER, o Instituto Nacional de Hidrologia (INAHINA). O sector dos transportes, está sob a alçada do Ministério dos Transportes e Comunicações (MTC).

3. A Estratégia e reestruturação dos transportes

A localização geográfica de Moçambique faz com que seja uma rota de trânsito ideal para o comércio internacional dos países sem litoral, Zâmbia, Zimbabwé, Swazilândia e Malawi, bem como a região noroeste da República da África do Sul. Em 2009 Moçambique aprovou a sua Estratégia Integrada dos Transportes, que a ser implementado, o crescimento económico e o desenvolvimento do País poderá acontecer de uma forma equilibrado. Com a integração do transporte marítimo e portos; o transporte ferroviário; o transporte hidroviário; o transporte aéreo; o transporte rodoviário.

3.1 Os Transportes Marítimos e Portos

O transporte marítimo, sobretudo as travessias pelo pais é garantido pela Transmaritima e recentemente no caso de Maputo Catembe opera também uma pequena empresa privada (Mapapato). Enquanto que a ligação entre Malawi e Moçambique ao longo do Lago Niassa é feito pela Emocil e a Malawi Shiping Company. A Transmaritima que apesar de ter uma limitada frota de barcos e não cobre todas as travessias nacionais tem um destaque considerável. E sob ponto de vista de trabalhadores ligados ao transporte o seu universo é limitado, porém os trabalhadores são permanentes.

O transporte marítimo tem a grande vantagem de não exigir infra estruturas de rede, por isso é preferido, no que concerne ao transporte de carga para longas distancia sobretudo nos trajectos internacionais. Porém por inerência, complementaridade e competitividade, o transporte marítimo é por excelência a opção de primazia para Moçambique.

Os portos são vitais para a competitividade de produção na área de sua influência, tendo um peso enorme no cômputo dos custos globais nas transacções comerciais. A experiência dos últimos anos de transformação do modo de gestão dos Portos e Caminhos de Ferro, mostra que as privatizações falharam redondamente quanto a eficiência e competitividade.

Há cerca de 3 anos atrás foi aberto uma rota de transporte marítimo fluvial entre os municípios de Maputo e Matola e para a sua execução foi disponibilizado uma barco que subia e descia a baía de Maputo. De acordo com o então titular do MTC pretendia-se uma alternativa aos transporte semi-colectivo, mas resultou num autentico fracasso. Muitas razões podem ser apontadas para tal, a morosidade do barco, o seu alto preço, a fraca afluência dos passageiros, etc.

Apesar de se verificar investimentos em certos portos, a situação de eficiência e eficácia de transporte e logística não melhorou muito nos últimos 5 anos até hoje. E o impacto perante os trabalhadores também é estacionário, mesmo depois da liberalização dos transportes.

3.2 Os Transportes Ferroviário

O transporte ferroviário é considerado o mais adequado para cargas a granel e para grandes distancias. A maior capacidade de carga e a facilidade de transportar qualquer tipo de carga confere ao transporte ferroviário a possibilidade de redução significativa de custos por unidade de peso.

O transporte ferroviário em Moçambique conheceu pouca evolução se considerarmos a sua importância estratégica. Com efeito, as linhas férreas existentes foram concebidas quase que exclusivamente para promover o escoamento dos produtos de origem internacional de e para os países vizinhos de Moçambique.

Entre 2011 e 2012, o transporte carga ferroviário aumentou 94,5% devido transporte do carvão, bem como o transporte de mercadorias de países interior que tinha influenciado o crescimento em 126,9%. Embora o transporte de passageiros tenha registado um aumento de 11%.

O crescimento do sector foi influenciado pela industria extractiva que opera com as suas próprias locomotivas alugando a linha a CFM. Apesar dos dados da SINPOEC indicarem que os trabalhadores ferroviário estão a aumentarem o numero de trabalhadores ligados ao transporte poderia ser significativo.

Mesmo assim, os trabalhadores ferroviários vinculados aos CFM são permanentes, porém porque as multinacionais que exploram a extracção de carvão lhes são concedidas as linhas férreas aonde operam as suas locomotivas, mesmo estas não tendo tal vocação e como subcontratam este serviço e esta por sua praticam o “outsourcing” de mão de obra.

3.3 Os Transportes Hidroviários

Moçambique possui uma rede hidroviária considerável e praticamente sub-utilizada para transporte, que a ser utilizada, mesmo que seja para pequenas cargas (sobretudo as de origem agrícola familiar) aumentará expressivamente a competitividade dos produtos transportados.

Para que o transporte hidroviário tenha expressão na economia nacional, deve ser integrado nos outros sistemas modais e permitir que os transportes de pequenas quantidades de produtos de origem e destino rural possam usar este meio para os grandes nós logísticos, que funcionado em escala serão integrados nos transportes de maiores volumes de carga.

O sucesso do uso de via marítima e hidrográfica para transporte de carga e de passageiros depende muito da existência de uma industria naval. Esta, tal como o transporte de cabotagem tem vindo a decrescer nos últimos anos por várias razões. Importa tomar medidas estratégicas de reversão dessa tendência e criar mecanismos que possam estabelecer, operar, expandir e consolidar a indústria naval nacional.

3.4 Os Transportes Aéreos

O transporte aéreo da companhia nacional LAM que apesar de ter uma pequena frota de aviões é a única que liga 9 das capitais provinciais do pais. E sob ponto de vista de trabalhadores ligados ao transporte o seu universo é limitado, porém são trabalhadores permanentes. As outras companhias não são nacionais e ligam maioritariamente a capital do pais, sendo que ocasionalmente ensaio voos para mais uma ou mais capitais provinciais.
Muitos serviços ligados aos transporte aéreo foram são terciarizados logo depois da entrada do país no multipartidarismo. Sendo assim, existem várias empresas que prestam serviços associados aos transportes aéreos, desde o aluguer de veículos, agencias de viagens, companhias aéreas, bancos, fornecimento de combustíveis, restaurantes, comércio, segurança, porém 3 serviços mereceram alguma descrição, ou seja gestão aeroportuária e manuseamento de carga.

A Aeroportos de Moçambique, E.P., também conhecida por sua sigla ADM EP, é uma empresa pública moçambicana responsável pela gestão dos aeroportos e aeródromos do país. A ADM gere o equipamento de controle de trafico aéreo nos aeroportos de Moçambique e facilita a navegação aérea no espaço nacional.

Agentes de Handling (Manuseamento de Carga) da LAM, à semelhança da prática internacional, a LAM estabeleceu acordos de Handling de Passageiros e Carga nos destinos em que opera. Assim, em Moçambique, o Handling de carga é realizado in-House com excepção dos Aeroportos de Maputo e Beira, onde o mesmo é realizado pela empresa MAHS (Mozambique Airport Handling Services).

A estratégia de desenvolvimento da Aviação Civil deve suportar o crescimento económico nacional através da melhoria do seu alinhamento com outras estratégias sectoriais, com prioridade dado ao mercado de turismo e o retirando obstáculos ao crescimento do sector dos transportes aéreos através de mecanismos regulares, negociação de acordos com entidades de relevância a nível nacional, regional e internacional.

Não obstante, o processo de liberalização do transporte aéreo em Moçambique apresenta-se com os desafios que ultrapassa a mera decisão politica ou administrativa de declarar o espaço aberto, pois a liberalização não será efectiva se não se verificar em simultâneo as condições de garantia de supervisão de segurança, conforto e capacidade adequada aos padrões aceitáveis para o fluxo de passageiros.

3.5 Os Transportes Rodoviários

A estratégia do sector dos transportes se debruça sobre a questão da mobilidade e acessibilidade com o aumento da oferta dos serviços ligado ao aumento paralelo de assistência técnica, conforto e segurança. Contudo, a aquisição e disponibilização de mais meios de transporte é uma condição necessária, mas não suficiente. É preciso que haja um suporte que garanta a manutenção e renovação da frota e a qualificação

Os transportes rodoviários que ocorrem em Moçambique, se subdividem em urbano, inter-urbano, inter provincial e internacional. A dominância do sistema de transportes rodoviário, induz distorções que se repercutam sobre o desenvolvimento económico e muitas vezes contribuem para a perpetuação dos desequilíbrios regionais.

Contrariamente aos outros modais de transporte, o parque automóvel do Pais tem estado a crescer exponencialmente em resposta ao crescimento económico do Pais.
Até Outubro de 2007 existiam 12 010 viaturas licenciadas, dos quais 9 120 transporte de passageiros, 8 126 Transporte urbano, 994 transporte inter provincial e 2 709 transporte de carga.

Os trabalhadores dos semi-colectivos e cobradores são na sua maioria informais, não te carteira profissional, não tem nenhum tipo de assistência e nem contribuem na acção social, desta forma os semi-colectivos violam a lei de trabalho em condescendência com as autoridades.

4. Os Operadores dos Transportes formais e concessões

4.1 Os operadores ferroviários e os portos

Os transportes ferroviários são realizado pelas empresas publicas de caminhos de ferro e respectivas concessões. Os caminhos de ferro se dividem em 3 empresas ferro-portuárias uma no sul (CFM-Sul, CFM-Centro e CFM-Norte) que se desdobram por concessões nas terminais e nas linhas ferroviárias, sendo assim, as autoridades ferro-portuária de Moçambique administram e operam o sistema de transporte. E no caso dos CFM até a criação da INATTER (Decreto nº32/2011) assumiam a regulação do sector na ausência de uma direcção dentro do MTC. Contudo, para além das locomotivas dos CFM rodam nas linhas férreas de Moçambique, locomotivas da Swazi Railways, Spoornet e as da multinacional VALE e os termos que estas locomotivas obedecem é tratado em privado entre as partes.

O sistema do Corredor de Maputo operada pela CFM-Sul compreende o principal Porto de Maputo, controla o Porto de Matola e três ligações ferroviárias de ligação do porto com a África do Sul, Suazilândia e Zimbabué. O Corredor da Beira tem duas ligações ferroviárias de ligação do porto com o Zimbabwe e Malawi e um gasoduto para Zimbabwe. O sistema do Corredor de Nacala operada pela CFM-Norte compreende o Porto de Nacala e a ligação ferroviária ao Malawi.

A intervenção privada na gestão de activos portuários e ferroviários é realizada através de arrendamento. Assim, desde Outubro de 1998, a Cornelder de Moçambique SARL, é responsável pela gestão da carga geral e terminal de contentores no Porto da Beira. O Porto de Maputo, é gerido pelo MPDC (Maputo Port Development Company), desde Abril de 2003, a concessão permite MPDC assumir o controle legal e operacional do Porto de Maputo. O sistema norte (do Porto de Nacala e ferrovias norte) está sob gestão da SDCN (Corredor de Desenvolvimento de Nacala).

4.2 O Porto de Maputo

O porto de Maputo é gerido pela Maputo MPDC, desde Abril de 2003, é uma concessão de um período de 25 anos e, recentemente, foi adicionado 15 anos para permitir investimentos adicionais no âmbito do desenvolvimento estratégico do porto. O Porto de Maputo tem os seguintes terminais:

• Doca Geral Embarque – Gerido pela Maputo Produce Terminal
• Terminal de Embarque – Gestão por TCM (Terminal de cabotagem de Maputo)
• Terminal de Contentores – Gerido pela DP World Maputo
• Sugar Terminal – Gerido pela STAM (Sociedade Terminais de Açúcar de Moçambique)
• Terminal de Combustíveis – Gerido por Caminhos de Ferro de Moçambique
• Terminal de Melaço – Gestão de Maputo Storage Company Lda (MLSC)
• Terminal de Veículos – Gerido pela Terminais Grindroad
• Terminal de Carvão da Matola – Gerido pela TCM (Terminal de Carvão da Matola)
• Terminal de Granel da Matola – Operado pelo STEMA (Silos e Terminal de Granel da Matola)

4. 3 O Porto da Beira

O Porto da Beira, com 12 docas e o acesso é feito por canal Macuti.
A Terminal de contentores operado pela Cornelder BV e tem uma doca de expedição geral. O Porto da Beira tem as seguintes terminais:

• Terminal de Contentores
• Terminal de Combustíveis e Terminal de Armazém Frio
• Terminal Carvão da Beira (CBT) – A CBT beneficiou-se de obras de remodelação entre 2010/11, deverá estar totalmente operacional em 2015.

As obras incluíram a dragagem de emergência que custou cerca de USD 43 milhões, o que tornou possível para o porto receber navios com Tonelagem de Porte Bruto (DWT) e duplicou a sua capacidade para 60.000.

A reconstrução da linha férrea de Sena irá torná-lo possível, aumentar o volume anual de carga processada no porto de Beira, até 20 milhões de toneladas por ano, principalmente pela exportação de carvão de Moatize.
As multinacionais de mineração VALE Moçambique e Riversdale Mining, mais tarde adquirida pelo grupo Rio Tinto, em 2010, assinaram um memorando de entendimento com o CFM, a fim de reparar temporariamente a terminal no Porto da Beira para exportar o carvão de Moatize.

As duas empresas foram concedidas o processamento de carvão e capacidade de exportar de 5 milhões de toneladas por ano, e Vale Moçambique ocupava a maior parte da capacidade do terminal 68% e Riversdale Mining os restantes 32%.

4.4 O Porto de Quelimane

Dirigido pelo Cornelder de Quelimane é uma “joint venture” com a CFM. O porto de Quelimane, que constitui um dos mais importantes portos do Canal de Moçambique, localiza-se, na metade da linha de costa moçambicana, o que permite atividades portuárias de transportes e serviços não apenas nacionais, como também internacionais, essencialmente, com os países vizinhos Malawi, Zâmbia e Zimbabwe. Para além do porto de Quelimane, a província da Zambézia possuiu ainda mais três portos naturais que favorecem o escoamento de produtos, Chinde, Macuse e Pebane.

4. 5 O Porto de Pemba

Localizado na Baía de Pemba, com excelentes condições de abrigo natural. O porto de Pemba recebeu um terminal flutuante para petróleo e gás que foi inaugurado em Março de corrente ano, abrindo espaço para que empresas do ramo que operam na Bacia do Rovuma tenham a oportunidade de manusear produtos com a necessária segurança e qualidade. Constituído por um aterro de acesso, com cerca de cem metros de comprimento e uma plataforma flutuante de acostagem capaz de receber dois navios em simultâneo, o novo cais é propriedade da empresa Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique, devendo ser gerida com base num contrato a ser rubricado com a firma Balloré África Logistics. O novo cais flutuante, cuja construção custou cerca de 12 milhões de dólares americanos, é o primeiro do género no país e foi concebido exclusivamente para movimentar petróleo e gás. A construção do Terminal Petroleiro de Pemba é um projecto alinhado com o Plano Director para o Gás Natural em Moçambique, aprovado em 2012.

A nova infra-estrutura vai permitir reverter a atual situação de constrangimento na operação comercial do Porto de Pemba, aliviando a infra-estrutura para receber mais navios e responder de maneira independente às necessidades de movimentação de carga.

4.6 O Porto de Nacala

O Porto de Nacala tem maior capacidade natural sendo, capaz de atrair mais trânsito de cargas nacional e dos países vizinhos.O Porto de Nacala foi concessionado a Corridor de Nacala (CDN). E comporta os seguintes terminais.

• Terminal de Embarque
• Terminal de Contentores
• Terminal de Granéis Líquidos – operado por CFM
• Nacala Terminal de Carvão (NCT) – A construção de NCT começou, com o objectivo de torna-lo operacional entre 2 a 3 anos. E terá uma capacidade total de 25 milhões de toneladas de carvão por ano.
A VALE estava planejando gastar USD4,4 bilhões em 2012 para a construção do terminal e uma linha ferroviária 912km ligando as minas de carvão com o porto. A ferrovia e o porto inicialmente serão capazes de movimentar de 18 milhões de toneladas de carvão por ano.
Tendo em conta que, o Porto da Beira é insuficiente para gerir os 20 a 25 milhões de toneladas de carvão que podem ser produzidos em Tete, e que mesmo após a sua conclusão e modernização das suas infra-estruturas de logística e da interligação dos portos.
As implicações para a infra-estrutura de transporte são primários e um dos principais motores económicos para o desenvolvimento de Moatize-Nacala ferroviário é o potencial de exportação de carvão da região de Tete.
A combinação de infra-estrutura de transporte multimodal e, favorecem as condições logísticas, podendo posicionar Moçambique como um dos países com os mais baixos custos de comércio. Contudo os dados da tabela (Tabela de Comercio intra África Austral) mostra que ainda se deve melhorar o tempo de tramitação das exportações e importações.

Tabela – Comércio intra África Austral.

Países Documentos para exportar (numero) Tempo para exportar (dias) Custo para exportar ($ por contentor) Documentos para importar (numero) Timpo para importar (dias) Custo para importar ($ por contentor)
Angola 11 65 2,250 8 59 3,240
Botswana 6 30 2,810 9 41 3,264
Lesotho 6 44 1,549 8 49 1,515
Madagascar 4 21 1,279 9 26 1,660
Malawi 11 41 1,713 10 51 2,570
Mauricias 5 14 737 6 14 689
Moçambique 7 23 1,100 10 30 1,475
Namibia 11 29 1,686 9 24 1,813
Swaziland 9 21 2,184 11 33 2,249
Zambia 6 53 2,664 9 64 3,335
Zimbabwe 7 53 3,280 9 73 5,101
Africa a Sul de Saara 8 34 1,942 9 39 2,365

Fonte: Doing Business 2009

O transporte e logística em Moçambique devem ser competitivos e estudos oferecem evidências substanciais de que a melhoria pode aumentar significativamente com o desempenho das exportações no país e em toda a região. Por outro lado, a melhoria da infra-estrutura de transporte pode ajudar a reduzir os custos de transporte, enquanto a adaptação quadro regulamentar dinâmica no transporte e liberalização de serviços portuários pode também levar a uma redução dos custos de transporte.

4.7 Os Operadores Aéreos

O transporte aéreo é doméstico e internacional e é realizado por empresas nacionais e internacionais entre a Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), Mextur, Ethipian Airways, Kenia Airways, Qatar Airways, South African Airways e a TAP Air Portugal. A LAM voa a nível nacional e regional (Harare, Luanda, Johanesburgo e Nairobi). A South African Aiways voa apartir de Johanesburgo garantindo uma opção para voos intercontinentais o mesmo se aplica para Kenia, Ethiopian Qatar Airways, TAP Airways, com escalas em suas capitais.

O processo de liberalização do transporte aéreo em Moçambique apresenta-se com desafios que ultrapassam a mera decisão politica ou administrativa de declarar o espaço aberto, pois a liberalização não será efectiva se não se verificar em simultâneo as condições de garantia de supervisão de segurança, conforto e capacidade adequada aos padrões nacionais para o fluxo de passageiros.

A visão estratégica para o transporte aéreo tem como atenção principal o desenvolvimento do turismo e dos pólos de desenvolvimento do pais e da região. No contexto internacional a estratégia visa essencialmente contribuir para o crescimento da indústria de turismo, o que requer a identificação das fontes principais de turistas e os destinos principais ao nível nacional, bem como os destinos regionais dos quais se pode atrair turistas para Moçambique ou considerá-los destinos complementares aos destinos nacionais.

4.8 Os Operadores rodoviários

O que principalmente limita é a insuficiência de infra-estruturas e a fraca qualidade na maioria das infra-estruturas existentes. Os custos de transacção continuam a não ser apropriados para a economia. A qualidade de infra-estruturas e do parque automóvel, bem como a pouca formação dos transportadores acarretam elevados índices de acidentes rodoviários de grandes proporções.

A gestão de transportes urbanos pelos municípios são intrinsecamente complexos devido a sua natureza estrutural onde se devem capitalizar as oportunidades e competitividade para sustentar o desenvolvimento equitativo.

Entre 2011 e 2012, o transporte rodoviário cresceu 8,9% como resultado da introdução de 150 machibombos enquanto que o crescimento do transporte colectivo foi de 9,7% e sua expansão seguida pela demanda de serviços em áreas peri urbanas. Por outro lado, o transporte aéreo, aumentou 6%.

Para operar na área dos transportes rodoviários deve se requerer licença especifica, que quando adquirida o servidor fica formalizado. Contudo a nível urbano, inter-provincial e internacional verifica-se violações tais como cabotagem de passageiros (proibido no texto dos acordos) por operadores internacionais e facilitado pelos fiscais (Polícia de Trânsito), encurtamento de rotas, limites de peso, vias interditas, a não observação da lotação dos veículos, o trabalho informal, etc.

Contudo, o aumento do parque automóvel sem as condicionalidades necessárias em funcionamento não teve ainda o impacto que se deseja na economia, nem nas vertentes sociais e culturais. A grande parte das zonas rurais do pais continuam isoladas umas das outras, dificultando o apoio a iniciativa de transporte privado cada vez mais crescente com praticas de violações “pirataria”.

5. O sector informal ou a “pirataria”, transporte rural e sector privado

Chamar de informais aos operadores que actuam no sector dos transportes de passageiros ou de carga sem as devidas licenças tanto do veículo ou a carta de específica do motorista não seria muito adequado para a situação de Moçambique. Porque as autoridades depois da liberalização dos transportes relaxaram na exigências, sobretudo no que diz respeito a carta do motorista que devia ser no mínimo profissional. Por isso, iremos adoptar o termos mais usual que é “pirata” ou pratica de “pirataria”.

Os operadores informais ou os chamado de “piratas” ocorrem no transporte rodoviários a todos os níveis como foi indicado. A pirataria é praticada em automóveis ligeiros (táxis), machibombos, semi-machibombos (chapa-cem), carros de caixa aberta e “txopelas” (Budjadjas/tuk-tuk). Sendo assim, não existe um sector informal organizado porque o sistema não permite e facilita a formalização, deste modo para se obter uma licença de transporte uma dos requisitos exigidos é uma certificação de uma associação de transportadores.

Por outro lado, baixa qualidade das vias de acesso, a fraca fiscalização, falta de coesão entre e dentro das associações dos transportadores, a corrupção da polícia trânsito e a não participação dos utentes através das organizações de consumidores nas decisões sobre os transportes facilita as arbitrariedades praticadas pelos operadores dos transportes rodoviários.

5.1 O Transporte rural

O sistema de transporte é complementado pelo transporte rural que na sua maioria é informal, tendo em conta as características essencialmente rurais do País. Com efeito, uma grande parte da população do Pais ainda vive dispersa, apesar do esforço que se tem feito para colocar a população a viver em aldeias e áreas peri-urbanos.

Na situação de população dispersa, fica difícil providenciar transporte financeiramente viável para carga e para passageiros ao nível rural. Se por um lado os operadores de transportes não são encorajados a percorrer distancias relativamente grandes para recolher e distribuir passageiros e pouca carga, a população rural deve percorrer distancias enormes das zonas de produção para o mercado.

Para minimizar esta situação se propõe a combinação de uso de transporte de tracção animal ou humana associada a um tipo de transporte motorizado que esteja adaptado a circulação em vias de acesso difíceis ou até não existentes.

O transporte de tracção animal ou humano já é uma realidade no país, e se pretende acelerar a sua massificação e sustentação. A massificação consiste na criação de mecanismos de aquisição de atrelados puxados pela força animal e com isso criar oportunidade de negócio, de modo que nos locais de produção rural haja proprietários deste tipo de transporte utilizado em forma de aluguer ou de carreiras programadas para o transporte de carga e de pessoas, de e para os mercados. Isto não exclui a possibilidade de que cada família ou pessoas possa ter o transporte de tracção humana ou animal próprio. Igualmente, a estratégia prevê a massificação de uso de bicicletas desenhadas para transporte de carga e de pessoas.

5. 2 O Sector Privado

O sucesso de um sistema de transporte está na habilidade de se poder atrair o sector privado para investir e operar nele. Contudo, o sector privado se resume maioritariamente ao chamado sector informal.

Neste formato considera-se que para a participação do sector privado no sector dos transportes deve se basear no reconhecimento do cenário da dualidade económica onde os sectores modernos podem coexistir com sectores de produção mais tradicionais, mas com uma interacção mais dinâmica entre eles. Desta forma, deve-se estabelecer uma quadro estratégico para a participação do sector privado informal em coabitação com um sector moderno que gravita a volta de uma economia globalizada à escala mundial.

A provisão de serviços de transportes deve ser disponibilizado ao sector privado, numa perspectiva não só de criar oportunidades de negócios mas também para a reafirmação e consolidação do papel do Governo regulador e criador de ambiente favorável ao desenvolvimento. O sector privado nacional, apesar do esforço que tem empreendido, ainda encontra muitas dificuldades para se estabelecer e providenciar serviços de qualidade credíveis.

6. Principais Acordos dos Transportes

Moçambique assinou acordos bilaterais de transportes com a República da África do Sul e a República do Malawi, que se seguem:

• Acordo Bilateral de Transportes Rodoviário de Passageiros entre o Governo da Republica de Moçambique e o Governo da República da África do Sul;
• Acordo Bilateral de Transportes Rodoviário de Mercadorias entre o Governo da Republica de Moçambique e o Governo da República da África do Sul;
• Acordo Bilateral de Transportes Rodoviário de Mercadorias entre o Governo da República de Moçambique e o Governo da República do Malawi; e
• Acordo Bilateral de Transportes Rodoviário de Passageiros entre o Governo da República de Moçambique e o Governo da República do Malawi.

Os acordos bilaterais de transportes estabelecem termos gerais e condições para o desenvolvimento do Transporte rodoviário e de mercadorias. E reforçam as relações económicas e comerciais, promove e facilita os serviços de transportes de passageiros e em trânsito e o tratamento igual e justo entre os transportadores.

Moçambique é signatário Protocolo da SADC sobre os Transportes, Comunicações e Meteorologia que o objectivo de tornar os transportes, comunicações e meteorologia efectivos, eficientes, totalmente integrados na sua estrutura e operações para promover o desenvolvimento económico e social.

Os acordos regionais vieram melhorar o ambiente dos transportes, sobretudo os rodoviários que cruzam a fronteira servindo os passageiros regionais. Tanto os acordos bem como o protocolo atrás referidos tem problemas de implementação e de regulamentação segundo os transportadores (Nhatitima), sendo assim, a fraca fiscalização enferma cada vez mais a situação. Ao mesmo tempo os operadores moçambicanos não conseguem tirar mais benefícios dos acordos porque tem capacidade de oferta, possuem serviços com baixos padrões de qualidade e ausência de linhas especificas de credito (Zimba). Mesmo assim, os sectores privados em colaboração com os Governos de Angola, Botswana, Moçambique e Namíbia estão a preparar novos acordos de transportes para regular o transporte de carga.

O impacto das politicas regionais ou seja acordos e protocolos, tendo em conta que resultam de uma aproximação ao nível de operadores que no caso de Moçambique o principal interlocutor é o CTA, é positivo. É através desta entidade que os operadores dos transportes (dos países envolvidos) preparam os textos dos acordos e os governos assinam. Porém, a maioria dos operadores moçambicanos tem dificuldades de fazer o uso dos acordo fornecer serviços na África do Sul, por exemplo devido ao fraco poder de competitividade.

O governo tem reduzido o seu papel na área dos transportes, transformando-se é regulador e promovendo a participação do sector privado e por sua vez este sector não tem capacidade de actuar com certa pujança e apropriar-se pelo menos dos transporte urbano. O Governo tem o papel de regulador dos transporte e o sector privado implementa as politicas dos transportes.

6.1 MODE IV GATS

Moçambique prevê liberalizar serviços ao nível regional e multilateral, um dos instrumentos que o país deve aderir é o Modo IV do GATS (Acordo Geral de Comercio de Serviços) , que tem é influenciado pela mão de obra. O Modo IV é a última modalidade do GATS da OMC (Organização Mundial de Comércio).
Os objectivos e princípios do comércio da SADC nas negociações de serviços baseiam-se na progressiva liberalização indicada no Protocolo de comércio de serviços da SADC que visa promover a interdependência e integração das economias dos estados membros. O protocolo promove o mercado de serviços, complementado por mecanismos de cooperação, a fim de criar novas oportunidades para um sector empresarial dinâmico. Também visa reforçar a capacidade regional fornecer serviços eficientes e expandir as exportações.
De acordo com a descrição do Modo IV compromisso, os estados membros devem fazer referência às pessoas físicas incluídas no GATS, com; os trabalhadores transferidos temporariamente; os visitantes de negócios; os prestadores de serviços; e os profissionais “free-lance”.
A avaliação realizada pelo Secretariado da SADC sobre a oferta inicial e pedido no comércio da SADC nas negociações de serviços, definidos no âmbito de serviços TNF até 17 Agosto 2012, que diz que apenas quatro estados, Lesotho, Ilhas Maurícias, África do Sul e Zâmbia apresentaram pedido. A solicitação alvo quase todos os Estados membros, com algumas excepções .
Há uma necessidade de desenvolver um trabalho coordenado entre MIC-DRI, Ministério do Trabalho e Direcção Nacional de Migração negociar acordos de migração com a UE e na OMC seja a nível bilateral, plurilateral ou multilateral.

7. Os Sindicatos dos Transportes

7. 1 As principais federações e sindicatos nos transportes

As organizações de trabalhadores independentes incluem os sindicatos, federações e confederações. As duas principais federações são OTM CS (Organização de Trabalhadores de Moçambique – Central Sindical) e CONSILMO (Confederação Nacional de Sindicatos Independentes e Livres de Moçambique). OTM é uma Central Sindical fundada em 1983, sob o controle directo da FRELIMO, na década de 1990 que declarou sua independência do partido.

A CONSILMO foi formada em 1992 por meio de uma cisão de afiliados OTM. As diferenças que levaram à separação não estavam ligados a diferentes ideologias políticas, mas sim devido a diferentes abordagens e práticas de tomada de decisões, independência, democracia, transparência e prestação de contas (Simango).

Na área dos transportes o os sindicatos aéreo e o ferroviário o nível de sindicalização é muito alto, enquanto que o marítimo e o rodoviário é muito fraco, esta discrepância é causada pelo facto de que tanto o ferroviário e o aéreo são empresas publicas o que facilita a sua organização. O marítimo é um muito reduzido e com trabalhadores com pouco formação enquanto que o rodoviário não tem sindicato por muitos trabalhadores informais, diferentes níveis (urbano, inter-provincial, nacional e internacional), patronato disperso, com grande mobilidade, com interesses dispares o que o torna bastante difícil de organizar e estabelecer

O transporte rodoviário urbano regista um certo grau de informalização conhecido mais por pirataria, facilitado pela corrupção da policia de transito e municipal, e segundo o representante da ATROMAP (Associação dos Transportadores Rodoviário de Maputo) reina anarquia estando fora de qualquer tipo de regulação.

É prática do patronato dos rodoviários, determina um valor que deve ser lhe entregue num determinado período (dia, semana, ou mês) pelo motorista. Determinar o seu pagamento e do cobrador para cobrir o salário e outras despesas diárias. O patronato se responsabiliza por pagamento do seguro do autocarro e outros serviços obrigatórios para obter a licença de operação. Esta situação torna o trabalhador rodoviário informal e desprotegido socialmente.

Em Moçambique, são 4 sindicatos organização no sector dos transportes: SINPEOC (Sindicato Nacional dos Profissionais de Estiva e Ofícios Correlativos – União Nacional dos Estivadores Profissionais e Profissões Afins), SINPOCAF (Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Portos e Caminhos de Ferro – União Nacional dos Portos e Caminhos de Ferro Trabalhadores), SINTMAP (Sindicato Nacional de Trabalhadores da Marinha Mercantil e Pesca – Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Marinha Mercante e da Pesca é filiado a OTM) e SINTRAT (Sindicato Nacional de Trabalhadores Rodoviários, Assistência Técnica e Similares – Assistência Técnica e Trabalhadores Similares) filiado a CONSILMO e a OTM CS) .

7. 2 SINPEOC (Sindicato Nacional dos Profissionais de Estiva e Ofícios Correlativos)

O sindicato é de trabalhadores dos portos e de todas as actividades relacionadas com o trabalho de estivadores, operadores de máquinas, supervisores, trabalhadores de escritório, etc.

A área do sindicato conta com cerca de 7 mil trabalhadores e 4 mil são sócios do sindicato. O numero de trabalhadores sindicalizados é estacionário e os trabalhadores do sexo feminino é reduzido rondando entre 70 a 80 pessoas.

A situação dos trabalhadores da área aonde actual o SINPOEC é igual a da maioria dos trabalhadores nacionais, desde emprego precário a trabalho seguro. E a situação dos trabalhadores eventuais é muito pior. De uma forma geral a situação e igual para todos os trabalhadores, no entanto os trabalhadores eventuais enfrentam o problema de precariedade de emprego uma vez que não tem vinculo com as empresas nas quais prestam serviços.
O Sindicato tem representação para além de Maputo, esta presente nas províncias de Sofala, Zambézia, Nampula (Nacala-Porto) e Cabo-Delgado. As representações do Sindicato já estão estruturadas contudo, a dinâmica do desenvolvimento não sempre ditam um reajustamento das estruturas.
Tendo em conta o actual estágio económico do pais e considerando os vários projectos para a construção de novos portos (Macuzi, Texobanine e Nacala a Velha) se estes vierem a se concretizar pode significar o aumento de numero de potencias membros no sector. Contudo, é preciso considerar que o uso de novas tecnologias nas operações portuárias não pode garantir um elevado numero de trabalhadores nesses possíveis portos.
Os desafios são vários, porém a questão da ausência do regulamento sobre o trabalho portuário previsto na Lei de Trabalho e um dos grandes desafios considerando a falta de protecção social dos trabalhadores eventuais torna-os vulneráveis e também dificulta ao sindicato ter uma base ampla que ajude nas negociações com os empregadores. O outro grande desafio são os programas educativos e de formação dos trabalhadores pois o programa de reajustamento da mão-de-obra e também das reformas dos trabalhadores existe uma nova geração de sindicalistas que na maioria deles ascendem a cargos de liderança apenas pela eleição sem por vezes ter alguma noção básica sobre o sindicalismo.
Numa altura em que o Sindicato saiu do seu Congresso em Julho 2012, as grandes perspectivas e influenciar a existência de um regulamento no sector portuário que possa ajudar na situação de precariedade de emprego e ao mesmo tempo na sua protecção social.
7. 3 SINPOCAF (Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Portos e Caminhos de Ferro)

O sindicato é de trabalhadores dos caminhos de ferro, incluindo os administrativos. Ela é representada em 11 províncias de Moçambique, com estruturas nacionais replicados aos níveis provincial.

Nos últimos anos o SINPOCAF tem crescido com 1721 em 2008 e 3692 membros em Outubro de 2012 (dados apresentados em Fevereiro de 2013, na IV Sessão Nacional do SINPOCAF).
Nem todos membros pagam as cotas, mas está em curso um intenso trabalho de sensibilização relativamente as contribuições dos membros. Em Outubro de 2012 a SINPOCAF tinha 245 membros do sexo feminino.

O SINPOCAF está organizado em 3 Conselhos Provinciais (Nampula, Sofala e Cidade e Província do Maputo e em 6 Delegações Provinciais nomeadamente: Cabo Delgado, Niassa, Zambézia, Manica, Inhambane e Gaza estando em preparação a organização a Delegação de Tete uma vez que a linha férrea de Sena foi reconstruída e está plena operação.

No momento todas as estruturas da base (Comités sindicais, Delegações e Conselhos Provinciais estão sendo revitalizados como forma de preparar a realização do congresso no final do ano 2013. As perspectivas são encorajadoras, pois, a visão é do fortalecimento do sindicato tendo como inspiração os seus membros. Desta forma, vai tornar os membros os membros para tornar a organização forte, sólida interventiva em prol da defesa dos direitos e interesses dos trabalhadores ferro – portuários.

O trabalho do sindicato nas empresas privadas (concessionarias) pode-se considerar positiva, mas difícil. Mas esforços estão sendo feitos para se ultrapassar, pois, a lei do trabalho moçambicana defende a posição dos Sindicatos na organização da classe trabalhadora. A outra dificuldade se prende na tentativa destas empresas pretenderem aplicar as suas políticas empresariais em vês do preconizado nas leis nacionais. Mas todas as empresas emergentes da privatização de uma parte da empresa pública Portos e Caminhos de Ferro.

A legislação moçambicana cumpre com as normas fundamentais da OIT até porque ratificou todas as 8 convenções fundamentais da OIT mas os empregadores, alguns por ignorância ou deliberadamente violam constantemente o que vem plasmado nas leis nacionais relativas ao mundo do trabalho.

Principais desafios continuam sendo o reforço institucional através da admissão de mais membros atingindo pelo menos 75% do global dos trabalhadores ferro-portuários até 2015, reforçar o envolvimento da mulher e dos jovens na organização e liderança sindicais. Tornar a organização mais conhecida no seu dos membros e demais trabalhadores. Melhor a comunicação no seio da organização usando novas tecnologias de informação e comunicação.

A perspectiva do SINPOCAF é tornar-se Forte, Sólido, Interventivo, e Conhecido, não só no seio dos seus membros, mas também na sociedade Moçambicana e também no ramo dos sindicatos do sector dos Transportes. Igualmente apostar na formação sindical e crescimento.

Constatou-se também que o SINPOCAF cresceu no concernente ao número de sócios comparativamente ao período da realização da III Sessão Nacional em 30,6% em vez dos 21% reportado no relatório devido a correcção do número total dos sócio da Sofala que é de 1141 em vez de 874 sócios em Outubro de 2012. Assim, o número dos sócios em 30 de Outubro de 2012 é de 3692 contra 2826 em Dezembro de 2011.
No que diz respeito ao número dos trabalhadores, também registou um crescimento na ordem de 31%, passando de 4852 trabalhadores na III sessão para 6368 em Outubro de 2012 mercê da expansão do trabalho sindical do SINPOCAF em novas empresas do Sector.
7.4 SINTMAP – Sindicato Nacional de Trabalhadores da Marinha Mercantil e Pesca

O SINTMAP, sindicato organiza os trabalhadores em empresas com base nos portos, bem como em empresas envolvidas no sector dos transportes de água de mercadorias, de pesca e de passageiros em Maputo, Beira, Inhambane, Sofala, Zambézia, Tete e Pemba.

O número de trabalhadores da área aonde actua o SINTMAP varia devido a casualidade e informalidade do trabalho, porém o sindicato conta com cerca de 13480 membros inscritos e cerca de metade costuma pagar as quotas. As mulheres são poucas na área, mas existem, isso deve se a própria actividades, tornando-se difícil determinar o numero (Vuende).

As delegações tem muitas dificuldades financeiras para deslocar e os trabalhadores não são obrigados a pagar quotas por Lei, sendo assim são poucos os que pagam aliado ao magro salário que auferem. paga se 1% sobre o salário base.

O SINTMAP tem delegações existem, em Inhambane e Cabora Bassa em Tete. E há perspectivas, para abrir novas delegações no Lago Niassa, Cabo delgado, Inhassorro – Inhambane, Gaza, Manica, alias, todo sitio onde existe Rios e Lagos, onde atravessam pessoas e seus bens duma margem para outra.

A fusão dos sindicatos ou a criação de uma federação dos sindicatos de transportes poderia ser uma boa saída no caso dos sindicatos do ramo de transportes, mas existe duvidas por parte de alguns funcionários quase de todos sindicatos (Jamisse). Quanto a federação do ramo de transportes já se criou um comité técnico para fazer um estudo de todos os estatutos dos 5 sindicatos para encontrar pontos comuns (Vuende).

Os desafios e Perspectivas do SINTMAP incluem a mobilização de fundos para implantar o SINTMAP em todas províncias, colaborar com outros sindicatos nacionais e internacionais assim como outras organizações de carácter social para o bem estar do trabalhador do ramo e as comunidades envolvidas.

7.5 SINTRAT – Sindicato Nacional de Trabalhadores Rodoviários, Assistência Técnica e Similares.

O SINTRAT organiza os trabalhadores em transporte rodoviário de mercadorias e de passageiros (incluindo mecânica e outros trabalhadores em garagens e postos de gasolina). Este sindicato SINTRAT realiza o seu congresso nacional a cada 5 anos, e as suas estruturas nacionais, a secretaria executiva, o conselho nacional e o comité de controle. Estes órgão são paralelas e constituem uma pequena minoria da sociedade que pode mudar se o Governo expandir o sector e criar incentivos para uma maior participação das mulheres.

Oficialmente sector rodoviário emprega mais de 14 000 trabalhadores, 10 000 dos quais são membros SINTRAT. O foco da organização é organizar os trabalhadores nos terminais e também iniciar projectos de geração de renda para os trabalhadores demitidos.

O SINTRAT está tentando organizar os trabalhadores em todas as áreas de operações dos subsectores dos transportes rodoviários que envolvem operadores moçambicanos, mas o sindicato enfrenta uma série de dificuldades. Em primeiro lugar, os trabalhadores muitas vezes não têm contratos. Em segundo lugar, além de problemas com os direitos trabalhistas ocorrem problemas legais e de segurança e quando ocorrem acidentes de trânsito, os motoristas fogem e muito difícil serem rastreados.

O SINTRAT entende que a unificação sindical é um instrumento que contribui para o fortalecimento da acção e promoção da justiça social, laboral e o respeito pelos direitos fundamentais dos trabalhadores, valores que continuam sendo um dos grandes desafios dos sindicatos nacionais na actualidade.

8. O direito para organizar, negociar colectivamente e o direito a greve

Os direitos de organizar, a negociação colectiva e o direito de greve produziu as seguintes referências para a mais recente legislação trabalhista moçambicana:

– Lei do Trabalho n º 23/ 2007, a lei fixa direitos e deveres, garante a segurança no emprego, veda o despedimento sem justa causa, consagra o direito à actividade sindical, à greve, à segurança social, à justa remuneração, ao descanso, às férias, protege a dignidade do trabalhador, a maternidade e a paternidade. No âmbito dos conflitos laborais, a Lei do Trabalho cria o regime extra-judicial não só para a resolução célere dos mesmos, como também para se descongestionar as secções laborais nos Tribunais Judiciais.

– Lei n º 23/ 91, relativo aos sindicato prevê: a actividade sindical livre, sem qualquer discriminação; constituição de associações de trabalhadores e de registo dos sindicatos; permite que os sindicatos a darem a sua opinião sobre instrumentos da OIT, a liberdade no exercício da actividade sindical no interior das empresas, o estabelecimento de comités sindicais , direito de associação e de informação sindical, a protecção da liberdade sindical dos líderes, inspecções e multas.

– Lei n º 8/91 : a lei regula a liberdade de associação.
– Lei n º 9/ 91: A lei regula a liberdade de reunião e manifestação.
– Lei n º 6/ 91: A lei regulamenta o direito de greve, limita o direito de greve por parte da polícia, militares e trabalhadores do serviço público, bem como em actividades e serviços essenciais.

O Boletim de Estatísticas de Trabalho de 2011, tornado publico pelo Ministério de Trabalho (MITRAB) em Junho de 2013, mostra dados de regulamentação colectiva e conflitos de trabalho de transportes e comunicações, sendo não desagregados não variaram nos últimos 3 anos, o que inusitado. No que respeita a greves registadas e trabalhadores envolvidos entre 2007 e 2011 os dados mostram que reduziram de 3 para 1 com uma variação de -50%.

Os sindicatos são da opinião que o patronato e as MNCs usam estes dispositivos legais quando lhes convém ou quando pressionados. Tendo em conta que há uma prática de zonas francas industriais o uso da legislação de trabalho nacional, que já por si é desfavorável para o trabalhador, é reduzido.

9. Conclusão e recomendações

Moçambique é um país membro da SADC e da Organização Mundial de Comércio (OMC) e signatário de acordos bilaterais de transportes a persecução da integração regional. Ao nível regional, a multiplicação de zonas de integração e acordos são vistos como potencialmente causadoras de conflitos em sua implementação. Ainda não está claro como os diversos acordos comerciais regionais e internacionais terão impacto no sector dos transportes .

Em Moçambique, onde a liberalização do transporte tem sido até agora supervisionada por imposições do FMI/BM ao invés de implementações directamente relacionados com acordos bilaterais, era e continua a ser preocupação, bem como, os potenciais impactos a zona de livre comércio da SADC em implementação desde 2008.

A reestruturação do transporte que se assumiu em Moçambique, se manifestou na implementação de políticas neo-liberais e todos ascendem a privatização se adopta uma definição ampla que inclui a privatização, liberalização e desregulamentação.

Os Sindicatos dos transportes precisam de se reforçar e participarem no processo de reestruturação de forma a acompanharem das potenciais consequências positivas e negativas. Porém, há que encontrar uma forma de participação activa dos utentes dos transportes através das associações dos consumidores.

Em Moçambique negociação colectiva acontece ao nível da empresa e também no fórum tripartido de concertação social que apenas discute o salário mínimo. A agenda de salário mínimo deve ser reforçar para tratar assuntos de produção e produtividade. E ainda, tendo em conta que os transportes são parte integrante da produção.

A maior parte das dificuldades do sector empresarial advêm da pouca formação que os operadores têm, da falta de um ambiente estruturado e regulado para a concorrência e das dificuldade de carácter financeiro. Para minimizar estes problemas, entende-se que o sector privado se deve reestruturar e o Governo deve criar normas que por um lado incentivem os operadores dedicados a se desenvolve de modo a ganhar credibilidade no mercado, e por outro lado os utentes tenham serviços que melhorem gradual e permanentemente. Assim, a participação do sector privado nacional requer que os transportadores privado, passem de simples associações para o nível de empresas, admitindo espaço para competitividade entre elas. A situação actual de simples associações em outros casos sem associações e sem sindicatos de trabalhadores rodoviários, apresenta riscos de criação de monopólios pouco efectivos e limitam a liberdade que os próprios operadores privados tem de escolher a associação onde pretendem se afiliar, ou mesmo de não pertencer a nenhuma afiliação.

Neste processo, ao Governo caberá o papel de criar condições para a formação dos operadores, bem como regular a operatividade dos serviços de transporte. Para tal, se deve, em parceria com as instituições de formação existentes ou criar, providenciar condições para a formação dos operadores privados de todos os níveis.

O esquema actualmente existente de licenciar os operadores de transportes vai ser complementados ou substituído por um esquema de concessões baseado em terminais pré-definidos, na mesma linha e orientação dos operadores de transportes aéreos discutido acima. Igualmente, o Governo deverá em parceria com as instituições financeiras criar condições para que os operadores privados possam ter acesso ao crédito para renovar e expandir as suas frotas bem como fazer a sua manutenção.

Anexo I: Tabelas e listas de Transportadores
Tabela de Operadores de transportes e logística

1 Allex Logístics 18 Institute for the Promotion of Export
2 AMI 19 JJ Transportes
3 Anchor Logistics Ltd 20 King & Sons Ltd
4 Association of Road Freight Transport Companies of Maputo (ASTROCAMA) 21 Kuehne & Nagel Mozambique Ltd
5 Beira Cargo Handling Ltd 22 Limperse Ltd
6 Bobby Transportes 23 Machava Transport Mozambique Beira
7 Correios de Mozambique EP 24 Manica Freight Services Mozambique
8 Danmo 25 Mediterranean Shipping Co.
9 Debala Shipping Ltd 26 Ministry of Transport & Communications
10 Diamond Shipping Servicesa 27 Moz Star Ltd
11 F&M Transport Co. 28 Mozambique Transport Brokers
12 FH Bertling Logistics Ltd 29 Naval Services to Shipping Ltd
13 Freight Services Moç Ltd 30 ndico Logístics
14 Gac Mozambique Maritime Services Ltd 31 Nuro Momede Transport Co.
15 HCL Transportes 32 Rohlig-Grindrod Ltd
16 Ideal Transport Ltd
33 Rogers International Distribution Services
17 Ingar International Packers & Forwarders

TRANSPORTADORES

Transportadores de passageiros urbano e inter urbanos
Transportes Púbicos de Maputo (TPM), com rotas de e para Maputo-Matola-Boane-Marracuene
Transportes Públicos de Xai Xai

Transportadores de passageiros internacionais
Vaal Maseru Bus Service – Transporte de internacional de passageiros
InterCape
City to City

Transportadores de carga internacional
Transporte internacional de carga, logística
Xifiquile
Ni Da
STARNG RENNIES MOÇAMBIQUE Ltda

Transportadores de carga e logistica
Matola Cargo Terminal
Servir Moçambique
Transportes GODIBA
Mellini Service & Logistics
M&M Transporte e Filho
Transportes Lalgy
NTS Transportes e Serviços
SOCIEDADE DE TRANSPORTES NURRO

MOCARGO – Empresa Moçambicana de Cargas SARL
MOVICARGO – Movimentação de Cargas Lda
Moz Star Ltda
MOZPORT – Transportes Investimentos de Moçambique
Nordic Transportes e Serviços Ltda

TRICAMO – Transportes Terrestres
TTI – Transportes Terrestres

Armazéns Parth Lda
Asamoc Transportes Moçambique
AUTO PAC Maputo
Camionagem de Moçambique
Capitino Transportes Ltda
Castavo Transportes Ltda
Farrell, Stephen John Maputo
HCL Transportes
JECA COMÉRCIO E TRANSPORTES LTD
JSV – Transportes e Serviços Ltda
Dalmac Transportes Ltda
TRANSILVA LTDA
TRANSMAFIL LTDA
TRANS FMS LTDA
ESTRELA DOURADA LTDA
ADAMS Transports
Trans jatan Ltda
Translay Ltda
Transportadora Leão
Transportes Cláudio

Transporte Ferroviário
Caminhos de Ferro de Moçambique
Swaziland Railways
Spoornet

Tranporte Maritimo
Transmaritima
Manica Freight Service Moçambique SA

Transporte Aéreo
LAM
MEX
CFA Mozambique
Helicópteros Capital
STA Sociedade de Transportes Aéreos
Transairways
SAA Airlinks
British Airway

Anexo II: Pessoas entrevistadas

Sector Privado
Argentino Tamele – Transportador de carga
Humberto Zaqueu – Transportador semi colectivo
Lucas Mondlane – Transportador de Vendedeiras de produtos frescos
Mauro Ferrão – CTA
Manuel Nhatitima – Presidente ATROMAP
Orzendio Zimba – CTA

Governo
António Francisco Sumbana – MTC
Manuel António – INNATER
Hélder Chambal – CFM
Tomás Langa – TPM
Valente Sitoe -TPM
João Matlombe – Vereador dos Transportes

Sindicatos
Marrengula – SOTSE
António Nhampossa – SINTIHOTS
Betinho Lino – SINTAC
Damião Simango – SINPEOC
Fátima Langa – SINPEOC
Júlio – SINTAC
Lino Jamisse – SINTMAP
Luís Macuacua – SINTIC
Manuel Vuende – SINTMAP
Raul Sengo – SINPOCAF
Simão Simbine – SASK Finlândia
Vitória Felisberto – SINTAC
Taxistas
Alfredo Congolo – Taxista particular
Francisco Manjate – Motorista de Táxi
Pedro Júnior – Taxista particular

Transportadores semi colectivo, provincial e longo curso
Elias Sitoe
Joel Augusto Navesse –
Gilberto Elias Nandja
Francisco João Naiene
Luís Zefanias Mutombene
Isabel Alberto Mabjaia
Lucrécia Aniceto Macamo
José Manuel Massinga
Taju Abdul Remane
Felisberto Canja

Motoristas de chapas e Tchopelas
Vicente Alberto Mula
Danilo Kangela
António Duarte
Aurélio Zamdamela
Samsone Xerindza
José António Wane
António Elias Vaz
António Checo
Valente Carlos Valoi
João Naine
Carlos Alberto Tembe
João Carlo Nhaca
José Taimo
Luís Sousa

Anexo III: Referências

Bayliss, Kate. 2002. Privatization and Poverty: the Distributional Impact of Utility Privatization Public Services International Research Unit. University of Greenwich.


Boletim de Estatísticas do Trabalho 2011. (2013). Ministério de Trabalho. Maputo

Estatuto Orgânico INATTER (Decreto nº32/2011)
Estratégia para o Desenvolvimento Integrado do Sistema de Transportes (Decreto nº37/2009)
Lei n º 8/91 : a lei da associação.
Lei n º 9/ 91: A lei regula a liberdade de reunião e manifestação.
Lei n º 6/ 91: A lei regulamenta o direito de greve
Lei n º 23/ 91 Sindicatos
Lei do Trabalho n º 23/ 2007

Mozambique. (2012). (www.africaneconomicoutlook.org)
Programa Quinquenal do Governo 2010-2014. República de Moçambique

Regulamento de Transportes Automóveis (Decreto nº11/2009)
SADC Protocolo on Transport, Communications and Meteorology

Tamele V. (2013). Opportunities and Risks to Liberalise Service update. UNCTAD. Maputo.

Cerca de 232 milhões de pessoas são migrantes internacionais no mundo de hoje. Entre 2000-10, a quantidade de migrantes no mundo cresceu duas vezes mais rápido do que na década anterior. No entanto, desde 2010, regrediu. No rescaldo da crise económica, o aumento anual mundial de migrantes caiu para cerca de 3,6 milhões desde 2010. Em 2013, os migrantes internacionais eram quase 11% do total da população nos países desenvolvidos, em comparação com menos de 9% em 2000. Hoje, cerca de seis em cada dez migrantes internacionais residem nos países de norte.

 

Os trabalhadores migrantes foram duramente atingida pela crise, em 2010-11, havia 7,1 milhões de desempregados nascidos fora do seu país de origem com idade superior a 15 anos que na OCDE corresponde a uma taxa média de desemprego de 11,6%. Os migrantes originários de África viram o aumento taxa de desemprego em 4,3% nos últimos cinco anos para chegar a 20% em 2010-11. Em 2010-11, Burundi, Lesotho, Malawi, Maldivas, Moçambique, Namíbia, Níger, Papua Nova Guiné, Tanzânia e Zâmbia tiveram taxas de emigração de profissionais altamente qualificados 20 vezes mais que as taxas de emigração geral.

 

Há muitos factores que são apontados como instigadores da migração, incluindo a pobreza, a guerra, os desastres naturais, a demográfica, o salário, o desemprego, a densidade populacional, a pressão sobre os recursos naturais, a urbanização e o avanço tecnológico.

 

Existem factores demográficos intensos que atraem os migrantes para os países industrializados. Em particular, para os países do norte que registam o envelhecimento da população combinado com taxas de baixa natalidade e maior expectativa de vida. Ou seja, o número de pessoas que atingem a idade da reforma está superando a taxa de entrada de cidadãos no mercado de trabalho. Este desequilíbrio afecta o bem-estar, a segurança social. Os trabalhadores migrantes podem repor a força de trabalho, esta solução é frequentemente sugerida como uma maneira de resolver este problema, para os ouvidos moucos dos governantes dos países de norte que apesar de propalar a liberalização adoptam e praticam medidas proteccionistas.

 

As mulheres representam mais da metade dos migrantes no mundo desenvolvido e em 45,7% no mundo em desenvolvimento. Embora as mulheres poderem escapar aos rígidos papéis de género através da emigração e seu sucesso pode ter um efeito transformador sobre os papéis de género em casa. Elas são geralmente confinadas a ocupações medianas, como enfermeiras, empregadas domésticas, babas, fornecedores e professores.

 

Contudo, quando um número significativo de profissionais emigra para um outro país, o país de origem perde o resultado do capital que investiu na sua formação. Este processo é conhecido por fuga de cérebros, que corrói a base de capital humano e dificulta o crescimento económico. O impacto da fuga de cérebros é bastante óbvio nos chamados Países Menos Avançados (PMAs).

 

Na liberalização do comércio de serviços, o foco sobre movimento operário Acordo Geral de Comércio de Serviços (GATS) Modo 4 da Organização Mundial de Comércio (OMC), que se baseia num processo de ofertas/pedidos. O Modo 4 abrange a circulação temporária de “pessoas singulares” para prestação de serviços em países estrangeiros. Especificamente, o Modo 4 abrange os trabalhadores de um prestador de serviços externo, ou um prestador de serviços por conta própria ao entrar num país diferente da sua origem, com a finalidade de prestar um serviço.

 

Porém, o impacto do Modo 4 sobre a política de imigração e no mercado de trabalho será determinado, em grande parte através da resolução das disputas, especificamente pelo que as políticas são desafiados e com regras da OMC. Portanto, o impacto total não será claro até talvez dez ou quinze anos depois dos compromissos entre em vigor e os desafios trazidos se estabeleceram.

 

Porém, alguns alegam que a OMC não tem mandato para lidar com a migração. Mesmo assim, há acordos que lidam com o assunto como o Acordo de Parceira entre a UE e ACP ou seja O Acordo de Cotonou (AC) assinado entre as partes em 2000. O AC no seu artigo 13º, baseia-se na “Declaração conjunta sobre ACP trabalhadores migrantes e estudantes ACP na Comunidade» do anexo V da Convenção de Lomé III 1985. O artigo aborda o diálogo ACP-UE em matéria de migração, o respeito pelos direitos humanos, o tratamento equitativo dos residentes legais nacionais dos países ACP, abordando causas profundas da migração, capacitação de nacionais dos países ACP, a imigração ilegal e de readmissão.

 

Moçambique é signatário do AC, porém não envolveu os oficiais de migração nas negociações, o que é grave pois a Direcção Nacional da Migração está a implementar parte de um acordo que não teve nenhuma opinião e os que negociaram e assinaram não estão dentro do assunto. A poucos anos o pais decidiu liberalizar os serviços no GATS da OMC e até 2013 ainda não tinha apresentado nenhuma ofertas/pedidos, mesmo assim o que consta como prováveis ofertas/pedidos não inclui o Mode 4, o que é uma pena.

 

A migração pode ser usada para contribuir no alcance das metas de desenvolvimento se as condições e políticas adequadas forem postas em prática. Tanto a nível nacional como a nível internacional. Para que na promoção do desenvolvimento dos PMAs, a migração se torne uma escolha e não uma necessidade. Isto significa que um ambiente económico internacional favorável deve ser estabelecido para fornecer aos PMAs maior flexibilidade. Uma assistência internacional e oportunidades económicas que lhes permitam construir as suas capacidades produtivas nacionais. Ainda, permitir-lhes aumentar a capacidade de suas economias domésticas para fornecer oportunidades de emprego decente para os seus povos e, assim, diminuir a pressão para migrar. E há uma oportunidade para colocar a migração na parceira global através da Agenda Pos-2015 de Desenvolvimento que irá substituir as Metas de Desenvolvimento do Milénio (MDGs) que termina em 2015.

 

O melhoramento da coerência das políticas através de iniciativas de desenvolvimento que incorporam a migração. Os países têm muitas vezes tido políticas competitivas ao invés de cooperação, o que é contraditório com a migração para o desenvolvimento. Tendo em conta que os países do norte, as suas populações envelhecidas e com necessidade de força de trabalho, precisam trabalhadores migrantes, porém relutantes para regularizar a sua situação.

 

A coerência política é também necessário para usar os benefícios da migração para o desenvolvimento, a fim de evitar os efeitos negativos directos e indirectos de concorrentes potencialmente nas agendas políticas nas áreas de migração, comércio, trabalho, emprego, saúde, segurança e bem-estar social.

 

A migração deve ser integrada nas agendas de desenvolvimento, no entanto, não deve ser vista panaceia de desenvolvimento de longo prazo, ao contrário, ela só pode contribuir. Sendo assim, medidas mais sustentáveis ​ devem ser postas em prática para fornecer uma base para um processo de desenvolvimento durável.

 

As remessas são um aspecto chave da migração. Enquanto, as entidades competentes se concentrarem em políticas que aumentem a facilidade com que as remessas são transferidos, outros argumentam que o mais importante da rota de transferência é o impacto que a transferência tem sobre o sistema financeiro do país beneficiário. Mesmo assim, há que se  tomar todas as medidas para reduzir os custos de serviços das remessas .

 

Finalmente, a ligação entre migração e desenvolvimento deve ser destacado a nível internacional. A relação entre estes dois conceitos é complexa, no entanto complexidade não significa que a questão deve ser evitado. Mais pesquisas devem ser realizadas sobre esta área e os governos, organizações internacionais, sociedade civil e outros actores não estatais devem se unir para pôr em prática formas coerentes e sistemáticas para fazer a migração providenciar contributo para o desenvolvimento. E cerca de 3 anos atrás a Comissão Europeia lançou um concurso para apoiar iniciativas de migração ao nível da ACP-UE mas até hoje os resultados não foram anunciados.

 

A promoção de desenvolvimento dos PMAs deve ser central e com o principal objectivo na política global de migração. É através do aumento dos benefícios do desenvolvimento que a migração pode trazer para estes países e as questões de migração podem ser tratadas de forma sustentável e humana para todos os interessados.

 

 

Viriato Tamele

No decurso do Fórum Social Temático, crise capitalista, democracia, justiça social e ambiental que ocorre de 21 a 26 de Janeiro, 2014 em Porto Alegre, capital do Estado do Rio Grande de Sul no Brasil, elementos do Fórum Mundial de Media Livre e Fórum Mundial dos Direitos Humanos promoveram uma roda de conversa na tenda do FMDH, no segundo dia, ensolarado e quente da Porto Alegre, que os citadinos e os visitantes substituíram primeira letra do porto para forno alegre.

 

Adriano de Angelis, era o representante do FMDH, apresentou aquele fórum, dizendo que foi realizado pela primeira vez em Brasília entre os dias 10 a 13 de Dezembro de 2013, em Brasília. E que o FMDH foi uma iniciativa do Secretariado da Presidente da República para os direitos humanos. O FMDH, promove de um ambiente de debate publico acerca dos direitos humanos, e cobriu os desafios de desenvolvimento com respeito as diferenças, participação social, redução de des igualdade e confrontação de todo o tipo de violação dos direitos humanos.

Adriano de Angelis ainda disse que, o FMDH foi concebido para integrar povos, organizações e desta forma disponibilizar espaços para que fossem desenvolvidos conferências, debates temáticos e actividades organizados pelas organizações proponentes. E que foi neste espírito que o FMML, participou naquele evento, está a participar na presente roda de conversa e ainda conjuntamente irão participar no próximo FSM que se realiza em Marrocos.

Rita Freire, do FMML e Ciranda, disse que a pauta do FMDH era de interesse para o FMML porque esta considera que o comunicação é um direito humano, sendo esta um ligação e convergência entre as duas entidades. E fortalecendo desta forma o espírito do FSM que é de partilha, fortalecimento e solidariedade entre os movimentos sociais do mundo. E ainda apontou um facto importante, o da construção de sucessivas da pautas antes do FSM de Porto Alegre para evitar que a agenda dos direitos humanos e comunicação sejam dominados pelos governos, mas sim, centrados no povo.

Os representantes dos movimentos sociais vindos de África saudaram ambas iniciativas e a sua ligação. Dizendo os instrumentos africanos de direitos humanos tais como, a Carta de Arusha, que defende a participação popular e dos povos africanos no desenvolvimento estão sendo violados pelos governos quando envolvem os seus países em programas económicos com orientação neoliberal.

 

Viriato Tamele                                                                                                                

Moçambique

No dia 26 de Janeiro, Segundo dia do FSM, aconteceu na sala da imprensa na Usina do Gasómetro uma entrevista colectiva conduzida por Josué Franco da Associação das Brasileira das Rádios Comunitárias (ABRACO) e Andreas Behn da Agencia Pulsar. A entrevista esta envolvida nas dinâmicas intercontinentais das rádios comunitárias, a Rádio koch oriunda de um dos bairros da lata mais populosos do mundo Korogocho em Nairobi Kenia e a rádio favela de Aglomerado da Serra em Belo Horizonte no Brasil.

Uma das entrevistadas e apresentadora de um programa de educação cívica na rádio Koch a Catherine Wanjiku, a jornalista Juliana Cezar da Empresa Brasil de Comunicação EBC e as activistas brasileira dos direitos da mulheres seguidamente a Vilma Maria, Maria de Lurdes Isaías, Maria Pupe.

Foi uma conversa muito franca em torno da luta do reconhecimento legal das trabalhadoras domesticas, do racismo, do valor do trabalho seja ele domestico. E que apenas com o orgulho do trabalho das mulheres domesticas estas podem reivindicar os seus direitos. A participante do Kenia foi lhe perguntado sobre o papel da mulher na sua rádio ao que ela disse que dentro da Rádio Kochi pratica-se igualdade e que não havia descriminação de qualquer tipo mas que na sociedade no Kenia as empregadas domesticas ainda sofrem maus tratos e muita vezes não são pagas ou apenas são sujeitas a pagamento em bens materiais. Esta foi uma similaridade entre o Brasil e o Kenia pois as mulheres brasileiras reconheceram a existência desta pratica no seio das casas aonde trabalham.

Ficou-se com o compromisso de ligar as organizações das empregadas domesticas nos dois continentes entre o Brasil e os países falantes da língua portuguesa incluindo o Kenia na sua luta a favor da regulação do seu trabalho para que as trabalhadores tenham acesso a protecção social.

Viriato Tamele
Document2

A Integração Social do Trabalho na SADC[1]

 

                                                                                 Viriato Tamele[2]

 

 

O presente “paper” procura discutir o tema “A integração social do trabalho na SADC” com os seguintes pontos:

 

  • inicia com um referência de um texto da foto da capa de um livro de um filósofo moçambicano[3] que dramatiza a vida dos mineiros na África do Sul, mineiro por sinal seu avô;

 

  • enquadramento histórico, aonde se realça a solidariedade entre os trabalhadores emigrantes moçambicanos muito antes do nascimento dos movimento de libertação. A fundação dos Estados da Linha da Frente, SADCC e agora a SADC com o seu Plano Indicativo Estratégico para o Desenvolvimento Regional que determina a profunda integração regional;

 

  • trabalho migratório, aonde se discute o nascimento sobretudo entre Moçambique e a África do Sul. O papel que a mão de obra barata oriunda de Moçambique teve no desenvolvimento da indústria de mineração da África do Sul;

 

  • trabalho migratório, os antecedentes do trabalho migratório na região e entre a África do Sul e os países da região incluindo. E ainda se discute a ideia da portabilidade dos benefícios sociais do emprego e trabalho;

 

  • os levantamento popular “xenofobia”  contra os estrangeiros na África do Sul, um levantamento popular entre a população pobre sul africana contra os emigrantes pobres na África do Sul. E uma proposta de solução para lidar com o trabalho migratório dentro do MODO 4 do GATS da OMC;

 

  • os desafios enfrentados pelos trabalhadores emigrantes, aonde as relações do género foram articuladas;

 

  • as políticas de emprego para os jovens, aonde se propõe políticas alternativas para promover o emprego dos jovens;

 

  • mercado de trabalho, apresenta-se o seu enquadramento jurídico em alguns países da SADC e os instrumentos da SAD sobre o trabalho e o emprego;

 

  • que respostas e opções que podem ser encontradas, descrição dos instrumento que regulam o trabalho na SADC e a “portabilidade” dos benefícios sociais do trabalho; e

 

  • finalmente, se apresentam as conclusões e recomendações com a proposta da criação de um fundo para o desemprego e uma política de acesso ao trabalho para os jovens.

 

 

 

 

 

Sendo assim, ao desenvolver os temas acima procura subjectivamente guiar-se do conteúdo dos termos de referência e as perguntas abaixo previamente fornecidas:

 

  • a situação actual em relação aos sistemas de segurança social transfronteiriços;

 

  • as medidas que Moçambique adoptou ou que ira adoptar para facilitar um sistema de segurança social transfronteiriço; e

 

  • as medidas concretas que podem ser tomadas para reduzir os obstáculos que os trabalhadores emigrantes encontram com o respeito à segurança social.

 

 

A Integração Social do Trabalho na SADC

 

Para muitos dos moçambicanos que nasceram pelo menos até aos anos 70 no sul de Rio Save ou apenas sul de Save, quando ouvem alguém a falar de trabalho migratório, não são poucas as vezes associam ao mineiro moçambicano nas minas da África do Sul, ou simplesmente do “Johni”. Muitos desses moçambicanos tinham ou ainda têm pelo menos alguém próximo que tinha ido a “Johni”. O texto extraído do livro do filósofo moçambicano Severino N’goenha ilustra o drama destes moçambicanos.

 

“A fotografia da capa, feita por Moira Laffranchini, minha esposa, é a imagem do primeiro prato e primeiro púcaro que meu  pai, Júlio Jonas Tamblama Ngoenha, possuiu, enviados por meu avô, Jonas Uxlhapfeni Ngoenha, do duro labor do “John”, que lhe roubou a juventude, a vida e a possibilidade de repousar na sua terra natal.

Como reza a tradição cá da terra, fez-se uma cerimónia fúnebre com o corpo ausente onde se depositaram todos os objectos do morto. O jovem Tambhama, num gesto muito sentido e de amor filial, depositou os seus objectos “ simbólicos” debaixo de uma árvore plantada por Uxlhapfeni, meu antepassado, que não tive a sorte de conhecer.

Prato e púcaro, simples utensílios domésticos, transfigurados em objectos simbólicos, e susceptíveis de ser transformados em objectos de arte (pop arte de Andy Wahrol).

Eu herdo a tríplice dimensão axiológica possível desses objectos: a consumística – mercantil, a ritual – simbólica, a estética – formal.

A Jonas Mukadjane Ngoenha, meu filho, eu tenho que educar: mas com que valores? E para que sociedade?

Este é o questionamento fundamental de todo o processo educativo e é o paradoxo da educação em Moçambique: com que valores educar e para que sociedade?” (N’guenha 2000)

 

 

 

Enquadramento histórico

 

Solidariedade entre os compatriotas

 

Os mineiros que deram e continuam a dar as suas vidas nas minas da “Johni”, sacrificaram as suas vidas e as suas famílias em beneficio de África do Sul racista e de Portugal que recebia o pagamento em lingotes de ouro.

 

A preocupação dos moçambicanos com os seus compatriotas que trabalhavam no estrangeiro pode ser testemunhada informalmente através de organizações da sociedade civil no estrangeiro muito antes do início do movimento de libertação. Mais uma vez, nos auxiliámos de N’guenha usando os extractos do seu livro com o título, “Por uma Dimensão Moçambicana da Consciência Histórica”:

 

O nacionalismo moçambicano no sentido moderna do termo, começou de uma maneira moderada, e como a provar a importância da tomada de consciência de guerra de 1917,  ela começa exactamente lá para onde tinham emigrado grandes massas moçambicanas. Muitos e diversos grupos surgiram um pouco por toda a parte: da África do Sul, da então Rodésia do Norte e do Sul, da então Niassalândia e da Tanganhica.

Em 1958 um grupo de Macondes de Moçambique residente, na Tanganhica fundou a Tanganyica – Moçambique Makonde Union’, ao mesmo tempo que um grupo de macondes e macuas estabelecidos em Zanzibar fundava o Zanzibar – Mozambique Makonde and Macua Union’.

Nos fins de 1960, na então Rodésia do Sul, surgiram duas associações de moçambicanos estabelecidos naquele território, denominadas “ Português East África Society” e Tete East África Globe Society”, as quais agiam como sociedades de assistência aos numerosos trabalhadores moçambicanos residentes naquele território. Em Dezembro de 1962, as duas associações fundiram-se e parturiram o “ Mozambique African National Congress”. Entretanto, Em Bulawayo surgia a União National Democrática de Moçambique’. Em 1961, surgiu na Tanganhica, o  Mozambique African National Union’. (N’guenha 1999)

Os Estados da Linha da Frente (ELF)

 

No início da década de 1970, Os Presidentes Seretse Khama, do Botswana, Kenneth Kaunda, da Zâmbia, e Julius Nyerere, da República Unida da Tanzânia, líderes de países independentes na África Austral realizaram frequentes consultas entre si e criaram o que veio a ser conhecido por ELF. Presididos por Julius Nyerere, os ELF fizeram conjuntamente esforços para a libertação de países que ainda se encontravam sob o jugo colonial e do apartheid. Em 1975, a eles se juntaram Samora Machel e Agostinho Neto, presidentes de Moçambique e Angola, que acabavam de conquistar a sua independência.

 

Os ELF estavam conscientes de que a independência política não era por si só suficiente, e a experiência positiva adquirida no trabalho conjunto foi aproveitada e transformada numa cooperação mais ampla com vista ao desenvolvimento económico e social.

 

Conferência de Coordenação do Desenvolvimento da África Austral (SADCC)

Entre 1977 e 1979, os representantes dos ELF realizaram consultas entre si sobre a melhor forma de fortalecer a sua cooperação. As consultas culminaram com um encontro em Arusha, em Julho de 1979, que conduziu a criação da SADCC a 1 de Abril de 1980, na Cimeira de Lusaka, e a criação do seu secretariado em Gaborone, a convite de Khama.

Presidindo a cimeira inaugural da SADCC, Khama apelou para região integrada e para o melhoramento das estruturas dos transportes. O objectivo, afirmou Khama, era o de “criar alicerces para o desenvolvimento de uma nova ordem económica na África Austral e forjar uma comunidade unida.” Mas Khama alertou: “a luta pela libertação económica será um confronto tão amargo como foi a luta pela libertação política.”

 

O trabalho da SADCC reforçou a necessidade de cooperação regional em matéria de desenvolvimento económico. Doze anos mais tarde, os líderes da SADCC decidiram instaurar um estatuto legal e mais formal, e passaram o enfoque da coordenação de projectos de desenvolvimento para tarefas mais complexas de integração das suas economias numa comunidade regional.

 

Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC)

 

Chefes de Estados e dos Governos assinaram uma Declaração e Tratado criação da SADC , na cimeira realizada a 17 de Agosto de 1992 em Windhoek. Um objectivo-chave “o fortalecimento e a consolidação duradoura das afinidades históricas, sociais e culturais e dos laços entre os povos da região”.

A SADC  foi estabelecida em 1992, e substituiu a conferência de Desenvolvimento para a África Austral cujos os membros são: Angola, Botswana, DRC, Lesotho, Malawi, Maurícias, Moçambique, Namíbia, Swazilândia, Tanzânia, Zâmbia, Zimbabwe. Todos estes países membros assinaram o Protocolo de Comércio que a sua implementação iniciou em Setembro de 2000 e que previa o início da Zona de Livre Comércio da SADC em 2008.

 

O Plano Indicativo Estratégico para o Desenvolvimento Regional (RISDP)

 

A SADC embarcou para um ambicioso processo de integração regional, tendo para o efeito adoptado o RISDP que foi adoptado pelos Chefes de Estado e Governos da SADC na Cimeira da SADC de Dar-es-Salaam República Unida da Tanzânia, em Agosto de 2003. Este importante documento constitui a base para o desenvolvimento da região nos próximos quinze anos e é um quadro estratégico para profunda integração económica e de desenvolvimento social da SADC.

 

O RISDP estabelece um quadro coerente de prioridades, de políticas e de estratégias conducentes à integração e desenvolvimento regionais da SADC a longo prazo entre 10 a 15 anos. O RISDP visa providenciar a direcção estratégica dos programas, projectos e actividades da SADC. Os alcances e propósitos do RISDP são os seguintes:

 

  • Providenciar uma direcção estratégica para uma eficiente implementação do programa de acção da SADC para os próximos quinze anos;
  • Alinhar as metas e objectivos de desenvolvimento integrado a longo prazo com as políticas e prioridades das áreas de intervenção; e
  • Aumentar e fortalecer as ligações inter-sectoriais e sinergias.

 

O objectivo final do RISDP é aprofundar a agenda de integração da SADC, tendo em vista acelerar a erradicação da pobreza e o alcance das metas de desenvolvimento económico e social e ligar as metas de desenvolvimento e a integração regional.

 

No processo de operacionalização do RISDP, a região definiu as maiores metas a serem atingidas em termos de integração e cooperação regional tendo em atenção as áreas de integração e cooperação acima indicadas. Uma das áreas catalítica no plano é a de comércio, liberalização económica e desenvolvimento, cujas metas principais são:

 

  • Zona de Livre Comércio (2008);
  • União Aduaneira (2010);
  • Mercado Comum (2015);
  • União Monetária (2016); e
  • Moeda Única (2018).

 

Estas metas têm em vista conduzir a região para a Integração do Mercado de Bens e Serviços. As áreas de intervenção prioritárias do RISDP são:

 

  • Liberalização do mercado/económica e desenvolvimento;
  • Integração e cooperação  sectoriais;
  • Apoio infra-estrutural para a integração regional e erradicação da pobreza;
  • Segurança alimentar sustentável; e
  • Desenvolvimento humano e social.

 

Transversais:

 

  • Erradicação da pobreza;
  • Combate a pandemia de HIV e SIDA;
  • Igualdade de género e desenvolvimento;
  • Ciência e Tecnologia;
  • Tecnologias de informação e comunicação;
  • Ambiente e desenvolvimento sustentável;
  • Sector privado; e
  • Estatísticas.

 

 

 

 

O trabalho migratório

 

Grandes escalas de trabalho migratório foi procedido pela divisão colonial  da região  da África Austral que geralmente ignorou as fronteiras nacionais mesmo antes e depois das independências dos países da SADC.

 

Interessa ver o texto do nosso filosofo, antes que se realizasse a unificação territorial da África do Sul, depois da Guerra Anglo-Boer entre 1899-1902, um outro elemento iria reforçar a ligação entre os dois territórios (Moçambicano e Sul Africano); a descoberta das minas de ouro em 1870-1871. Uma massa de trabalhadores moçambicanos (mão-de-obra barata) em ordem sempre crescente, vai ser empregue na exploração das minas a partir de 1886, ano do início da exploração mineira. Assim, um novo imperativo na relação entre os dois territórios para se acrescentar ao velho problema do acesso ao mar. A interacção entre estes dois elementos tornou-se irreversível. Ele vai-se impor durante todo o período colonial como o núcleo central do contencioso entre Portugal e a África do Sul, que só vai encontrar uma solução ao problema na convenção de 1928. (Goenha 1992)

 

Por outro lado, esta interacção tornar-se-á razão principal da diferença dos dois processos económicos vizinhos. De um lado ela condicionou, um grande contributo dos trabalhadores moçambicanos, a valorização da indústria de minas do Transval, e por consequência, do desenvolvimento da África do Sul. Por outro lado, ela esteve na origem da instituição em Moçambique de uma economia de trânsito e de emigração que se constitui como vector principal da economia colonial. (Goenha 1992)

 

Hoje em dia, os países africanos são agora também países de origem e atraem trabalho migratório. De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), no início do Sec. XXI, o número de pessoas que vivem fora dos seus países de origem é estimado em cerca de 150 milhões, dos quais 100 milhões como trabalhadores emigrantes  e as suas famílias. A partir das estimativas da OIT, os países africanos encontram-se entre os países com uma das grande numero de emigrantes – cerca de 20 milhões de pessoas, ou acerca de um quinto do total global.

 

O trabalho migratório em África tem sido uma grande tradição, a África Austral em particular tem se caracterizado por grandes níveis de procura da mão de obra por trabalhadores emigrantes. O trabalho migratório tem caracterizado a região e irá continuar a caracteriza-la no âmbito da agenda da integração regional.

 

Voltando para as reflexões do nosso filosofo, as economias dos dois países estão ligados de uma maneira inexorável. Quanto a Moçambique, nem a política económica do “estado novo” (1924), nem as estratégias de transição para o socialismo (1975) chegaram a criar condições de desenvolvimento de uma economia “autocentrada” e independente.

 

Por outro lado, a economia sul africana, a partir da indústria mineira, baseada sobre uma mão de obra intensiva sobretudo moçambicana, conseguiu diversificar-se e industrializar-se, assim foi reforçado o seu poder económico em relação a todos os países da região. (Goenha 1992)

 

Nos países que registam rendas mais baixas e onde a maioria dos trabalhadores emigrantes são oriundos, tem se registado contribuições positivas dos emigrantes são reflectidas fluxos de remessas investimentos, tecnologias e desenvolvimento de talento crítico que se verifica através do retorno do emigrante e outras contribuições as comunidades.

 

O trabalho migratório na SADC mostra uma clara tendência para a África do Sul, seguido de Namíbia e Botswana – países que registam maior renda na região. Este movimentos não incluem apenas os trabalhadores dos sectores da mineração e agrícola. O Relatório da SADC de 1999 revelou que sem a exploração da emigração da mão-de-obra barata desde os anos da descoberta das minas de ouro na África do Sul, a indústria mineira e a produção agrícola teria enfrentado grandes dificuldades para ser desenvolvida até ao nível que se encontra hoje, contudo não tem havido um reconhecimento explícito de tal.

 

Os efeitos da actual crise financeira e económica já se mostra em muitos sectores da economia dos países da SADC. Mas antes a performance económica de alguns países dos membros da SADC se mantiveram robustos  com um crescimento médio de 6.4% em 2007, que era cerca de 0.5% acima do nível de 2006, mas a pobreza continua a afectar as mulheres, crianças e os idosos da forma mais desproporcionada. Aproximadamente 45% de 250 milhões da população da SADC que vivem abaixo de $1USD por dia, muitos dos quais não têm saneamento básico, água potável,  e outros serviços básicos essenciais. A maioria dos países da SADC, têm a população jovem, daí que têm novos desafios no que concerne a segurança social para esta grupo largo e vulnerável. As mulheres constituem o grupo maioritário das pessoas mais afectados, o que dá uma deficiência da cobertura da segurança social em particular na dimensão do género.

 

A actual “des” conjuntura económica, social e política na SADC é também visto como a causa do aumento dos trabalhadores emigrantes para a África do Sul, Botswana e Namíbia e ainda ligado ao aumento da pobreza, pressões económicas, instabilidade política nos países da proveniência. Entre 1990 e 2004, o número de pessoas que visitaram a África do Sul vindos dos países vizinhos aumentou de 1 milhão para 5 milhões de pessoas. Durante o mesmo período, aproximadamente 2 milhões de pessoas vindas do Zimbabwe entraram no Botswana a procura de emprego. Contudo, esta situação, colocou os governos  destes países em grande pressão pois não tinham sistemas e programas adequados para absorver uma larga número de emigrantes de outros países especialmente em relação a provisão  dos serviços sociais.

O acesso aos benefícios sociais do trabalho na SADC

 

O aumento da mobilidade do trabalho na SADC levanta questões ligados a protecção social dos trabalhadores emigrantes. Parece que devido a ciclo de vida atípico do trabalhador emigrante, este precisa de uma provisão especial no âmbito da protecção social. Contudo, a maioria dos trabalhadores emigrantes na região saíam da sua região de origem com a intenção de não regressar, mesmo assim uma grande maioria deles acabam regressando no seu país de origem. O actual rácio de regressos dos países do médio oriente e do norte de África, por exemplo, está acima do 30%. Com as melhorias nas comunicações e transportes, o movimento temporário entre os países da SADC – e migração de retorno – tende a aumentar.

 

Os governos da SADC dos países hospedeiros e dos países donde são oriundos poderão por várias razões querer encorajar o regresso dos trabalhadores emigrantes temporários devido a várias razões. Na sua zona de origem os trabalhadores são altamente benéficos para o desenvolvimento essencialmente através das remessas incluindo o investimento de capital, regresso do capital humano, e transferência  tecnológico  e talento. Contudo, a falta de um sistema de longo prazo protecção social que abrange os países da SADC beneficia os que se opõem ao regresso da migração. Depois de ter pago contribuições ao sistema de segurança social do país hospedeiro durante muitos anos, muitos emigrantes são incentivados a não regressar para casas devido ao facto de poderem perder o acesso a segurança social.

 

Em muitos países da África a Sul de Sahara, as leis nacionais dos países hospedeiros ou os acordos bilaterais entre o país hospedeiro e o país aonde o trabalhador e oriundo não tem provisão que permite o trabalhador emigrante manter os seu títulos de protecção social  que adquiriu enquanto estava a trabalhar no país hospedeiro. A perca de uma quantia substancial enquanto trabalha-se no país hospedeiro, tal perca daquele rendimento poderá pesar na hora em que um trabalhador emigrante quer decidir sobre o seu regresso.

 

Alguns países membros da SADC desenvolveram sistemas de segurança social, esses países se encontram em diferentes níveis de desenvolvimento no que concerne a provisão da protecção social. De uma forma geral o panorama revela que os poucos sistemas de protecção social  que existem estão desconectados, fragmentados e oferecem apenas protecção social – e não são portáveis ao longo da região. Os governos dos países hospedeiros dos trabalhadores emigrantes na SADC deveriam apoiar o regresso dos trabalhadores emigrantes e ainda o stress de natureza temporária da migração devido a razões políticas.

 

A migração temporária se encontra em discussão no protocolo da SADC para a circulação livre das pessoas. Contudo, um trabalhador emigrante que certamente regressa a sua casa mas não será capaz de manter os seus benefícios e desta forma possui um incentivo em não pagar as contribuições de segurança social durante a sua permanência no país hospedeiro. Consequentemente, tal trabalhador emigrante poderá procurar participar no sector informal do país hospedeiro  ao em vez de sector formal, fazendo com que a actividade económica seja extremamente difícil de monitorar e regular. Melhorando a ligação (portabilidade) a longo termo dos benefícios de protecção social poderá ser um instrumento muito útil  para os países hospedeiros para encorajar os emigrantes a participar no sector formal e a desencorajar a migração irregular. 

 

 

 

 

 

 

 

Levantamentos populares contra os imigrantes ou seja xenofobia

 

Os ataques mais mediáticos ocorreram na primeira metade de 2008 e se tornaram o ponto mais alto  da situação que tem sido gerado pelo fluxo dos africanos para a África do Sul depois do fim do apartheid. Enquanto que estes ataques visavam geralmente a todos os estrangeiros que são acusados de se apoderarem os postos de trabalho dos sul africanos e os respectivos benefícios sociais, a maior parte dos vítimas são moçambicanos e zimbabueanos. Os ataques aos cidadão de  outros países da SADC expuseram as contradições no âmbito das inspirações  da SADC como uma região de um lado, e a realidade na base, de outro lado.

 

A instabilidade política no Zimbabwe junto com o decrescimento da confidência dos investidores resultou numa performance muito pobre em sectores chaves da economia, em jeito de reacção alguns países tiveram que redimensionar as suas operações ou em alguns casos fechar ou decretar falência, o que baixou a performance dos sectores chaves da economia. Como resposta a isso, muitas indústrias reduziram as suas operações em alguns casos fecharam, o que resultou em grandes níveis de desemprego e uma “informalização” da economia. Mais ainda, como consequência registou-se uma massiva fuga de emprego na região e para fora. E ainda, os problemas da falta de energia que tem assolado a região tem deprimido a produtividade e assim reduzindo a necessidade do emprego na região.

 

As condições económicas e sociais na África do Sul, contudo não são das melhores, a taxa de desemprego é de cerca de 38 % e a inflação tem estado a subir. Recentemente há registo de levantamentos populares contra o Governo de Jacob Zuma revelando a intolerância popular ou a incapacidade do actual governo de lidar com os problemas da maioria dos sul africanos. Mesmo com programa de emponderamento dos negros ou seja “black empowerment” muitos dos jovens sul africanos não têm se beneficiado da África do Sul pós apartheid. As matanças dos estrangeiros pelos sul africanos sob o pretexto destes estarem a se apoderarem dos empregos e das mulheres e a apoteose do falhanço  das políticas sociais nacionais que têm sido projectadas para fora do país pelo governo sul africano. Estes eventos expuseram uma xenofobia e racismo profundamente enraizadas: desta vez não contra os brancos mas sim contra os pretos.

 

Como o assunto tem uma dimensão transfronteiriço, os líderes da SADC incluíram na sua agenda da cimeira de Agosto de 2008. Embora que, a SADC tenha desenvolvido importantes regras sobre a migração e na facilitação do movimento das pessoas, a recepção dos estrangeiros na maioria dos países continua sendo uma assunto muito difícil. O tratado da SADC tem como o objectivo a consolidação das afinidades culturais entre os estados. Um dos documentos da fundação da SADC realça a necessidade de se facilitar o movimento das pessoas na região, o texto foi assinado em 2005 mas ainda precisa de ser ratificado por um certo número de países da SADC.

 

No relatório de um trabalho de pesquisa sobre as oportunidades e riscos da liberalização dos serviços extraímos o seguinte: os países da SADC já manifestaram o seu interesse numa maior liberalização de movimento de pessoas, esta operação esta prevista nos acordos da Organização Mundial de Comércio (OMC) e se encontram no Acordo Geral de Comercio de Serviços (GATS[4]) mais concretamente o chamado Modo IV[5]. Sendo assim, numa base sectorial e no foco as questões que impendem o acesso ao mercado – incluindo a emissão de vistos, processos administrativos, falta de transparência e análise de necessidades económicas. Uma nova abordagem regional a nível da SADC é necessária para progredir nas negociações do Modo IV. Esta abordagem deverá ser controlada a um nível de detalhe, de forma que as negociações não sejam ultrapassadas por preocupações nos comercias. Algumas das questões incluem o estabelecimento de regras mínimas internacionais suficientes que limitam o impacto negativo do comércio sobre o movimento de pessoas, e seria compatível com os objectos globais e de desenvolvimento dos países em desenvolvimento dos sectores ou categorias de profissões onde a liberalização do movimento de pessoas é crítica para a exportação de serviços de países em desenvolvimento (Tamele 2007:34).

 

As causas da emigração

 

Preços internacionais estabilizados de ouro, platina, níquel e cobre que ajudaram a performance de recursos baseados na indústria mineira; e

 

Efeitos adversos criados pelas intermitentes secas  e cheias precipitadas pelas mudanças climáticas. As economias baseadas na agro indústria tem sido negativamente afectadas pelas chuvas erráticas e cheias com os efeitos debilitantes na indústria de agro-processamento a jusante.

 

O fim das guerras civis e a subsequente restauração da estabilidade política em Angola, Moçambique se orientou firmemente as economias destes países sobre o crescimento sustentável e percurso de desenvolvimento resultando na criação de mais oportunidades de emprego. No caso de Angola, estão sendo construído muitas infra-estruturas  tais como estradas, pontes e restauração de edifícios destruídos durante a guerra civil que criou vastas oportunidades de emprego tanto para a mão de obra local como para os emigrantes e

 

Oportunidades de empregos criados pela preparação do campeonato mundial de futebol que se realiza em Junho de 2010 na África do Sul particularmente o sector da construção civil.

 

Os desafios e os benefícios sociais da protecção social na SADC e os esforços para desenvolver um sistema social compreensivo na SADC estão sendo barrado por factores económicos, tais como, a produtividade limitada, taxas de inflação altas e persistentes, taxas de emprego informal alta e persistente, níveis de desemprego altos e persistentes, desigualdade dos rendimentos, esperança de vida muito baixa, de alguma forma possui altas taxas de nascimentos, divergentes de modelos provisões de pensões e grandes fraquezas de governação que são enfrentados pelos países com democracias emergentes e fracos subsistemas de administração pública. Sistema de governação fraco e a precisar de desenvolvimento coloca enormes desafios para uma administração eficiente. Grande níveis de desemprego e de sub-emprego, bem como dos standards de protecção social do trabalho, significa que a protecção social da região é muito fraco.

 

Desafios enfrentados pelos trabalhadores emigrantes

 

As recentes manifestações de xenofobia deixaram a nu a fraqueza da integração regional, ou seja, a integração regional apenas ocorre a nível mais alto nível político, ou seja, dos chefes de Estados. De uma forma geral o emigrante é altamente confrontada com muitos assuntos e o emprego e um dos que predomina em muitas partes do mundo. Os emigrantes têm sido vistos de uma forma ou doutra como ameaça pela sociedade hospitaleira no que respeita a competição no acesso ao trabalho, o outro problema é a exploração que os trabalhadores emigrantes são sujeitos e que têm receio de denunciar sobre a violação dos seus direitos pelos empregadores que muitas vezes violam os direitos dos trabalhadores em contratar os emigrantes ilegais em detrimento dos trabalhadores locais, como forma de se aproveitar da fragilidade dos emigrantes em detrimento dos locais. Tal tem sido exposto os emigrantes a várias formas de abuso, exploração, descriminação  e xenofobia.

 

Enquanto que os governos, as instituições académicas, as instituições de pesquisa, as organizações dos trabalhadores, o sector privado  e a sociedade civil procuram pesar os custos e os benefícios do trabalho migratório e para formular respostas através de políticas regionais apropriadas, o processo ocorre num ambiente caracterizado por uma crescente hostilidade perante os estrangeiros principalmente na África do Sul aonde até os actos de xenofobia tem ocorrido e estão até a virar rotina.

 

A mulher e o trabalho migratório

 

 “A perspectiva do género significa reconhecer que a mulher se encontra no cruzamento entre a produção e a produtividade, entre a actividade económica e o cuidar das pessoas humanas, e desta forma entre o crescimento económico e o desenvolvimento humano. Há trabalhadoras nas ambas esferas e aquelas são atingidas pelas circunstâncias e aquelas que sofrem quando as duas esferas se contrariam, e aquelas que são mais sensíveis para as necessidades da melhor integração entre as duas partes” (Fita Sen).

 

Os defensores do neoliberalismo advogam que com a sua implementação em pouco tempo irá se verificar o crescimento rápido e desenvolvimento, com o efeito “trickle down” corrigindo questões de gravidade, tais como a pobreza. Esta esperança muito pouco foi conseguido por via das políticas e reformas neoliberais excepto em muitos casos o aumento da pobreza se traduz no aumento das disparidade do género.

 

A implementação das medidas de reajustamento estrutural e também seguido da avaliação do seu impacto sobretudo nas relações de género tem sido uma área pouco estudada. Enquanto ambos homens e mulheres participam e são afectados pela actual conjuntura económica ou seja políticas neoliberais e que nem sempre é reconhecido pelas decisões políticas que tal ocorre em forma diferentes, porque homens e mulheres jogam papéis diferentes e enfrentam diferentes constrangimentos de respostas das mudanças económicas e políticas. A falha de um reconhecimento explícito da diferenciação dos agentes económicos e sociais, e até onde esses agentes tem acesso diferenciado na gestão e no uso e controle sobre os recursos económicos (terra, trabalho, capital, tecnologia e capacitação) tem implicações para produtividade, flexibilidade e dinamismo da economia.

 

Muitos dos países da SADC discutem e implementam as políticas com a vertente do género. O que ainda falta e o questionamento das políticas neoliberais que continuam a prejudicar todas estas iniciativas e esforços e perceptivelmente não têm espaço para lidar com meios de subsistência, igualdade do género e a erradicação da pobreza, que são elementos chaves para colocar a mulher no centro do crescimento económico e na agenda de desenvolvimento.

 

A maioria das trabalhadoras emigrantes tem baixa escolaridade e pouco instruídas e muitas vezes têm um conhecimento limitado acerca do acesso a informação  relacionado aos seus direitos. Assim, as mulheres emigrantes enfrentam uma vulnerabilidade tripla: como mulher, como estrangeiro e como uma mulher trabalhadora não instruída. São sempre expostos a abusos e exploração  tais como o isolamento social, assédio sexual e violência física e sexual.

 

As políticas de emprego para jovens

 

O actual governo saído das últimas eleições prometeu durante a campanha eleitoral  dar prioridade aos assuntos dos jovens pois diante do quadro de altas taxas de desemprego juvenil e da precariedade das ocupações produtivas actualmente disponíveis aos jovens, ainda não foram desenhadas políticas de juventude que pelo menos irão lidar com a juventude incluindo pelo menos três opções no que se refere ao trabalho.

 

  • A primeira, visa investir na formação técnico profissional;

 

  • A segunda, é de preparar os jovens para fazer a transição, procurando facilitar sua contratação e oferecer lhe melhores oportunidades de trabalho; e

 

  • A terceira, prolongar sua escolarização, o que eventualmente se reduza em desincentivar sua entrada no mercado de trabalho.

 

Haverá em Moçambique e nos outros países da SADC políticas que procuram combinar os três opções?

 

Um outro tipo de intervenção é aquele que visa regulamentar a participação dos jovens no mercado de trabalho e conciliá-la com a continuidade dos estudos. A actual reforma dos curricula do ensino superior deveria ter isto em conta.

 

As políticas de incentivo à contratação consistem basicamente na redução do custo de contratação dos mais jovens. As formas pelas quais se garante esta redução variam e podem ter impactos bastante diferentes em termos dos resultados.

 

Uma primeira forma é a criação de um fundo, transferindo para os estados ou para a SADC uma parte do custo salarial. Alternativamente, a legislação pode reduzir os encargos não salariais para a contratação de jovens, o que pode ser considerado um tipo de incentivo fiscal, desde que os jovens ainda mantenham os benefícios relativos a estes encargos. E ainda este subsídio deveria estimular as companhias a manter o jovem empregado por um período suficiente para que ele adquira experiência e credenciais que afectem positivamente sua trajectória futura no mercado de trabalho. O emprego subsidiado seria mais efectivo do que a oferta isolada de formação profissional na medida em que garante uma experiência de trabalho, evita que os conhecimentos do jovem se percam por conta da não contratação ou da rápida demissão. Por outro lado, há dois riscos inerentes a contratação subvencionada. Ora isto, não parece ser nada difícil e muitas instituições de dentro ou fora da SADC podem comparticipar

 

Porém a juventude da SADC não deve deixar que o seu futuro seja decidido apenas pelos decisores políticos. Estes devem-se organizar melhor e o prosseguir os seus direitos. Porém, os jovens por si devem poder vislumbrar uma política que procura integrar sequencialmente o incentivo à conclusão do ensino médio oferecendo auxílio financeiro às famílias de baixa renda com programas de aprendizagem profissional que combinam formação técnica e experiência de trabalho. Em paralelo, haveria programas direccionados aos jovens e jovens adultos que combinariam elevação de escolaridade com qualificação profissional.

 

E ainda, é possível sonhar que hoje pode se constituir de facto uma política que procura “ organizar” a transição da escola para o mundo do trabalho. E ainda manter o jovem no trabalho. Sem dúvida, ainda há problemas, assim como dilemas quanto ao momento de encaminhar os jovens  participantes para o mercado de trabalho ou quanto a que habilidades profissionais devem ser desenvolvidas.

 

Diante dessa perspectiva, cabe tecer alguns comentários de natureza que ainda pode ser vista como utópica. O primeiro uma política tendo foco menos no jovem e cada vez mais na família do jovem, uma vez que a decisão de deixar de trabalhar para estudar não só afecta a renda da família, como também implica uma nova divisão de papeis. Isto é particularmente visível no caso das jovens mulheres, que ainda arcam com a responsabilidade dos cuidados familiares e domésticos, o que claramente afecta as suas oportunidades de estudo e trabalho.

 

O comentário a seguir, diz respeito ao carácter de classe das políticas de juventude. Não é razoável esperar que tais programas confrontem a sociedade moçambicana os jovens ainda terão trajectórias bastante diferenciadas entre si não apenas em virtude da qualidade da educação que terão acesso, mas também em relação ao tipo de moratória que a sociedade e  a família lhe conferem em termos de duração e de grau de compromisso.

 

Por fim, um último é de enfrentar uma condição que se baseie parcialmente em adiar a entrada dos jovens no mundo do trabalho e muitas vezes vedar não pode ser meramente deixado em vão, sem que seja alterado. Trata-se de realmente permitir as famílias uma relativa autonomia frente aos rendimentos do trabalho. Isto vai além da atractividade dos auxílios financeiros, pois também envolve criar a legitimidade na sociedade para esta condição.

 

Se faz sentido envidar esforços para incorporar os jovens ao mundo do trabalho, então, também é preciso reconhecer e valorizar seu potencial de ampliar quantitativa e qualitativamente a força de trabalho moçambicana.

 

 

Mercado de trabalho

 

Os especialistas divergem sobre os custos e benefícios da regulação do trabalho e uma das contendas e o salário mínimo. Os proponente das políticas de trabalho olham para este instrumento como sendo uma protecção social para os trabalhadores e que assegura que os seus direitos são respeitados, que trabalham num ambiente seguro e que são pagos um salário. A regulação do trabalho em África e considerado como sendo o dos mais rígidos que existe no mundo (Banco Mundial 2004a). Contudo, o efeito médio das políticas sobre a protecção dos trabalhadores e o nível dos empregos e pequeno devido a várias razões. Primeiro, o efeito das regulações é limitado para o sector formal que conta com um número limitado das forças de trabalho. Um dos assuntos fundamentais no que toca ao mercado de trabalho em África e a falha em criar mais empregos e melhor remunerados.

 

Os trabalhadores emigrantes na sua maioria vão dos países em desenvolvimento para os desenvolvidos. A quantidade dos trabalhadores africanos emigrantes é alto na França aonde são cerca de 1,6 milhões dos 4.3 milhões que vivem nos países da OECD, o país que se segue  como destino dos emigrantes africanos é os Estados Unidos aonde cerca de 880 000 de nacionais africanos lá residem. Em princípio a migração poderia reduzir o desemprego. Mas a descriminação a favor dos trabalhadores dos países da OECD contribui para a fuga dos cérebros a partir dos países em desenvolvimento, aumentando a falta dos trabalhadores formados  em muitos países africanos. As evidências recentes mostram que os países de África a Sul de Sahara são os mais afectados pela fuga de cérebros, só para citar alguns exemplos de dois países da SADC, Madagáscar e Moçambique têm respectivamente 36% e 42% de pessoas formadas que estão fora dos respectivos países. O que significa que os gastos públicos para a educação destas pessoas não beneficia o país.

 

Políticas do mercado de trabalho

 

O principal objectivo da SADC na área de emprego e trabalho é de promover a criação do emprego e a utilização eficiente dos recursos humanos através da estimulação da demanda do trabalho nas economias da SADC enquanto asseguraríeis aceitáveis de standard de trabalho e protecção social. Na prossecução deste objectivo, a SADC procura lidar com os objectivos de alto nível do desemprego e sub emprego, baixa produtividade, standards baixos de trabalho e diferenças significantes nos quadros reguladores e o grau de protecção social na região.

 

O foco do programa de acção da SADC sobre o emprego e trabalho está na formulação e a harmonização das políticas do trabalho e emprego com vista a contribuir na agenda da SADC de profunda integração  e redução da pobreza. As áreas-chave dos programas de trabalho e emprego incluem saúde e segurança ocupacional, diálogo social e protecção social, melhoria da produtividade; standards de trabalho; desenvolvimento de uma base de dados sobre o emprego e assuntos de trabalho e trabalho migratório.

 

Para melhor vislumbrar os mercados e as políticas de trabalho e emprego na SADC escolhemos aleatoriamente Botswana, Malawi, Moçambique e Namíbia e passa-se a descrever em jeito de resumos:

 

Botswana

 

O elemento mais importante da política do mercado do trabalho em Botswana tem sido o rendimento. Aonde os salários e os rendimentos do governo são direccionados para cobrir áreas aonde as forças do mercado que determinam os preços, os salários e, podem não ter resultados adequados e eficientes. Esta política que foi adoptado pela primeira vez em 1972, com o objectivo de evitar que o rápido escalonamento dos salários podem levar a uma disparidade crescente e discórdia social. Nessa altura, a política de crescimento enfatizou desenvolvimento rural e a criação do emprego, que eram vistos como elementos-chave para a operacionalização e o alcance dos objectivos e metas de desenvolvimento nacional.

No que concerne a lei de trabalho, Botswana adoptou standards internacionais que representam direitos fundamentais necessários para que numa sociedade moderna se assegure a estabilidade social e o progresso económico, dentro do país e junto a SADC. A grande preocupação da economia do Botswana é a falta da absorção da crescente força de trabalho jovem para dentro do mercado de trabalho. Com a crescente e profunda integração regional há um potencial de que os produtos do Botswana tenham mercado, especialmente dado ao seu pequeno mercado com a população a rondar entre 2 milhões de pessoas.

 

Malawi

 

Aquando da sua independência o país herdou um legado colonial que visava abastecer a África do Sul de mão-de-obra barata para as minas de ouro. Tal como em muitos países da região esta situação ajudou a resolver o problema da existência do desemprego sobretudo dos trabalhadores sem formação. Contudo, a expansão da produção das mercadorias no início dos anos 70, o então governo de Hastings Kamuzu Banda encontrou-se diante de um conflito de interesse entre ganhar a moeda convertível através da troca das remessas e a necessidade de ter mão-de-obra local para lidar com a produção agrícola. Desta forma, Malawi suspendeu os contratos oficiais para fornecer a mão de obra a África do Sul, mais tarde a medida foi levantada. Em 1989, o governo baniu a agência que cuidava do recrutamento da mão-de- obra (TEBA) como uma reacção da testagem de HIV compensatória e agora os malawianos que procuram emprego nas minas da África do Sul o fazem por sua conta e risco.

No que concerne as políticas do mercado de trabalho, o Malawi adoptou um esboço de trabalho da SADC em 2001 chamado “Políticas, Prioridades e Estratégias” este documento propõe uma série de objectivos gerais, prioridades e estratégias dentro da promoção do emprego e regulação do mercado de trabalho. Entre os objectivos identificados na promoção do emprego consta a necessidade de se criar emprego produtivo, expansão dos salários do emprego, promoção do crescimento económico, promoção de equidade e protecção social e reduzir a pobreza. E ainda no que respeita a regulação do mercado de emprego, um dos principais objectivos inclui o desenvolvimento de regulamento de mercado de trabalho e emprego comum e políticas que reflectem uma visão comum da SADC; desenvolver políticas de trabalho migratório tem em conta a liberalização do movimento de pessoas e mão-de-obra na região, e a promoção da protecção da equidade social dos grupos vulneráveis.

 

Moçambique

 

Uma análise ao índice de emprego mostrava que Moçambique é o país que tem mais regulamento sobre a mão-de-obra entre os 10 países com mais regulados no mundo. No entanto, a mais recente lei de trabalho que foi aprovada é mais flexível e clara, mas mesmo assim é ainda mais fácil de aplicá-la. Moçambique não possui uma lei de salário mínimo, mas existe uma forma que foi estabelecida para que anualmente de uma forma tripartida (governo, trabalhadores e empregadores) decidem após uma negociação o salário mínimo, o chamado fórum de consertarão social.

 

Os mais importantes sectores de emprego formal em Moçambique incluem comércio, hotelaria, restaurantes, manufactura, construção, serviços, agricultura e serviços de motores. O sector informal emprega a maioria da população activa. Daí que a capacitação é particularmente necessária para preparar os jovens para ganhar o emprego incluindo o auto emprego no sector informal. Segundo um estudo do Banco Mundial, revelou que havia uma atitude do sector privado que era ambivalente em investir na capacitação dos seus empregados. Muitos empregadores não eram favoráveis em treinar os seus empregados.

 

Com a operacionalização dos protocolos da SADC, acredita-se que Moçambique irá enfrentar mais dificuldades em colocar os seus produtos no mercado da SADC. Se tal acontecer uma parte substancial da mão-de-obra moçambicana irá perder os seus empregos devido aos efeitos da integração regional. O Governo propôs uma rápida identificação dos sectores da economia que podem ser particularmente vulneráveis ao processo do aprofundamento da integração na SADC. Tal poderá ser estratégico pois poderá permitir que esses sectores vulneráveis sejam assistidos para se adaptar, ou permitir que não fechem as portas. Tal deverá ser crucial na adopção de uma política de mercado de trabalho.

 

Namíbia

 

Aquando da sua independência Namíbia herdou uma sociedade muito desigual devido ao colonialismos germânico seguido da anexação pelo regime do apartheid da então África do Sul. Durante essa altura, a maior parte da população recebeu apenas a educação básica e consequentemente a força do trabalho é caracterizado por trabalhadores com baixo nível de formação, que também resultou numa distribuição rácica desigual de oportunidade de emprego. Mais ainda, a economia e sociedade dualística tem resultado num sector informal com condições de trabalho altamente reguladas e um sector informal sem regras de trabalho, deixando os trabalhadores desprotegidos e vulneráveis para serem explorados.

Namíbia não possui uma política de salário mínimo, propriamente dito mas existe uma quadro jurídico que faz a provisão para estabelecer um salário mínimo.

 

 

Que respostas e opções podem ser encontradas?

 

A possibilidade de lidar com eficiência o trabalho migratório em relação ao acesso e benefícios de um sistema social regional como benefícios sociais pode ser visto como sendo uma ideia muito distante mas é crucial explorar diferentes formas inovativas para desenvolver um sistema compreensivo de protecção social na região. Para tal, é crucial que a todos os níveis seja reconhecido o contributo dos trabalhadores emigrantes para as economias dos países com as rendas mais altas em primeiro lugar a sul africana seguido da Namíbia e Botswana e subsequentemente dos restantes países.

 

De acordo com Robert Holzaman, Johannes Koettl e Taras Chernestky, no seu relatório de 2005 sobre a portabilidade dos regimes de pensões e benefícios de cuidados de saúde para beneficiar os emigrantes internacionais: uma análise de assunto e boas práticas, há quatro regimes de protecção social que podem permitir o acesso dos emigrantes a protecção social nos países hospedeiros e a “portabilidade” dos títulos de regresso ao país de origem:

 

  • acesso aos benefícios sociais e portabilidade avançada e regulada por acordo bilateral entre os países hospedeiros e os que mandam os trabalhadores, os direitos de portabilidade dos direitos adquiridos deveriam ser garantidos;

 

  • acesso aos benéficos de segurança social na ausência de um acordo bilateral, neste caso as leis sociais de trabalho do países de receptor determinam por si só como irão beneficiar e como podem ser acessíveis depois do regresso ao país de origem;

 

  • não acesso aos benefícios portáveis de segurança social, os emigrantes não podem contribuir de uma forma voluntária nos benefícios a longo termo em pensões nos países hospedeiros; e

 

  • o “des documentado” mas emigrante o que pratica no sector informal no país hospedeiro, estes emigrantes têm acesso muito limitado a protecção social.

 

Na SADC todos estes regimes não estão disponíveis, os resultados e o alcance dos benefícios sociais para os incorporar permanece também descoordenado através da região para tomar em conta as necessidade  dos trabalhadores emigrantes. Tal constituí um vazio nas políticas da SADC. Mesmo assim, a aprovação da Carta dos Direitos Sociais Fundamentais da SADC em Agosto de 2003 durante a Cimeira da SADC realizada em Dar es Salaam  e o código sobre a segurança social na SADC, assinado pelos ministros da SADC responsáveis pelo emprego e trabalho num encontro realizado em Lusaka em Fevereiro de 2007, estabeleceram normativas fundamentais.

 

Estes instrumentos se forem propriamente implementados poderão constituir um marco importante para a protecção dos trabalhadores emigrantes, especialmente dado ao aumento do movimento dos trabalhadores nas fronteiras nacionais devido a integração regional. Contudo, os dois instrumentos devem ser vistos e avaliados no âmbito dos direitos fundamentais, sendo assim, as actividade e o desenvolvimento em vista a implementação dos programas de desenvolvimento humano na região estão direccionado para atingir certas metas definidas pelos quadros estratégicos no contexto do RISDP, compromissos globais e continentais, que incluem os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (MDGs); a NEPAD; Educação para todos; Declaração de Abuja sobre o HIV SIDA; tuberculose e malária sobre malária e tuberculose; a Declaração da UA de Ouagadougou sobre o emprego e o alívio a pobreza; a Agenda do Trabalho decente para África e a Declaração de Maseru sobre o combate a HIV SIDA.

 

 

Conclusões e recomendações

 

Em alguns países, como a África do Sul, os trabalhadores emigrantes  não têm acesso ao fundo do seguro ao desemprego. Mesmo assim, o sistema de protecção social em alguns países como o Botswana, Maurícias e África do Sul cobrem até certo ponto os pobres, particularmente os membros destituídos da sociedade que são incapazes e satisfazer as necessidades básicas tais como a alimentação, habitação, e o resto dos sistemas de segurança social na região mantém-se subdesenvolvido.

 

A maior parte dos países na região confiam grandemente na segurança social como um instrumento de protecção social. Contudo, a segurança social é apenas orientada a proteger os trabalhadores formais, deixando de lado a maioria da população excluídas da provisão da segurança social. Por exemplo, na Tanzânia a existente segurança social consta que cobre apenas 5,4% da força do trabalho de cerca de 16 milhões da população enquanto que em Moçambique. O quadro não e diferente em outros países africanos.

        

A saída da escola e a entrada no mundo do trabalho são dois dos processos fundamentais para a própria caracterização da juventude no ciclo de vida, juntamente com saída da casa dos pais, a fecundidade e o casamento. Em outros termos, “a juventude depende de uma moratória, um espaço de possibilidades aberto a certos sectores sociais e limitado a determinados periódicos históricos” Esta moratória teria ser originado das exigências sociais típicas da vida adulta, especialmente, as relativas ao casamento e ao trabalho, em favor de um “ tempo legítimo para dedicar-se ao estudo e a capacitação”. Define-se deste modo um conceito sociológico de juventude, que não se reduz a uma mera categoria etária e, por isso mesmo, permite um crítica que abriga diferenças de classe e género.

 

Nesta perspectiva, o adiamento da entrada no mundo do trabalho estaria na origem da própria condição juvenil. Porém, os outros autores advertem que a juventude envolve não apenas a moratória social mencionada, mas também uma moratória vital decorrente do facto de que os jovens estão a princípio mais longe da velhice, da enfermidade e da morte que se integra a uma memoria geracional, elaborada a partir das experiências compartilhadas.

 

Daí que a condição juvenil não se restringiria apenas à experiência da escolarização descomprometida, típica de um segmento social mais ou menos restrito, mas permitiria acolher também experiências em que os eventos característicos saída da escola, entrada no mundo do trabalho etc. Não se sucedem linearmente, mas por vezes se sobrepõem ou se desvinculam.

 

A sociedade civil deveria desenvolver um trabalho de lobby e advogaria em torno da implementação da Carta dos Direitos Sociais e Fundamentais da SADC para que os seus objectivos de atingir o desenvolvimento e o crescimento económico, alívio a pobreza, aumento da qualidade e standards de vida dos povos da SADC e apoiá-los socialmente das vantagens de integração regional.

 

A nível nacional as organizações da sociedade civil, a academia e os sindicatos deveriam incluir na suas agendas de pesquisa um estudo sobre as possibilidades de estabelecimento de uma bolsa básica de rendimento. O estudo deveria incluir uma visita de trabalho a países como Namíbia aonde existe uma coligação de fundo básico de rendimento.

     

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Referências

 

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SCHADE, Klaus & MOUREEN, Matomola, (2007). Deepening Integration in

SADC: Namibia on Track to Meet SADC Targets – Regional Integration in Southern Africa Vol. 4. Friedrich Ebert Foundation: NEPRU.

 

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TABENGWA, Grace, (2007). Deepening Integration in SADC: Botswana – a Benchmark for the Region – Regional Integration in Southern Africa Vol. 5 Friedrich Ebert Foundation: BIDPA.

 

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ZWIZWAI, Benson, (2007). Deepening Integration in SADC: Zimbabwe – Missing SADC Macroeconomic Targets – Regional Integration in Southern Africa Vol. 10 Friedrich Ebert Foundation: IDS.

 

 

 

 

 

 


[1]  Este “paper” acabou de ser redigido em Maputo em Outubro de Dois Mil e Nove

[2]  Activista dos Direitos Económicos e Sociais vitamele@gmail.com

[3] De Severino Ngoenha com o titulo: Por uma Dimensão Moçambicana da Consciência Histórica.

 

[4] GATS – estabelecido em 1991, no fim da roga de Uruguay, do Acordo geral sobre Tarifas e Comércio (GATT) foi incluído como um dos 20 acordos da então fundada OMC. O alcance do GATS é vasto, este aplica-se a uma vasto leque de actividade que tem pouco ou quase nada a ver com o comércio. O GATS aplica-se a todo o fornecimento de serviços sem excepções. O GATS cobre 160 sectores incluindo transportes, investimentos, educação, saúde, comunicações, serviços financeiros, energia água e movimento de pessoas e tem 4 modos de classificação de fornecimento de serviços ou seja: Modo 1, Modo 2, Modo 3 e Modo 4.

[5] Modo 4 – presença de pessoas, através do qual individos estrangeiros entram num outro país numa base temporária para fornecer um determinado serviço.

Índice

A. Acrónimos 1
Sumário Executivo 2
B. Introdução e apresentação das actividades desenvolvidas 3
C. Metodologia 5
D. Enquadramento de monitoria e avaliação no âmbito do QI 6
E. Projectos implementados 7
1.0 Projecto de Consultoria para o Quadro Integrado “Trade Specialist” 7
1.1 Informação do Projecto 7
1.2 Preponente 7
1.3 Objectivos 8
1.4 Actividades 9
1.5 Resultados esperados 9
1.6 Implementação 9
1.7 Avaliação 10
2.0 Projecto de Assistência Financeira para aquisição de equipamento laboratorial e capacitação de pessoal 11
2.1 Informação do Projecto 11
2.2 Preponente 12
2.3 Objectivos 12
2.4 Actividades 12
2.5 Resultados esperados 13
2.6 Implementação 13
2.7 Avaliação 13
3.0 Projecto de Monitoramento de pescado para os mercados nacionais, regionais e internacionais (pesquisas laboratoriais e legislação) 14
3.1 Informação do Projecto 14
3.2 Preponente 14
3.3 Objectivos 14
3.4 Actividades 15
3.5 Resultados 15
3.6 Implementação 15
3.7 Avaliação 16
4.0 Projecto Assistência Financeira para a Produção da 3º Edição do manual do Exportador 16
4.1 Informação do Projecto 16
4.2 Preponente 17
4.3 Objectivos 17
4.4 Actividades 17
4.5 Resultados esperados 17
4.6 Implementação 18
4.7 Avaliação 18
5.0 Projecto de Produção de Normas 18
5.1 Informação do Projecto 18
5.2 Preponente 19
5.3 Objectivos 20
5.4 Actividades 20
5.5 Resultados 20
5.6 Implementação 21
5.7 Avaliação 21
6.0 Projecto de Capacitação de Técnicos no Uso de Equipamento de Laboratório e Métodos Analíticos 21
6.1 Informação do Projecto 21
6.2 Preponente 22
6.3 Objectivos 22
6.4 Actividades 23
6.5 Resultados esperados 23
6.6 Implementação 23
6.7 Avaliação 24
7.0 Projecto Produção e Melhoramento de Estatísticas de Comércio Externo 24
7.1 Informação do Projecto 24
7.2 Preponente 25
7.3 Objectivos 25
7.4 Actividades 25
7.5 Resultados esperados 25
7.6 Implementação 26
7.7 Avaliação 26
F. Impactos dos projectos e Lições Aprendidas 27
G. Conclusões e recomendações 28
H. Resumo da avaliação 30
I. Referências bibliográficas 31
J. Pessoas entrevistadas e responsáveis da implementação dos projectos 32
J. Ficha de entrevistas 33
Anexo I (Projecto Consultoria para o Quadro Integrado)
Anexo II (Projecto de Assistência Financeira para aquisição de equipamento laboratorial e capacitação do pessoal)
Anexo III (Projecto de Monitoria de pescado para os mercados nacionais, regionais e internacional)
Anexo IV (Projecto Manual de Operador de Comércio Externo)
Anexo V (Projecto Produção de Normas)
Anexo VI (Projecto de Capacitação de Técnicos no uso de Equipamento de Laboratório e Métodos Analíticos)
Anexo VII (Projecto de Produção e Melhoramento de Estatísticas de Comércio Externo)

A. Acrónimos

DF Doador Facilitador
DRI Direcção das Relações Internacionais
DTIS Estudo de Diagnóstico da Integração do Comércio
EIF/QIR Reinforced Integrated Framework/Quadro Integrado Reforçado
ES Secretariado Executivo
CII Comité Inter Institucional de Comércio
FP Ponto Focal
IF/QI Integrated Framework/Quadro Integrado
IFSC Comité de Direcção do Quadro Integrado
ITC Centro de Comércio Internacional
LDC/PMAs Least Developed Countries/Países Menos Avançados
LPAC Comité Local de Apreciação dos Projectos
MINAG Ministério da Agricultura
MIC Ministério da Indústria e Comércio
MITRAB Ministério do Trabalho
NIA Quadro Nacional de Implementação
NIU Unidade Nacional de Implementação
NSC Comité Nacional de Direcção
PARPA Plano de Acção de Redução da Pobreza
PRS Plano de Redução da Pobreza
RT Mesa Redonda/Round Tabke
SPS Medidas Sanitárias e Fitossanitárias
TAC Comité de Avaliação
TFM Gestor do Fundo Global
UE União Europeia
UTRESPO Unidade de Reestruturação do Sector Publico
UNCTAD Conferência das Nações Unidas para Comércio e Desenvolvimento
PNUD/UNDP Programas das Nações Unidas para o Desenvolvimento
OMC Organização Mundial de Comércio

Sumário Executivo

Os projectos implementados pelos sectores contribuíram no aumento da capacidade de gestão administrativa e programática dos intervenientes do desenvolvimento. Sendo assim, os sectores do governo, o sector privado e a sociedade civil, ficou claro que o comércio não era apenas assunto do Ministério da Indústria e Comércio mas sim da responsabilidade de todos os membros do Comité Inter Institucional de Comércio.
Contudo, houve dificuldades em encontrar recursos humanos capazes de apoiar devidamente os sectores a desenharem projectos relacionados com o comércio e ainda apoiar a capacitação em termos de negociações de comércio e assuntos relacionados.
Os projectos implementados pelo INE e IPEX criaram sinergias por terem sido executados multi sectorialmente com entidades tais como, Alfândegas, Banco Central, MADER, MIC, Câmara de Comércio de Moçambique, agentes de despacho e financeiros, o que reforçou o carácter abragente do programa que é governado por uma entidade que reúne instituições de governo, sector privado, sociedade civil, academia e parceiros internacionais, chamado Comité Inter Institucional para o Comércio.
Os projectos implementados pelo Ministério das Pescas / Instituto Nacional de Inspecção de Pescado tornaram possível realizar análises de metais pesados a nível nacional retirando desta forma custos em moeda convertível que era aplicado para este tipo de actividade. E ainda produzir legislação para o controle higiene sanitário dos produtos alimentares de origem aquática e Estes projectos permitiram que se fossem mobilizados e adicionados mais recursos para a expansão do laboratório disponibilizados pela DFID e NORAD complementado assim, os projectos financiados pelo IF.
Os projectos do INNOQ tiveram bons resultados porém estão alinhados com outras iniciativas financiado por outros doadores.
O projecto do MIC não foi integralmente implementado e o do INE não teve continuidade para além do financiamento.
O projecto Manual de Operador de Comércio Externo, apesar de ter sido multi sectorial foi o projecto mais fraco. E a consulta do produto resultante do projecto se revela vertical o que impossibilita o acesso através de uma escolha especifica de um instrumento.
B. Introdução e apresentação das actividades desenvolvidas no QI

O presente documento é um relatório de avaliação dos projectos financiados pelo Quadro Integrado (QI/IF) em Moçambique. Trata-se de um relatório de consultoria que tem como objectivo avaliar a planificação, monitoria, implementação e impactos dos 7 projectos ”janela 2” para melhor orientar os futuros projectos de comércio e assuntos relacionados com o comércio.
Moçambique implementou o programa do Quadro Integrado entre 2005-2010, que se materializou através da execução de 7 projectos. A implementação dos projectos foi possível, depois da realização do Estudo Diagnóstico para Integração do Comércio (DTIS) em Setembro 2004 e a elaboração da Matriz de Acção. Para facilitar a implementação do Quadro Integrado, o Governo de Moçambique reforçou o Comité Inter-Institucional para o Comércio . Foi designado o MIC/DRI como Ponto Focal e com a função de supervisionar a implementação do Quadro Integrado e assistir os sectores na identificação e na elaboração de projectos de acordo com a Matriz de Acção aprovada.
No mesmo período foram apresentados 12 projectos, dos quais somente 7 foram aprovados e implementados:
1) Ministério da Indústria e Comércio / Direcção de Relações Internacionais (MIC/DRI) – Projecto de Consultoria para a Quadro Integrado;

2) Ministério das Pescas /Instituto Nacional de Inspecção de Pescado (MP/INIP) – Assistência Financeira para aquisição de laboratório e capacitação do pessoal;

3) Ministério das Pescas /Instituto Nacional de Inspecção de Pescado (MP/INIP) – “Monitoramento” de pescado para mercados nacionais, regionais e internacionais (pesquisas laboratoriais e legislação);

4) Instituto de Promoção das Exportações (IPEX) – Manual do Operador do Comércio Externo;

5) Instituto Nacional de Normalização e Qualidade (INNOQ) – Produção de Normas;

6) Instituto Nacional de Normalização e Qualidade (INNOQ) – Capacitação de Técnicos no Uso de Equipamento de Laboratório e Método Analíticos; e

7) Instituto Nacional de Estatística (INE) – Produção e Melhoramento de Estatísticas do Comércio Externo.

Os projectos acima foram considerados mais adequados devido a sua ligação com o comércio. Apesar disso, pode-se constatar neste relatório ou mesmo analisando os projectos em anexo e o guião de orientação, que o desenho dos projectos teve muitas lacunas, pois questões importantes foram deixados de lado tais como sustentabilidade, monitoria e avaliação. A articulação da sustentabilidade foi deixado de lado e as recomendações de ligar a monitoria e avaliação com as estratégias contra a pobreza foi trocado com a modalidade NEX da UNDP.

O NEX obrigava os sectores a apresentar relatório de execução em cada 3 meses, o que fazia com que os sectores, exercessem esforços redobrados para executarem os projectos e relatarem. Tendo em conta que os mesmos não tinham provimento para contratar pessoal ligado apenas aos projectos. Esta situação, resultou em problemas de desembolsos e difícil relacionamento entre os sectores e a PNUD.

Os 5 projectos foram submetidos mas não financiados:

1) MIC/UTRESP – Capacitação Institucional dos Balcões Únicos

2) Coligação para a Justiça Económica – Monitoria do Impacto do Comércio na Redução da Pobreza em Moçambique;

3) Ministério da Industria e Comércio / Direcção de Relações Internacionais (MIC/DRI) – – Mozambique Investment Profile Review;

4) Ministério de Trabalho (MITRAB) – Reciclagem de Inspectores de Trabalho; e

5) Ministério de Trabalho (MITRAB) – Formação de Inspectores em Língua Inglesa

As 2 propostos submetidas pelo MITRAB, não foram aprovados, sucessivamente, devido ao não aprovação da então nova Lei de Trabalho e a fraca ligação com o DTIS.
Quanto ao projecto do MIC/UTRESPO, por ter se considerado que havia uma duplicação deste projecto com outros que os parceiros já estavam a apoiar.
O projecto da Coligação para a Justiça Económica , – Monitoria do Impacto do Comércio na Redução da Pobreza em Moçambique – ainda que o mesmo tenha sido considerado importante, concluiu-se que não fazia sentido um projecto de avaliação de resultados de um programa ainda por iniciar. O que revelou o pouco conhecimento da importância da monitoria e avaliação do QI, e que é recomendado pelo DTIS.
Relativamente ao projecto do MIC-DRI – Mozambique Investment Profile Review – foi referido que apesar da sua importância, estava fora do princípio de “quick-wins”, uma filosofia que tinha sido definida no início da implementação da primeira fase do QI. Porém, em 2010-2011 a UNCTAD em cooperação com o Centro de Promoção de Investimentos (CPI) realizou o Mozambique Investment Policy Review que foi publicado em 2012, colmatando desta forma aquele projecto.

C. Metodologia

Escolheu-se e aplicou-se uma metodologia centrada numa abordagem estruturada e verificável com base nas perguntas da ficha de entrevistas, constatações da natureza dos projectos, relatórios e apanhados o que orientou a análise, as conclusões e recomendações. Esta abordagem se liga aos critérios de avaliação específicos de relevância, eficiência (seus resultados e impactos), eficácia, sustentabilidade, tendo em conta as percepções, fontes quantitativas e qualitativas.

Nesta avaliação, o projecto é considerando eficiente pelo facto de ter produzido determinados impactos na redução da pobreza, enquanto que a dimensão de eficácia é a produção de resultados desejados no projecto.

A dimensão de relevância considerado a sua ligação com o Matriz do DTIS.
Um projecto é considerado sustentável se tiver articulado a dimensões de sustentabilidade e sinergias. A sustentabilidade no desenho do projecto em primeiro lugar e seguidamente se houverem elementos de resultados do projecto forem duradoiros.

Tratando-se da planificação, o desenho de projecto, monitoria e implementação como ciclo da vida de projectos avaliou-se como é que o projecto decorreu sobretudo na interacção entre a instituição que implementa, gestores do programa (QI), representante de doadores e demais intervenientes.

D. Enquadramento de monitoria e avaliação no âmbito do QI

A monitoria é um processo regular e mandatário para todos os projectos financiados pelo QI. Tem ainda como objectivo acompanhar as actividades dos projectos e assegurar que os recursos dos projectos sejam usados de forma a atingirem os resultados pretendidos.
A presente avaliação foi prevista não só pelos sectores que prepararam e submeteram projectos, mas também pelo próprio DTIS. Tendo em conta que um dos principais objectivos do IF é a integração do comércio na estratégia contra pobreza (PARPA), obriga a um mecanismo de avaliação do progresso de uma forma regular, prevê uma responsabilização na avaliação dos resultados. Mais importante ainda, garante que as decisões sobre a política comercial sejam avaliadas em termos da sua contribuição à redução da pobreza, e não em relação a interesses ou pressões restritos.
A monitoria e avaliação dos 7 projectos financiados pelo fundo do QI previa usar a modalidade NEX (National Execution) da PNUD, tendo como base, os planos de trabalho, relatórios financeiros e relatório anual a serem preparados e submetidos.

E. Projectos implementados

Os 7 projectos implementados foram apresentados por 5 instituições nomeadamente MIC/DRI, INE, INIP, INNOQ e IPEX. Enquanto que o DRI é um órgão do MIC o INNOQ e o IPEX são instituições mandatadas pelo MIC, o INIP é mandatado pelo Ministério das Pescas e o INE tem um estatuto independente e assiste o Conselho dos Ministros.

1.0 Projecto de Consultoria para o Quadro Integrado “Trade Specialist”
1.1 Informação do Projecto

O projecto de Consultoria para o Quadro Integrado foi submetido e implementado pelo MIC/DRI.
Valor USD 100,760
Implementado entre: Outubro/2006 e Dezembro 2008
O projecto de consultoria “Trade Specialist” surgiu devido a necessidade de criar capacidades no MIC e ao Ponto Focal do QI para melhor desempenhar as funções atribuídas no âmbito do QI. A iniciativa foi apresentado e aprovado pelos membros do LPAC a 14 de Dezembro 2005 e revisto a 30 de Outubro de 2006 e previa a contratação de um consultor sénior de comércio internacional.

1.2 Preponente
Ministério da Industria e Comércio Direcção das Relações Internacionais (MIC/DRI)

O Ministério da Industria e Comércio é um órgão central do aparelho do Estado que, de acordo com os princípios, objectivos e tarefas definidos pelo Governo, tutela e faz a supervisão os seguintes ramos da economia nacional: indústria alimentar e de bebidas; indústria têxtil e de vestuário, calçado e couro; indústria química; indústria metalúrgica; Indústria metalo-mecânica; electrotecnia; artes gráficas e publicação; distribuição, manutenção e assistência técnica ao equipamento industrial; indústria ligeira; comércio; e prestação de serviços.
A Direcção de Relações Internacionais, é uma unidade orgânica do Ministério da Indústria e Comércio, responsável pela elaboração, execução, avaliação e monitoria dos programas e projectos de relações económicas internacionais no domínio da indústria e comércio.
São atribuições da Direcção de Relações Internacionais: elaborar, implementar, coordenar e orientaras políticas e estratégias de cooperação no domínio da indústria e comércio a nível bilateral, regional e multilateral; reforçar a participação e representação do país nos organismos regionais e internacionais; participar nos processos negociais sobre a área da indústria e comércio; promover e coordenar as relações comerciais multilaterais no domínio da indústria e comércio; e identificar e mobilizar fundos (Fundo Comum, Aid for Trade, Quadro Integrado) e coordenar a sua implementação;

1.3 Objectivos

O projecto de consultoria tinha como objectivo de assistir o Governo a dois diferentes níveis, de uma lado apoiar a criação do Comité Inter Institucional do IF e na sequência, implementar o projecto proposto. Ao mesmo tempo iria prestar assistência na formulação e solidificação das posições nas negociações dos EPAs (Acordos de Parceria Económica).
O projecto contava ainda com os seguintes objectivos específicos: consolidar a implementação do projecto IF; aumentar a capacidade do MIC em lidar com os assuntos de comércio internacional; providenciar contribuições e consolidar estudos para os futuros mecanismos de financiamento do programa IF; assistir e consolidar os grupos de trabalho que serão o suporte do CII; e facilitar o diálogo entre os diferentes intervenientes (sector publico, sector privado e sociedade civil).

1.4 Actividades

Assistência ao IF incluía o seguinte: apoiar a implementação da Matriz do DTIS, desenvolvimento dos projectos e ligação com os doadores; identificar os projectos a serem implementados; prestar apoio no desenho dos termos de referência para a sua implementação; assistir tecnicamente o secretariado e os grupos de trabalho; assistir e consolidar o Comité Inter Institucional; assegurar a ligação e a fluxo de conhecimento com a sede do IF em Genebra e apoiar os encontros e visitas dos órgãos do IF; consolidar os grupos de trabalho do IF; e organizar os grupos de trabalho para apresentar o quadro do IF e a situação dos projectos a meio termo para os principais intervenientes do IF se apropriado.
A assistência para o desenho dos documentos dos projectos da janela II do IF, incluía: providenciar contributos para o desenho de projectos; assistir na preparação de todos os documentos necessário para os projectos no âmbito do IF; e servir de conselheiro para a implementação dos projectos do IF.
Por fim, o consultor recrutado prestou assessoria na identificação e preparação de projectos de acordo com a Matriz de Acção; na institucionalização do funcionamento do QIR e no desenho de mecanismos de monitoria e avaliação do programa.

1.5 Resultados esperados

Assim, o “Trade Specialist” ajudou na consolidação da iniciativa do QI através da ligação com os doadores e sectores identificados na Matriz de Acção do QI, bem como assessoria na elaboração dos projectos e na implementação dos projectos aprovados.

1.6 Implementação

Houve atraso do arranque do projecto uma vez que havia dificuldades em se encontrar candidatos com o perfil determinado nos termos de referência. Assim, houve necessidade de reformular a versão inicial e no lugar de se contratar um consultor optou-se por contratar-se dois consultores que se complementariam na execução do trabalho e isto só foi possível em Outubro de 2006. Contudo, uma das pessoas viria a desvincular-se do acordo celebrado com o MIC mesmo antes de iniciar com as funções. O assistente administrativo previsto no projecto não chegou de ser contratado.
Parte do trabalho do projecto foi implementado pela equipa de MIC/DRI enquanto se realizava o processo de contratação. O projecto MIC – Trade Specialist terminou em Outubro de 2007. Mas o consultor com quem o MIC havia celebrado o contracto apresentou um pedido para terminar com o seu contrato com efeitos a partir de 31 de Julho de 2007.
Desde então até a data de hoje que toda actividade de assistência ao quadro integrado está sendo feita pela equipa da DRI encarregue de assistir o Ponto Focal do QI, daí a necessidade da prorrogação do projecto de consultoria até Dezembro de 2008 e sua renovação para os anos seguintes enquanto durar a iniciativa do QI.
A renovação e contratação do consultor iria permitir os sectores com projectos em curso pudessem ser assistidos tecnicamente, o que é necessária para o re início; também permitiu a medição da primeira fase do Quadro Integrado, os resultados conseguidos e o seu impacto no crescimento económico e na redução da pobreza.

1.7 Avaliação

Eficiência, impactos e relevância – O projecto foi eficiente por ter apoiado o programa QI até o presente momento. O projecto surgiu tendo em conta a necessidade de apoiar o programa QI sendo relevante e com impacto positivo por suportar o programa QI.
Eficácia – O projecto, porém não foi eficaz por não ter atingido os resultados pretendidos sobretudo a não implementação da componente de apoio as negociações dos Acordos de Parceria Económica (EPAs).
Sustentabilidade – O projecto não foi implementado na integra por isso não é sustentável.
Planificação, Desenho de Projecto, Monitoria e implementação – A vida deste projecto foi interrompida, por isso, as dimensões de planificação, desenho do projecto, monitoria, implementação e impactos não se efectivaram, apesar disso as actividades do projecto foram asseguradas pela DRI, mesmo assim, não se pode aferir estas dimensões.

2.0 Projecto de Assistência Financeira para aquisição de equipamento laboratorial e capacitação de pessoal
2.1 Informação do Projecto

O projecto de Assistência Financeira para aquisição de equipamento laboratorial e capacitação do pessoal

Projecto Valor USD 137,090
Implementado entre: Fevereiro/2006 e Fevereiro 2007

O projecto se insere na matriz do DTIS nº 21 e 22 Cumprimento da qualidade e standards do SPS para assegurar o acesso ao mercado internacional; e melhorar o acesso do mercados dos produtos pesqueiros nacionais.
A falta de equipamento específico para a determinação dos metais pesados, histaminas e pesticidas dificultava o cumprimento antecipado e na íntegra do papel do INIP, complicando a avaliação dos níveis de contaminação, segurança do pescado e dos produtos de aquacultura para que possa respeitar as exigências do mercado internacional.
Foi devido a estas circunstâncias, que este projecto foi identificado não só apenas para a aquisição e instalação do equipamento laboratorial, mas também a capacitação do pessoal para que possa por sua vez satisfazer os standards e regulamentos e implementar os métodos analíticos necessários.
Trata-se de um projecto de aquisição de equipamento laboratorial e capacitação de pessoal em analises laboratorial e analíticos de forma a poderem usar o equipamento adquirido e se avaliar níveis de contaminação dos produtos pesqueiros, material de processamento e meio ambiente.

2.2 Preponente

Ministério das Pescas
Instituto Nacional de Inspecção do Pescado

Uma da tarefas do Ministério das Pescas é de salvaguardar o acesso dos produtos pesqueiros ao mercado e para que esta tarefa seja satisfeita, o Ministério das Pescas, criou o Instituto de Inspecção de Pescado que por sua vez monitora a qualidade e a segurança dos produtos pesqueiros.
O INIP é responsável de administrar 3 laboratórios no sul, centro e norte do pais. Como parte da sua missão de promover a aplicação de standards nacionais e internacionais no processamento dos produtos pesqueiros, sobretudo, no que diz respeito aqueles exigidos pela UE e outros países desenvolvidos. Estes laboratórios têm o papel fundamental de apoiar os programas de inspecção regulares de pescado bem como providenciar serviços analíticos para o sector pesqueiro.

2.3 Objectivos

Os objectivos do projecto incluíam a instalação o equipamento laboratorial e aplicação de métodos para analisar os metais pesados, histaminas e pesticidas de forma a respeitar as exigências do mercado internacional, capacitação os técnicos no uso do equipamento laboratorial e métodos analíticos e estabelecer o conhecimento sobre o maneio das opções do SPS.

2.4 Actividades

As actividade do projecto foram de aquisição de equipamento laboratorial para analisar metais pesado e histaminas e bem como a aquisição de conhecimento para o uso do mesmo equipamento.

2.5 Resultados esperados

Como resultado, o INIP melhorou o processo de inspecção tornando os exportadores capazes de processar os testes do SPS no país possível reduzindo os recursos e o tempo que eram aplicáveis a esta prática.
O projecto produziu conhecimento que esta a ser usado na promoção de atracção dos investimentos.
O projectos teve os seguintes resultados, melhoria do acesso ao mercado dos produtos moçambicanos demonstrado pelo facto de que em 2010 as exportações atingiram 11.959,13 toneladas contra as 11.220,40 de todo o ano de 2009, isto é, um aumento de 738,73 toneladas, em termos absolutos, equivalentes à taxa de crescimento de 7%.

2.6 Implementação

Com a aquisição de equipamento para o laboratório o INIP foi capaz de atrair financiamento adicional para expandir as instalações laboratoriais através do apoio do DFID e a NORAD complementado desta forma o projecto financiado pelo IF.

2.7 Avaliação

Eficiência, impactos e relevância – o projecto foi eficiente por ter contribuído para um impacto positivo que é o acesso ao mercados dos produtos pesqueiros e relevante devido a sua ligação com a Matriz do DTIS
Eficácia – o projecto foi eficaz por ter cumprido com os seus objectivos principais.
Sustentabilidade – a dimensão de sustentabilidade não foi articulada no desenho do projecto. E tendo em conta a natureza do projecto de fornecimento de equipamento, a sua sustentabilidade pode ser medido pela sua vida útil, capacidade de reposição e manutenção, enquanto, que a capacitação do pessoal e o numero limitado do pessoal capacitado torna o projecto não sustentável e desenho do projecto fraco.
Planificação, Monitoria e implementação – Devido ao sucesso do projecto as dimensões de planificação, monitoria, implementação e seus impactos foram positivos, sobretudo o acesso ao mercado dos produtos pesqueiros.

3.0 Projecto de Monitoramento de pescado para os mercados nacionais, regionais e internacionais (pesquisas laboratoriais e legislação)
3.1 Informação do Projecto

Projecto de Monitoramento de pescado para os mercados nacionais, regionais e internacionais (pesquisas laboratoriais e legislação)
Valor USD 103,900
Implementado entre: Junho/2008 e Maio 2010
Este projecto, também se insere na matriz do DTIS no 21 e 22 Cumprimento da qualidade e standards do SPS para assegurar o acesso ao mercado internacional; e melhorar o acesso do mercados dos produtos pesqueiros nacionais.

3.2 Preponente
Instituto Nacional de Inspecção do Pescado

3.3 Objectivos

Os principais objectivos do projecto era de fazer um estudo a escala nacional sobre a ocorrência e a observação dos metais pesados, histaminas de forma a assegurar a qualidade da exportação dos produtos marinhos e desenhar novo regulamento para o moluscos com vista a diversificação das exportações.

3.4 Actividades

O projecto contava com as seguintes actividades: deslocação aos locais de recolha de amostras de metais pesados; colheita de amostras; compra de material para colheita de amostras e fornecimento do laboratório; consultoria; análises e publicações
Algumas atividades tiveram que ser alteradas o que ocorreu processo de implementação das atividades previstas para o quarto trimestre de 2007, a saber: a visita ao locais planificado para amostragem de metais pesados e as coleta dos dados.
De salientar que certas das atividades programadas para o período em referência iniciaram sem necessidade de intervenção financeira foram realizadas antes da disponibilizarão dos fundos.

3.5 Resultados

O projecto tinha como resultados o protecção da saúde do consumidor; criação de uma confiança dos consumidores ao assegurar e providenciar a alta qualidade dos produtos marinhos; e melhorar a imagem da industria.

3.6 Implementação

O processo de implementação das atividades planificadas deparou-se com algumas dificuldades entre as quais o não recrutamento do especialista devido a falta de concorrentes e o aumento dos preços.

3.7 Avaliação

Eficiência, impactos e relevância – O projecto foi eficiente por ter produzido normas, porém o seu impacto não pode ser determinado pela avaliação, mesmo assim, é projecto relevante por estar inserido na matriz do DTIS.
Eficácia – O projecto foi eficaz por ter cumprido com o seu objectivo principal que é a produção e promulgação de legislação hígio-sanitário
Sustentabilidade – É um projecto sustentável, porque o resultado principal são regulamentos duradoiros para serem usado pelos utentes.
Planificação, Monitoria e implementação – Devido aos resultados do projecto as dimensões de planificação, monitoria, implementação e impactos foram positivos.

4.0 Projecto Assistência Financeira para a Produção da 3º Edição do manual do Exportador
4.1 Informação do Projecto

Projecto Assistência Financeira para a Produção da 3º Edição do Manual do Exportador
Valor USD 49,000
Implementado entre: Agosto 2006 e Dezembro 2006

O IPEX verificou que devido a dinâmica de comércio internacional, necessitava produzir e reproduzir o primeiro manual de comércio para melhor orientar os investidores e companhias nas suas operações de comércio externo.
Tendo como consideração o número 33 da Matriz de Acção do DTIS, diversificação dos produtos e mercado – melhoria da compreensão das exigências e oportunidades relacionados com os acordos regionais e preferenciais de comércio o IPEX propôs o projecto do Manual do Operador do Comércio Externo.

4.2 Preponente

O Instituto de Promoção das Exportações (IPEX) é uma unidade sócio-económica com fins não lucrativos, criado em 1990, com objectivo de impulsionar e coordenar a execução de medidas e políticas que visem o desenvolvimento das exportações moçambicanas.

4.3 Objectivos

O objectivo deste projecto era de produzir 4000 exemplares do Manual sendo 3000 em CD ROM e 1000 em “hardcopy”.

4.4 Actividades

O projecto previa a contratação de um consultor para fazer o levantamento, a analise e preparar a informação relevante para a produção do manual de acordo com os termos de referência.
A monitoria e avaliação foi realizada por um grupo de trabalho coordenado pelo IPEX.

4.5 Resultados esperados

Pretendia-se com este projecto a melhoria do ambiente dos negócios, aumento dos investimentos e redução da corrupção.

4.6 Implementação

A iniciativa orientou-se pelas matérias relacionadas comércio, procedimentos de importações e exportações e pesquisa ao mercado de forma a melhorar o ambiente nacional de negócios, especificamente para as PMAs.
O projecto Manual de Operador de Comércio Externo foi um trabalho multi sectorial que juntou o IPEX, MIC, Câmara de Comercio de Moçambique, Banco Central, Alfandegas, MADER.

4.7 Avaliação

Eficiência, impactos e relevância – O projecto apresentou um produto de difícil acesso por isso não foi eficiente nem relevante, devido fraca ligação com o numero da Matrix de Acção escolhida.
Eficácia – O produto resultante é uma compilação de vários instrumentos sendo ineficaz
Sustentabilidade – o projecto não produziu sinergias e o desenho do projecto não articulou a sustentabilidade, por isso, trata-se de uma projecto não sustentável e com um fraco desenho de projecto.
Planificação, Monitoria e implementação – o projecto é uma lista de compras, sendo assim, as dimensões de planificação, monitoria, implementação e impactos não são aplicáveis.

5.0 Projecto de Produção de Normas
5.1 Informação do Projecto

Projecto de Produção de Normas
Valor USD 147,271.50

Implementado entre: Outubro 2008 e Janeiro 2012
O projecto implementada se inseria nos números 21 e 22 da Matriz de Acção: Alcançar os standard de qualidade para assegurar o acesso ao mercado internacional, melhorar o acesso ao mercado externo dos produtos moçambicanos, e traduzir as normas da SADC e os standards internacionais para a língua portuguesa.

5.2 Preponente

Instituto Nacional de Normalização e Qualidade (INNOQ)

O INNOQ tem como objectivo estabelecer o Sistema Nacional de Qualidade de forma a melhorar a qualidade de produtos e serviços através da Normalização, Certificação, Metrologia e Gestão de Qualidade.

O INNOQ é membro da Organização Internacional de Estandardização (ISO), trabalha com o Grupo de Peritos sobre a Normalização da SADC. Ao mesmo tempo, o INNOQ é o ponto focal do Acordo de Barreiras Técnicas para o comércio (TBT) da OMC. Na área da Metrologia o INNOQ é membro correspondente da Organização Internacional para a Metrologia Legal (OIML)

O INNOQ consciencializa várias instituições sobre a necessidade de introduzir sistemas de qualidade e atingir a certificação. Tendo em conta, a necessidade de apoiar o desenvolvimento industrial e apoiar as exportações o INNOQ implementou o projecto de produção de Normas.

A necessidade de desenvolver uma política de qualidade que conduziria a melhoria da qualidade de vida do cidadão através da satisfação dos seguintes objectivos: protecção e manutenção da saúde e segurança do consumidor; conservação sustentável e protecção ambiental, contribuição para um ambiente condutivo ao desenvolvimento; contribuição no aumento das qualidade dos produtos e das exportações; criação de uma cultura de qualidade e consciencialização; e desenvolvimento do potencial humano.
Tendo sido identificada as circunstâncias acima. E a necessidade de assistência técnica não só no campo da metrologia industrial mas também na metrologia legal e calibração bem como na normalização e procedimentos de avaliação e conformidade.
5.3 Objectivos

O projecto de Produção de Normas tinha como objectivos providenciar assistência técnica no campo da metrologia, sua legalidade e calibração.
Especificamente tinha como objectivos desenvolver e publicar regulamentos standards sobre os seguintes produtos, amêndoa de caju, água, papaia, ananás, manga, litchi, chá, banana, copra, amostras de solo, material de construção, segurança e saúde no trabalho.

5.4 Actividades

As actividade desenvolvidas foram de produção, publicação e disseminação de normas. Foram constituídos grupos de trabalho que organizaram encontros de consulta ao publico e realizaram oficinas de validação das propostas.

5.5 Resultados

O projecto resultou em 24 normas de especificações para a castanha e amêndoa de caju; código de boas praticas para o processamento da castanha de caju e para as árvores de castanhas; código de boas práticas para a prevenção e redução de contaminação de aflotoxinas em árvores de castanhas; código de práticas para a embalagem e transporte de frutas frescas e vegetais; normas para arroz, banana, batata, tomate; código de prática para embalagem e transporte de frutas e vegetais tropicais; código de boas práticas higiénicas para as frutas frescas e vegetais; sistemas de gestão de segurança de alimentos, princípios gerais de higiene de alimentos, chá preto – definição e requisitos básicos, chá – classificação através de análises do tamanho das partículas; chá preto – vocabulário; métodos de amostragem para o chá, lichi – especificações; sistemas de gestão da segurança e saúde no trabalho; avaliação de conformidade, critérios gerais para o funcionamento de diferentes tipos de organizações que executam a inspecção; postes de madeira –tratamento de madeira; postes de madeira – características e dimensões, veículos – dimensões de veículos automóveis, reboque e semi-reboques; e equipamento informático.

5.6 Implementação

Esta iniciativa apoiou a tradução de standards estrangeiros e/ou internacionais para a língua portuguesa; fotocopiar os documentos de trabalho; organizar encontros de comités técnicos; realizar testes laboratoriais, visitas e anúncios; testes de leitura e impressão de standards nacionais; e promover a adopção de diferentes intervenientes.

5.7 Avaliação

Eficiência, impactos e relevância – O projecto foi relevante por ter se complementado com outros projectos cujos seus impactos elevaram a visibilidade da instituição e é relevante por estar inserido na matriz do DTIS.
Eficácia – O projecto foi eficaz por ter atingido os objectivos definidos.
Sustentabilidade e desenho de projecto – Apesar de não te articulado a dimensão de sustentabilidade no seu desenho, o projecto produziu normas sendo assim sustentável mas com um desenho de projecto fraco.
Planificação, Monitoria e implementação – as dimensões de planificação, desenho de projecto, monitoria e implementação ficaram condicionados devido separação dos projectos (os 2 projectos financiados pelo QI).

6.0 Projecto de Capacitação de Técnicos no Uso de Equipamento de Laboratório e Métodos Analíticos
6.1 Informação do Projecto

Valor USD 132,749.90
Implementado entre: Outubro/2008 e Março 2010

O projecto também se inseria nos números 21 e 22 da Matriz de Acção: Alcançar os standard de qualidade para assegurar o acesso ao mercado internacional, melhorar o acesso ao mercado externo dos produtos moçambicanos, e traduzir as normas da SADC e os standards internacionais para a língua portuguesa.
O projecto de Capacitação de Técnicos no Uso de Equipamento de Laboratório e Métodos Analíticos foi criado no âmbito das necessidade de providenciar assistência técnica não só no campo da industria metrologia e nem apenas na metrologia legal e calibração mas bem como a capacitação em normalização em conformidade com os procedimentos de avaliação.

6.2 Preponente

O Instituto Nacional de Normalização e Qualidade (INNOQ) é um instituto público, de âmbito nacional, tutelado pelo Ministério da Indústria e Comércio, dotado de personalidade jurídica e com autonomia administrativa.
O Instituto Nacional de Normalização e Qualidade (INNOQ) foi criado em 1993, pelo Decreto-lei nº 2/93 do Conselho de Ministros, de 24 de Março.
O Instituto Nacional de Normalização e Qualidade (INNOQ) foi criado com o objectivo fundamental de impulsionar e coordenar a Política Nacional da Qualidade, através da concretização das actividades de Normalização, Metrologia, Certificação e Gestão da Qualidade, tendo em vista o desenvolvimento da economia nacional.

6.3 Objectivos

O projecto tinha como objectivos, a capacitação técnica e investimento em infra-estruturas (testes e laboratórios) necessários para o INNOQ; e alcançar as medidas SPS e standards de qualidade para assegurar o acesso aos mercados internacionais.

6.4 Actividades

Concretamente, através da capacitação institucional pretendia-se o seguinte: treinar 2 técnicos de metrologia, um técnico da metrologia legal, treinar cinco técnicos nos procedimentos standards, realizar um seminário de consciencialização sobre os instrumentos de verificação e calibração, capacitar os auditores de qualidade e consciencializar os interveniente sobre a avaliação de conformidade.

6.5 Resultados esperados

A agilização do processo de normalização dos produtos pesqueiros e agrícolas que ao mesmo tempo obedeçam as medidas SPS, exigidas no mercado internacional foi também alcançado através da implementação deste projecto
E ainda melhorou os standards de habilidade de escrita; os comités técnicos de gestão, técnicas de controle de qualidade e a qualidade, segurança e competitividade dos produtos nacionais.
O projecto teve como resultados, o aumento de capacidade na metrologia legal e industrial, a melhoria do conhecimento dos técnicos sobre a estandardização e avaliação
Tendo em conta que o Governo de Moçambique através do INNOQ pretende facilitar o processo certificação fazendo que os exportadores tenham certificados válidos no país a iniciativa visou a redução de custos associados e inerentes à certificação.

6.6 Implementação
(idem 5.6)

6.7 Avaliação

Considera-se o mesmo que foi dito na avaliação do projecto anterior por se tratar de um único projecto mas repartido em 2.
Eficiência e relevância – O projecto foi eficiente por ter se complementado com outras projectos do INNOQ, através dos seus impactos e relevante devido a sua forte ligação com a matriz do DTIS.
Eficácia – O projecto foi eficaz por ter cumprido com os seus objectivos de aumento de capacidade técnica.
Sustentabilidade e desenho de projecto – É um projecto não sustentável, porque o resultado principal aumento de capacidade estava destinado um numero limitado de técnicos e devido a mobilidade a capacidade instalada pode ruir. E ainda, o desenho do projecto é fraco.

Planificação, Monitoria e implementação – Os impactos foram positivos pelo aumento da capacidade técnica. Enquanto que as dimensões de planificação, monitoria e implementação ficaram condicionados devido separação dos projectos (os 2 projectos financiados pelo QI).

7.0 Projecto Produção e Melhoramento de Estatísticas de Comércio Externo
7.1 Informação do Projecto

O Produção e Melhoramento de Estatísticas de Comércio Externo
Valor USD 298,177
Implementado entre: Julho/2006 e Julho 2007
O projecto implementado estava inserido nos números 19 e 47 da Matriz de Acção do DTIS: Melhorar a recolha, disseminação e analise da informação em geral e particularmente os dados estatísticos; e Monitorar o impacto do comércio na pobreza

7.2 Preponente

Instituto Nacional de Estatística (INE) é o órgão do Governo responsável pela compilação e disseminação de estatística, incluindo estatísticas de comércio internacional.

7.3 Objectivos

O objectivo geral deste projecto era de dotar o INE de capacidade de lidar com como os dados de comércio externo em harmonia com os standards internacional.

7.4 Actividades

As actividades do projecto incluíam, a instalação, adopção e assimilação de dados estatísticos totalmente funcionais internacionalmente reconhecidos e acreditados bem como analise de sistemas; produção atempada de estatísticas de comércio precisos numa base mensal e anual; operadores do sistema SAS altamente treinados; e manuais de operação e registo de metodologias standards e de rotina.

7.5 Resultados esperados

O projecto esperava ter os seguintes resultados:
• Harmonização com os Standards internacionais;
• Melhorados dados de estatísticos das alfândegas e do comércio;
• Dados de comércio normalizados entre os sectores;
• Base estatística para o controle monetário (taxas de câmbio) melhoradas, transparentes e mais refinadas bem como a política fiscal, recolha de impostos e a conta nacional da indústria e agricultura;
• Melhorada a habilidade analisar e monitorar praticas desleais de comércio;
• Decisões de política melhoradas bem como a performance a nível micro; e
• Redução de dados irregulares.

7.6 Implementação

Com a implementação deste projecto os sistemas do INE atingiram os standards internacionais através da aquisição de hardware e software e capacitação do pessoal.
Com a implementação do projecto a capacidade institucional foi reforçada com o uso de standards e regulamentos empregues na produção de estatísticas para o comércio externo. Como a capacitação em operação de SPSS melhorou a recolha, tratamento e análise de dados; verificou-se maior eficiência nas técnicas de controle de qualidade e métodos de análise de dados consistentes o que permitiu o reconhecimento internacional do INE. Desta forma, melhorou-se a disseminação e tornou os dados estatísticos mais apurados.
A melhoria da qualidade dos dados e a redução de atrasos da sua disponibilização teria benefícios transversais que ao mesmo tempo levariam a melhoria das decisões políticas e performance dos projectos de nível micro.

7.7 Avaliação

Eficiência, impactos e relevância – A eficiência do projecto foi positivo, porém seu impacto foi momentâneo porque só produziu resultados durante a sua implementação. E trata-se de um projecto relevante por estar inserido do DTIS.
Eficácia – O projecto não foi eficaz porque os seus efeitos não foram para além do tempo da sua implementação.
Sustentabilidade – Pelos motivos atrás mencionados o projecto não é sustentável.
Planificação, Monitoria e implementação – As dimensões de Planificação, Monitoria e Implementação não foram positivas porque logo que o projecto terminou as actividades do mesmo não foram inseridas nas instituições executoras.

F. Impactos gerais e lições apreendidas

Os projectos financiados pelo IF, visavam o aumento de capacidade institucional e de pessoal, sendo assim o MIC/DRI, INIP e o INNOQ bem como o IPEX, este ultimo que implementou um projecto de informação e visibilidade registaram melhorias de performance na prestação de serviços e redução de custos inerentes as suas operações, desta forma os seus impactos directos são positivos.

Os projectos do INIP e do INNOQ, tiveram ainda impactos bastante positivos adicionais, pelo facto de terem conseguido sinergias através de projectos adicionais e de complementaridade, estes últimos apoiado por parceiros bilaterais, o que contribuiu para maior acesso à informação de comércio e investimento; maior acesso ao mercado internacional e a competitividade dos produtos nacionais.

Porém, o impacto dos mesmos projectos é extensível a terceiros, ou seja os que procuram os serviços daquelas instituições. Sendo assim, a medição de impactos a terceiros se revela limitada porque os projectos não colocaram instrumentos que facilitariam tal exercício. E a presente avaliação não tinha provimento para este cobrir esta componente.

Fora daquele quadro, encontra-se o projecto do INE que devido a rotatividade do pessoal da Alfandegas enfrentou dificuldades de continuidade depois do fim do projecto. Este facto, mostra a fraca ligação entre as instituições na responsabilização da planificação e no tratamento dos resultados do projecto que resultou na não incorporação desta actividade no trabalho do pessoal das alfandegas.

O Programa IF em Moçambique no quadro da ajuda ao comércio enfrentou dificuldades, sobretudo de concepção e implementação dos projectos, porém a suas contribuições vieram para ficar. Este relatório analisou os projectos financiados pelo fundo do IF no quadro das sua planificação até a implementação bem como os seus impactos. As lições apreendidas e suas implicações são de importância estratégica para a planificações de futuros programas e projectos de ajuda ao comércio, ou seja:
1. A necessidade de assistir tecnicamente os sectores no ciclo dos projectos no quadro do programa QIR é obvio. Porém, é necessário que seja feito com a consulta ou participação dos todos os beneficiários, dando a todos os intervenientes o papel chave em definir prioridades, planificar, implementar, monitorar e avaliar as iniciativas;
2. Tendo em conta a tendência da redução de ajuda orçamental, os programas temáticos como o QIR, que tem uma abordagem de fundo de apoio dentro do quadro de Ajuda ao Comércio deveriam ser encorajadas e bem implementadas para que a Ajuda ao Comércio seja mais relevante no país;
3. Considerando que os sectores tiveram a tendência de submeter propostas projectos de capacitação, a diversificação deveria ser considerada para o futuro. Desta forma, o apoio ao sector produtivo ou organizações produtivas (cadeia de produção de frutas, vegetais, pescado, oleaginosas, grãos e industrias criativas) deve ser levado em conta para os futuros projectos do QIR como resposta aos desafios da liberalização de comércio e sobretudo da erosão das preferências;
4. Tendo em conta as sinergias criadas e as complementaridade de alguns projectos a planificação, desenho do projecto, implementação, monitoria e avaliação dos futuros projectos do QIR devem incluir a dimensão de continuidade;
5. Houve uma fraca sincronização entre aprovação, desembolso e implementação o que frustrou as expectativas de todos os intervenientes;

G. Conclusões e recomendações

Os projectos implementados pelos sete sectores contribuíram no aumento da capacidade de gestão administrativa e programática de cada uma daqueles sectores e no geral para os intervenientes do desenvolvimento nomeadamente Governo (e seus sectores), sector privado e sociedade civil. O IF contribuiu para que o comércio não seja visto como apenas assunto do Ministério da Indústria e Comércio mas sim da responsabilidade de todos os sectores que lidam com o comércio e assuntos relacionados.
A implementação dos projectos criaram sinergias e complementaridades o que poderá ser uma referência sólida para o QIR. Apesar disso, o seu sucesso foi muito limitado e várias razões terão concorrido para que tal aconteça, foi uma combinação de factores desde o limite financeiro, decisões de gestão do programa, a não implementação do NIU e a fraca apropriação do programa pelos intervenientes
A monitoria e avaliação dos projectos seguiram a modalidade NEX econtrariamente as exigências do IF que estabelece que cada projecto deveria seguir as suas especificidades e o uso de mecanismos locais ligados a estratégia contra a pobreza para escolher a modalidade de revisão e avaliação.
Tendo em conta que a implementação do NEX é um tarefa complexa e difícil, apesar de haver directrizes e orientações de monitoria e avaliação. E tendo em conta que o NEX era e é um processo em contínuo melhoramento tendo em conta que improvisam enquanto diante desafios de implementação práticos, o uso desta modalidade no QIR devia ter sido ser profundamente avaliada.
H. Resumo da avaliação
Eficiência Eficácia Relevância Sustentabilidade Planificação Projecto Monitoria Implementação Impactos
MIC/DRI Afirmativo Não Afirmativo Não Fraco Fraco NEX Fraco Positivo
INIP1 Afirmativo Afirmativo Afirmativo Não determinado Positivo Positivo NEX Positivo Positivo
INIP2 Afirmativo Perfeito Afirmativo Não Positivo Positivo Positivo Registou atraso Por determinar
IPEX Não Não Não Não Muito fraco Muito fraco NEX Muito fraco Por determinar
INNOQ1 Afirmativo Afirmativo Afirmativo Afirmativo Positivo Positivo NEX Positivo Positivo
INNOQ2 Afirmativo Afirmativo Afirmativo Afirmativo Positivo Positivo NEX Positivo Positivo
INE Limitado Não Afirmativo Não Fraco Fraco NEX Fraco Limitados

I. Referências bibliográficas

AfDB (2006), Mozambique 2006-2009, Country Strategy Paper. African Development Bank. Tunis. Tunísia.
CCM, GDM, FDC and G20. 2007. Seminário sobre a Avaliação das Organizações da Sociedade Civil nos Observatórios da Pobreza. Workshop na Beira, 29-30 Março 2007, Not-published.
Cline W.R. (2004). Trade policy and global poverty. Institute for International Economics. Washington, DC. USA.
Enhanced Integrated Framework. http://www.enhancedif.org/
Enhanced Integrated Framework. (2012) Mid-Term Review. SAANA Consulting.
FRANCISCO A., (2007), Poverty Observatory in Mozambique, Final Report.
Plano de Acção de Redução da Pobreza Absoluta 2006/9.www.portaldogoverno.gov.mz/…gov/programa/fo_parpa_2
Relatório Anual INIP (2010). http://www.inip.gov.mz/
Tamele, V. Observatório da Pobreza para Quem? In Notícias 2006.
Tamele, V. Comércio e Pobreza, in Notícias 2007.
UNCTAD, New York/Geneva (2006). The Least Developed Countries. Report 2006, Developing the Productive Capacities. http://www.unctad.org/en/docs/ldc2010_en.pdf
UNCTAD, New York/Geneva (2006). Trade and Development Report, 2006. Global Partnership and National Policies for Development. http://www.unctad.org
UNCTAD, New York/Geneva (2006). UNCTAD Contribution to the Mid-Term Review of the Programme of Action for the LDCs for the Decade 2001-2010. Progress made, Results achieved and Lessons Learned. http://www.unctad.org

J. Pessoas entrevistadas e responsáveis da implementação dos projectos

Agonias Macia Tel. 00258 82025650
Ministério da Indústria e Comércio
Departamento das Relações Internacionais
Ana Timana Tel. 00258 824768750
Ministério das Pescas
Instituto Nacional de Inspecção de Pescado
Benjamin Cesarino Tel. 00258824249160
Instituto Nacional de Normalização e Qualidade
Carlos Riquixo Tel. 00258 829754620
Ministério das Pescas
Instituto Nacional de Inspecção de Pescado
Cirilo Tembe Tel. 00258 827286255
Instituto Nacional de Estatística
Manuel Gaspar Tel. 00258 823012130
Instituto Nacional de Estatística
José Jossias Tel. 00258 823076980
Instituto de Promoção das Exportações
Octávio Franscisco Instituto de Promoção das Exportações

K. Ficha de Perguntas

Perguntas

1. Até aonde os projectos satisfizeram os objectivos do QI?

2. Quais a principais razões do progresso ou da falta da tal satisfação?

3. Se refere as medidas de planeamento, monitoria e avaliação do vosso projecto

4. Que medidas institucionais foram adoptadas e implementadas no quadro da implementação das estratégias relacionados com o comércio?

5. Que elementos de continuidade e sinergias foram realizados?

6. Terão os recursos e os imputs (fundos; tempo e talento dos membros do Conselho de Administração e os componentes da estrutura do QI do(s) projecto(s) sido convertidos em resultados

7. Que recomendações

CONTENTS

ABBREVIATIONS 3
FOREWORD 4
EXECUTIVE SUMMARY 6
A. ECONOMY, DEVELOPMENT AND POVERTY REDUCTION PROSPECTS 8
ECONOMIC OVERVIEW 8
MACROECONOMIC POLICY 9
DEVELOPMENT AND POVERTY REDUCTION 13
HUMAN DEVELOPMENT, SOCIAL PROTECTION AND LABOUR 15
GENDER 16
TRADE IN SADC AND SERVICES NEGOTIATIONS 19
B. SERVICES 21
BANKING AND INSURANCE 22
ENERGY 30
TOURISM 32
TRANSPORT AND COMMUNICATIONS 34
TRANSPORTS AND PORT LOGISTICS 36
TELECOMMUNICATIONS 45
MODE IV 48
CONCLUSIONS 50
REFERENCES 53
INSTITUTIONS AND PEOPLE CONTACTED 54
Table List
TABLE I.A – MACROECONOMIC INDICATORS 9
TABLE II.A – BUDGET 11
Table III.A – Public Finance Table IV.A – Public Finances 12
Table V.A – GDP by sector 14
Table VI.A – Mozambique has received the following request 20 Table VII.A – Schedule of Service Negotiations 21 Table VIII.B – Credit to the sectors 25 Table IX.B – Transport and communication growth rate 36 Table X.B – Trading across borders in Southern African Countries 42 Table XI.B – Donor Coordination 44 Table XII.B Mobile phone penetration 47

ABBREVIATIONS

BdPES Economic and Social Plan Review
CAGR Compound Growth Rate
EMOSE Empresa Moçambicana de Seguros
DRFI Disaster Risk Financing and Insurance
DTIS Diagnostic Trade Integration Study
CPI Center for Promotion Integration
FDI Foreign Direct Investment
GATS genral Agreement of Trade in Service
GDP Gross Domestic Production
GPI Gender Parity Index
GOM Government of Mozambique
LNG Large Liquefied Natural Gas
LPI Logistics Performance Index MIC
ICT Information and Communication Technology
INIP Instituto Nacional de Investigação Pesqueira
MPDC Maputo Port Development Corridor
PARP Poverty Reduction Strategy
PERPU Strategic Plan for the Reduction of Urban Poverty
PES Economic and Social Plan
RITES Rail India Technology and Economic Service
SADC Southern Africa Development Community
SMEs Small and Medium Entreprise
SPI Gestão e Investimentos
UNWTO United Nations World Tourism Organisation
WTTC World Travel and Tourism Council
WTO World Trade Organisation

Foreword

As the present study is an update of previous one and what was recommended is still has its merit we decided to use the 2007 foreword that was written by Ricardo Meléndez-Ortiz
Chief Executiv of ICTSD:

Eleven years after services were included in the multilateral trading system, the WTO’s General Agreement on Trade in Service (GATS) remains an unfinished project. It continues to arouse scepticism among its original proponents, given the arguably low level of liberalization attained so far, and there exists a deep concern among others with regard to the policy orientation of its provisions.

In the context of international negotiations, the GATS was the result of a complex process of political quid pro quos that propelled services on the agenda of the Uruguay Round negotiations. By and large, major services providers in the US and Europe acted as demandeurs for services rules and for a process that would lead to global trade expansion in the sector. Their counterparts in developing countries were more perplexed and their development concerns, though omnipresent in the process, were ultimately left vague. The absence of data, commercial insecurity and a crippling perception of an unfavourably tilted playing field prevailed in development circles throughout the negotiations. Broad public policy issues remained off the negotiations table. Difficult tensions – arising, for instance, from the fundamentally different approaches of diverse public law traditions to the role of the state in the provision of certain services – permeated the discussions. In short, the eight years of discussion that led to the creation of the GATS represented a hugely rich, creative and analytical effort, characterised by complexity, technicality and a high degree of politisation.

The implementation of the agreement has perpetuated this pattern. As we move into the liberalisation phase mandated as a built-in agenda in the GATS, policy-makers in developing countries, academics, civil society analysts and advocacy organisations have expressed serious reservations about the potential implications of requiring developing countries to make greater market access concessions; the need to sequence liberalisation; the lack of adequate domestic regulatory frameworks; the imperative of universal access for essential services; and institutional reform and good governance. The unresolved discussions on whether liberalisation and the further advancement of negotiations can proceed in the absence of the mandated impact assessment of implementation seems to be most troubling for practically all parties. Indeed, a comprehensive policy analysis of the implications of trade in services for sustainable development, and of the policy spaces available for implementing public policies, is still missing.

At the national level, the impact of services liberalisation on the local economy is among the most challenging and controversial issues. In many developing countries, the services sector has grown over the last two decades to comprise roughly half of their gross domestic production. At the same time, trade in services continues to comprise only small portion of total trade flow, with most services being domestically generated and supplied., Yet the sector remains largely underdeveloped, and the regulatory framework is inadequate.

At international level, most developing countries have had difficulties articulating their negotiations positions beyond rhetoric and general statements. So far, only a handful of developing countries have submitted formal requests and offers. While it is true that there may have been posturing due to the perception of deficient progress in the other negotiations areas, for some it is simply a lack of genuine understanding or familiarity with the GATS and the WTO negotiating context. This is symptomatic fo a lack of deeper, substantive knowledge of their interest in specific sectors and modes of supply and rules, as well as a lack of human resources in relation to negotiating capacity. However, as heavy domestic support measures in agriculture, non-tariff barriers, preference erosion and supply side constraints continue to hamper least developed country (LDC) exports to the markets of developed industrialized countries, the services trade is steadily gaining momentum as an alternative channel for providing new opportunities for diversification and export oriented economic growth

Mozambique, like many LDCs, continues to be compounded by a lack of data or real statistics of trade in services. To address this concern, ICTSD has commissioned a series of studies on the opportunities and risks of liberalising services trade in selected developing countries as part of its programme on Trade in Services and Sustainable Development. These country studies look at Bangladesh, Guatemala, Mozambique, Nicaragua, Pakistan, South Africa and Tanzania. The studies have been carried out in cooperation with local researchers and experts through a participatory process involving a wide range of domestic stakeholders. As such, these studies are intended as a practical tool for policy makers and non-state actors with an interest in services trade. They have been designed to contribute to the reality of developing countries’ services economy and to identify offensive and defensive negotiating interests.

As a least developed country, Mozambique is not obliged to take on additional commitments, though it remains actively involved in the GATS negotiations by pursuing a strategy of ‘critical engagement’. For Mozambique, services liberalisation can play a positive role in improving the competitiveness of the goods sector and other services, as well as increasing the efficiency of domestic services sectors and export opportunities. At the same time, Mozambique is involved in other regional and bilateral trade negotiations such as the Economic Partnership Agreements with the European Union where further liberalization in services has been high on the agenda.
The present study, produced in collaboration with the Economic Justice Coalition, shows that services like transport, electricity and tourism are highly tradable and are priority sectors for Mozambique, which is fast becoming an exporter of these goods. This is an important fact that should be given due consideration since available statistics show that the level of market concentration in the services and utility sector tends to be significantly higher that of the manufacturing sector. Mozambique’s strategic geographic location also makes it a natural regional transport and service hub connecting several countries in Southern Africa namely: Botswana, South Africa, Swaziland, which is evidenced by the major role in rendering transport and logistical services to the region.

This study comes at an opportune time for Mozambique. By implementing concerted measures for macroeconomic stabilization and structural reforms, the country looks to transform its economy towards a higher degree of openness and export orientation. In this context, the paper provides a much needed backstopping analysis for the definition of Mozambique’s negotiations interests in bilateral, regional and multilateral negotiations

We you will find this pleasant and informative reading and an effective contribution to the debate.

EXECUTIVE SUMMARY

Mozambique achieved an impressive average of 7.2 percent growth thanks to the boost in coal mining production, coupled with strong performance in the financial services sector, transport and communications, and construction, increased the GDP. The strong economic expansion has promoted investment in the country’s weak infrastructures, developed around the three main logistic corridors.
The financial system has been the fastest growing sector, and overall financial intermediation has deepened. There are still high borrowing costs but the interest rate spread between loans and deposit rates is going down. The system remains both small and limited and levels of financial exclusion are very high, with the poor not access funding.
The insurance service is a challenge and affects the reinsurance. both reinsurance and insurance are heavily correlated to the global trends. The growing number of providers shows how is linked to the current economic growth and stability.
The WTTC estimate that in 2011 travel and tourism contributed in total 7.0 percent of Mozambique’s GDP. The tourism being transformed, which required legislation reform. The GOM is keenly interested in developing the tourism sector as one of the economic growth engines.

Mozambique has 2,700Km of coast, the third largest coastal extension in Africa representing a potential to develop the industry of transport and logistics nationally. The railway coal transport specifically had increased 94.5 percent due the coal transportation.

The cost of export and import in Mozambique are about 60 percent of the average costs in Sub-Saharan Africa, and the time required to export and import is around 70 percent of the Sub-Saharan average.

The telecommunications environment is one of the less developed markets in sub-Saharan Africa, although a concerted effort has been underway for the past years to correct this situation. The mobile development has been part of the Mozambican government’s institutional reforms that include the inception of a sector policy.

The trade in services are being negotiated under the SADC following objectives and principles based on progressive liberalization stated on SADC Trade in Service Protocol that aim to promote interdependence and integration of its member states economies.

The initial offer and request in SADCC trade services negotiations came from only 4 states, Lesotho, Mauritius, South Africa and Zambia. The Request targeted almost all member states with some exceptions.

In general, the member states request are aiming to cover a broad sub sectors covering commitments Mode 1, 2, 3 and the few requests aiming specific to the Mode 4 referred in the horizontal commitments in telecommunications, audiovisual, courier, telecommunications, transport.

The report is update findings outdated opportunities, the improving country bargaining position in negotiations, the promotion investment, the access of technology and the increase compositeness among the national service providers. As it is already reported the sectors not only face trade in service negotiations lack of capacity but they lack on basic understanding of the matter. The GOM must act quickly with capacity building programme to fill the gap otherwise the Mozambique GATS commitments are in risk.

Viriato Tamele
Maputo

A. ECONOMY, DEVELOPMENT AND POVERTY REDUCTION PROSPECTS.

1. ECONOMIC OVERVIEW

Mozambique has a high population growth rate at 2.8 percent and an estimated 300 000 new entrants into the labour market every year. The current country’s high economic growth rates have largely been driven by capital-intensive projects, particularly in extractive industries.

The overall unemployment rate stands at 27 percent of formal economy is largely urban in nature and accounts for only 32 percent of all employment. As a result, many of the new entrants into the labour market are forced into marginal jobs in the informal economy, both in rural and urban areas, with little prospect of reliable employment.
Mozambique achieved an impressive average growth of 7.2 percent during the last decade. The continuation of high Foreign Direct Investment (FDI) inflows, mostly in extractive industry, together with strong agricultural growth and infrastructure investment may have driven growth to 7.5 and 7.9 percent in 2012 and 2013.
The export base remains narrow, with more than half of exports being aluminium. Only 15 products registered annual exports higher than USD 1 million, traditionally including cashew, shrimp, copra, sugar and cotton.
The boost in coal mining production, coupled with strong performance in financial, transport communications and construction services helped to push GDP real growth rate to 7.2 percent in 2011.
The rollout of pro-poor measures prepared during 2011, coupled with an ambitious infrastructure investment programme should have widened the fiscal deficit from ‑3.3 in 2011 to ‑6.8 and ‑7.4 percent in 2012 and 2013. The claimed re-negotiations of contracts with mega-projects and the diversification of the revenue base, in particular through enhanced extractive sector taxation, is paramount to sustain and promote an inclusive growth agenda. Other literature reports, a hard-line approach to renegotiation could lead to adverse long-term effects for Mozambique, including in terms of risk perceptions and potential litigation costs. Any discussion could easily be envisaged, however (IPR 59-2012 )
In response to the 2010 civil unrest the government restructured its development agenda around a new Action Plan for Reducing Poverty 2011 – 14 (PARP), focused on increased agricultural production, promotion of employment linked to the development of Small and Medium-sized Enterprises (SMEs) and investment in human and social development.
2. MACROECONOMIC
Mozambique’s main medium-term economic structural challenge is the broadening of its fiscal base. Aid flows were expected to decrease continually from 51.4 percent of budget in 2010 to 39.6 percent in 2012.
TABLE I.A – BACROECONOMIC INDICATORS
2010 2011(E) 2012(P) 2013(P)
REAL GDP GROWTH 6,8 7,2 7,5 7,9
REAL GDP PER CAPITA GROWTH 4,5 5,0 5,2 5,6
CPI INFLATION 12,7 10,8 7,2 5,6
BUDGET BALANCE % GDP -4,0 -3,3 -6,8 -7,4
CURRENT ACCOUNT % GDP -12,1 -25,6 -25,5 -20,0
SOURCE: AFRICA OUTLOOK, DATA BASED ON ESTIMATIONS USING INE DATA; ESTIMATES (E) AND PREDICTION (P) BASED ON AUTHORS’ CALCULATIONS

2.1 Fiscal Policy and Budgeting

Along with strong growth, the Central Bank’s policy consistent by tight monetary measure, supported by a prudent fiscal policy, reduced the end of year inflation from 12.7 to 10.8 percent in 2011. Prospects of a further decrease in inflation to 7.2 in 2012 and stabilisation at 5.6 percent in 2013, will allow a monetary policy easing in 2012, targeting credit expansion.
The main pillars of Mozambique’s fiscal policy continue to be the strengthening of revenue collection, reducing transfers, and supporting disinflation. The 2011 budget projected a 6.5 percent fiscal deficit to accommodate the government’s medium-term growth and poverty reduction objectives, based on overcoming the country’s infrastructure and skills’ deficiencies, while providing enhanced social safety nets. The excessive burden of fuel and other emergency subsidies introduced in 2010 to calm social unrest, led to a budgetary revision with a partial phasing out of these subsidies. The budget also introduced a 7 percent increase in expenditure, re-allocating resources from capital to current expenditures designed to create new social protection schemes.
Despite these extra-budgetary expenses, lower than expected resort to non-facilitated grants and slow disbursements of donor-financed capital spending, coupled with strong revenue collection, produced a fiscal deficit of just ‑3.3 percent.
The 2012 budget is a structured response to address the social challenges and support the PARP 2011‑14, which is focused on an inclusive growth model. Education and Health will have a budgetary real increase of 6.32 and 4.42 percent respectively, while capital expenditure will suffer a real decrease of 7.2 percent.

TABLE II.A – BUDGET
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2012 2013
Population, mn 3 20.5 e 21 e 21.5 e 22 f
Nominal GDP, US$bn 3 8.1 10.6 e 10.5 e 11.6 f
GDP per capita, US$ 4 395 e 506 e 490 e 530 f
Real GDP growth, % change y-o-y 5 7 6.8 e 5.8 e 6.5 f

Budget balance, MZMbn 5 -25.4 -42 e -44.8 e -53 f
Budget balance, % of GDP 1,4 -2.1 -2.1 e -5 e -4.1 f

Consumer prices, % y-o-y, ave 6 9.2 14.7 3.5 e 3.8 f
Consumer prices, % y-o-y, eop 6 12.1 11.8 1 e 6.5 f
Lending rate, %, eop 3 18.9 18 15.5 e 14.5 f
Real Lending Rate, %, eop 7 8.9 2.9 11.6 e 10.4 f

Exchange rate MZM/US$, ave 3 25.6 23.91 26.55 e 26.5 f
Exchange rate MZM/US$, eop 3 23.5 25.1 28 e 25 f

OPEC basket Price, US$/bbl, ave 2,8 69 95.4 e 45.5 e 48.5 f

Goods Exports, US$bn 5 2.4 2.6 e 2.1 e 2.3 f
Goods imports, US$bn 5 2.8 3.5 e 3 e 3.3 f
Balance of trade in goods, US$bn 5 -0.4 -0.8 e -1 e -1 f
Current account, US$bn 5 -0.8 -1 e -1 e -1 f
Current account, % of GDP 4 -7.8 -8.1 e -7.4 e -7.1 f

Notes: e BMI estimates. f BMI forecasts. 1 fiscal balance including grants; 2 Global assumptions correct when forecasts generated; Sources: 3 IMF. 4 Mozambique authorities/IMF/BMI calculations; 5 Mozambique authorities/IMF; 6 INE; 7 IMF/BMI calculations; 8 OPEC. http://www.meamonitor.com/file/7011/home.html

There are, however, fiscal challenges on the horizon. In the short term, financing both the investment plan and the social protection schemes to sustain social peace will strain fiscal resources. In the medium term foreign aid support, which represents 40 percent of budget, is expected to diminish.
Fiscal revenue collection increased from 19.6 percent of GDP in 2010 to 20.2 percent in 2011 and is expected to reach 20.6 percent in 2012. Nevertheless, a revision on natural resource extraction and mega-project taxation is crucial.

2003 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
TOTAL REVENUE AND GRANTS 24.7 25.6 25 26.5 27.1 29.7 29.4 27.3 26.1
TAX REVENUE 14.3 12.9 14.1 15 15.6 18.1 19.1 18.3 17.3
OIL REVENUE – – – – – – – – –
GRANTS 9.5 10.6 9 9.4 9.5 9.1 7.7 6.5 6.3
TOTAL EXPENDITURE AND NET LENDING (A) 30.2 27.2 27.3 33 32.6 33.6 32.7 34.2 33.5
CURRENT EXPENDITURE 14.2 14.4 15.3 14.8 18 19 18 17.5 16.4
EXCLUDING INTEREST 13 13.7 14.7 14.2 17.5 18.2 17.1 16.4 15.8
WAGES AND SALARIES 6.7 7.2 7.7 7.9 8.9 9.3 8.5 8 7.6
INTEREST 1.2 0.8 0.6 0.5 0.5 0.9 0.9 1.1 0.6
PRIMARY BALANCE 11.4 -0.9 -1.8 18.3 12.9 14 13.4 13.7 14.3
OVERALL BALANCE -4.3 -1.6 -2.4 -6 -5 -3.1 -2.4 -5.8 -6.8
Table III.A – Public Finance

Source: Economy Outlook
Figures for 2010 are estimates; for 2011 and later are projections.
Currently, revenues from these activities represent roughly 5 percent of company profits due to fiscal exemptions and benefits. If the fiscal regime were fully applied the figure would rise to 30 percent.
Customs performance and trade facilitation have the potential to improve significantly with the introduction of the Janela Única Electrónica , the electronic taxing system E-tributação and other internal soft applications.
Table IV.A – Public Finances
2008 2009 2010 2011 2012 2013
Trade balance -11.6 -13.2 -12.8 -25.3 -24 -16.7
Exports of goods (f.o.b.) 26.7 22.2 25.3 14.6 14.2 18.5
Imports of goods (f.o.b.) 38.3 35.4 38.1 39.9 38.2 35.2
Services -4.1 -4.7 -5.5 -6.7 -5.9 -6.8
Factor income -8.5 -2.6 -0.9 -0.2 -1 -1.2
Current transfers 7.8 7.9 7.1 6.6 5.4 4.7
Current account balance -16.4 -12.6 -12.1 -25.6 -25.5 -20
Source: Economic Outlook, Figures for 2010 are estimates; for 2011 and later are projections.

3. DEVELOPMENT AND POVERTY REDUCTION

On 14 September 2011, for the first time in 20 years, an overseas shipment of 35 000 tonnes of coal was made from the Beira seaport by the corporation VALE, placing Mozambique on the global coal market. The thermal coal came from the company’s 1.7 billion US dollars (USD) Moatize open cast mining project in the Tete Province, considered by investors to be one of the world’s largest untapped mine fields.
The reserves, made of approximately 30 percent thermal and 70 percent higher value metallurgical coal, are geographically well positioned to to the shipped through Nacala Port serve the emerging countries Indian, Brazilian, Chinese and beyond.
With the expansion of production in Tete, overall coal output in 2011 reached nearly 1 million tonnes, contributing to GDP real growth increase of 7.2 percent. Large investments in natural resources are quickly changing Mozambique’s economy, increase service demand and could potentially alter the country’s prospects in the medium taking advantage of opportunities and reduce the risks.
The coal sector continues to expand and attract large investments. VALE has already announced its intention to expand Moatize’s capacity from the 11 million tonnes per year it expects to reach by the end of 2014, to 26 million tonnes per year with an investment of USD 6 billion, which will include expansion of railway.
In spite of economic growth generated by mega-projects, and added competitiveness provided by infrastructure development, the impact on poverty reduction has been minimal.
The PARP focuses particularly on increasing agricultural production. The sector, which represented 30.9 percent of GDP in 2011, is expected to grow by 9.9 percent in 2012. However, cashew nut production, Mozambique’s traditional cash crop, is forecasted to flatten at 112 800 tonnes, up from 105 000 tonnes in 2010.
Table V.A – GDP by sector
Description 2006 2010
Agriculture, forestry, fishing & hunting 27.9 30.9
Agriculture, livestock, forestry and fisheries – –
Of which agriculture – –
Mining and quarrying 1.4 1.5
Of which oil – –
Manufacturing 16 13.2
Electricity, gas and water 5.8 4.7
Electricity, water and sewerage – –
Construction 3.2 3.1
Wholesale and retail trade, hotels and restaurants 15.5 17.9
Of which hotels and restaurants 1.5 1.6
Transport, storage and communication 10 10.1
Transport and storage, information and communication – –
Finance, real estate and business services 8.9 7
Financial intermediation, real estate services, business and other service activities – –
General government services – –
Public administration & defence; social security, education, health & social work – –
Public administration, education, health 4 4
Public administration, education, health & other social & personal services – –
Other community, social & personal service activities – –
Other services 7.3 7.6
Gross domestic product at basic prices / factor cost 100 100
Wholesale and retail trade, hotels and restaurants – –

Source: Economic Outlook estimated figures

The strong economic expansion has promoted investment in the country’s weak infrastructures, developed around the three main logistic corridors (Maputo, Beira and Nacala) that serve coal exports, and link the hinterland countries.
Notwithstanding the strong economic dynamics, the most relevant economic development of 2011 was the discovery of extensive off-shore natural gas reserves. Nearly 424 trillion cubic metres of natural gas reserves, were discovery approximately 40km offshore Rovuma delta in north of Cabo Delgado Province If proven correct, the cumulative natural gas reserves will rank Mozambique 4th in the world for natural gas reserves, behind the three giants, Russia, Iran and Qatar. The scale of reserves justifies the construction of a Large Liquefied Natural Gas (LNG) plant in Mozambique. The potential windfall revenues could reshape Mozambique’s economic and human development in the medium term, if the benefits are balanced through Mozambican people and investors.

4. Human Development, Social Protection and Labour
The budgetary allocation to priority sectors increased in 2012 by 6.8 to 66.7 percent of the budget. Social safety nets were strengthened with the broadening of the direct cash transfer mechanisms to the most vulnerable groups coupled with the maintenance of subsidies to urban public transportation and productive public works programmes, in a bid to minimise the negative effects of the rising cost of food and fuel prices on the poor.
There have been significant advances in relation to key indicators of human and social development, with a substantial decrease in the areas of child and maternal mortality and an increase in net enrolment rates.
According to the United Nations Development Program (UNDP) Human Development Report 2011, Mozambique ranks in the top 25 highest performers in the world, measured in absolute term increases, with an average increment of 2.49 percent since 2000.
Despite the loss of one place in the ranking the country is well placed in regard to indicators for life expectancy and expected years of schooling. The current low ranking of 184th out of 187 countries is mostly due to a long-lasting low average of indicators, by nature are slower to upgrade.
In Mozambique 80 percent of the workforce has not completed upper primary school and only 13 percent completed secondary school. The skills profile poses serious challenges to the country in terms of improving productivity and employability of the labour force.
The Government is pursuing an ambitious reform agenda to align the technical and vocational training system to the needs of the market, and to promote the financial sustainability of the professional education system to cope with the challenges of expansion of both quantity and quality of the training provided. This includes increasing private sector involvement in vocational training and monitoring the dynamics of a fast-growing labor force and a fast-changing economy.
An unconditional cash transfer system targeting vulnerable groups (elderly, disabled and chronically sick) reaching out about 150 000 people is underway. In general, the existing schemes have limited coverage, offer fragmented assistance and are not well resourced. In order to implement the National Strategy for Basic Social Security the Government approved the set of Programs for Basic Social Protection in 2012.

The 2012 budget is addressing the social challenges and support the PARP 2011‑14 and introduced a 7 percent increase in expenditure, re-allocating resources from capital to current expenditures designed to create new social protection schemes.

It is estimated that 300 000 youths join the labour force every year. To address the pressing challenges of vulnerability and urban unemployment, the creation and rolling-out of safety nets are currently being pursued by the Strategic Plan for the Reduction of Urban Poverty (PERPU) aimed at the inclusion of youth and unemployed people in urban areas in the labour market, by empowering them with adequate skills.
There is a need to develop a coordinated work between MIC-DRI, Ministry of Labour and the emigration authority to include the Mode 4 commitments in request preparation of Mozambique. The instrument can protect the former mozambican workers from Mozal that informal are working in Qatar aluminium smelter and sappers working in post conflicts countries.
5. Gender
Mozambique has produced a set of well-designed and well-articulated gender policies over the last decade based on the nation’s commitment to gender, including a National Gender Policy since 2006. At this stage in the country’s development, the dilemma is how to translate gender policy into action. For example, although the issue of women’s and girls’ rights to education is widely accepted, at community level much needs to be done to translate these rights into changed structures and practices. HIV/AIDS poses a greater challenge as the prevalence rates show that women, especially young women, are most affected.
Nevertheless, primary school enrolment of girls has expanded more is needed to be done in order to narrow gender gaps and to increase enrolment of girls in upper primary, secondary levels and in the technical and vocational sector. In higher education, the proportion of women students has remained constant in recent years with a Gender Parity Index (GPI) of 0.49. The country continues to progress by increasing the representation of women in politics and decision-making structures, including decentralized levels. Strategic actions are also needed to reduce the gender role disparities in rural areas and in formal business.

Mozambican researches also took a “big picture” approach, investigating the conflict between commercial agriculture and small-scale substance farming (Andrade et al. 2009). For instance, the community of Maragra near Manhiça village were the sugar cane is produced, focused on approximately 50 women, most employed through seasonal contracts in the cane plantations of the Maragra Sugar Company.

These women, who face disadvantages stemming from their gender, class, and place of origin, have worked to change their circumstance, by creating a cooperative that includes both individual farms and collective farms. With this as their base, they are attempting to claim rights, as well as access to tractors to mechanise their familiar production and other services needed for sugar monoculture and its agro industry.

6. Trade and Services negotiations in SADC
The country absorbs one of the highest Aid/GDP ratios in Africa, averaging USD 89.2 per capita, although FDI is now the main driver for economic development and regional integration. Mozambique is responsible for 70 percent of SADC goods transit, with logistic corridors linking the deep water coastal ports servicing four neighbouring landlocked countries, Malawi, Zambia, Zimbabwe and Swaziland.
Transport and Communications led FDI projects in 2011 with USD 511.8 million. The emerging countries have assumed an increasing role, as China became the second largest investor since 2010 and is expected to invest over USD 13 billion in the next ten years, mainly in infrastructure (ports, roads, energy). Furthermore, is expected an investment of USD 4 billion over the next four years, focusing on agriculture, mineral resources, infrastructure and health.
Coal exports, which started in 2011, are expected to overtake aluminium as the main export. The prospect for a LNG plant to be ready in 2018 could make natural gas Mozambique’s main export product.
Mozambique still imports a considerable volume of machinery, vehicles, fuel and consumer durables, mainly from South Africa (35 percent), Asia (26 percent) and Europe (24 percent). The country’s exports are mostly directed to Europe (54 percent).
The volume of intraregional trade remains low at 19 percent of GDP, awaiting the consolidation of SADC free trade tariffs, which were initiated in 2008. Bilateral agreements were signed with Malawi and Zimbabwe to enforce the rules of origin based on a product’s value. The country enjoys preferential access to European markets under the interim EPAs signed in 2009.

6.1 Service Negotiations

The SADC through its 17th Trade in Service Forum of Negotiation of SADC (TNF-Services) has agreed that the member states must submit the first initial request of at least 2 sectors of the priority areas (finance, transport, communications and tourism) in 2012. Nevertheless, the 18th TNF realized that only 4 member states had submitted the initial request.

The GOM through MIC-DRI in conjunction of other sectors has scheduled the elaboration of the first list of services liberalisation to be submitted to the SADC secretariat and circulated to the member states.
However, the preliminary contacts made to the sectors to speed up the process it were clear that the lack of capacity to prepare the request and offers was big challenge.
In order to overcome this situation MIC-DRI has requested the SADC Secretariat to organise a workshop were the sectors are being requested to participate to reinforce the process. The meeting is planned to take place in June of the current followed by the TNF-service meeting that will take place in South Africa or Victoria Falls.
During the preparation of the process the following objectives were identified: the need to raise awareness to better understand the issues related to the SADC Trade in Services Protocol and its the guide of the negotiations; to the need of an effective participation in the negotiation process, to the need to provide a clear capacity/understanding of the Offer and Request process specifically to identify areas to be targeted in order to provide technical assistance and institutional capacity

Table VI.A – Mozambique has received the following request

COUNTRY REQUEST

LESOTHO POSTAL;
TELECOMMUNICATIONS;
AUDIO-VISUAL;
AIR TRANSPORT;
ROAD TRANSPORT;
TRANSPORTS RELATED;
MAURITIUS TELECOMMUNICATIONS;
INSURANCE;
BANKING;
TRAVEL AGENCY AND TOURIST OPERATORS;
MARITIME.
SOUTH AFRICA POSTAL;
TELECOMMUNICATIONS;
ZAMBIA INSURANCE;
BANKING;
HOSTELRY AND RESTORATION;
TRAVEL AGENCY AND TOURIST OPERATORS;

The following sectors were prioritised, construction, energy, finance, Tourism, Transport and Communication.

Finance and insurance – Mozambique has decided to liberalize at multilateral level but the sector is the most liberalised at national level. In the context of request process Mozambique is planning to offer insurance to the SADC member states but the request will follow the position of private sector

Communications – the Postal sub sector is lacking of legal instrument to better regulate it abut the bill was submitted to the Parliament. It has being recommended that it is not the right moment to present a request even if Mozambique had received a request from Lesotho.

Telecommunications – the sub sector is already liberalized one, in spite of the certain limitations, requests to the SADC member states will follow after the consultation with private sector in investing in the region.

Transports – the approaches of transport sub sector are not clear as the consultations are still undergoing.

Tourism – is being recommended to present the request to all SADC member states.

The national process of Trade in service request and offer is following the consultation of private sector and other stakeholder according to the following plan in the table bellow.

Table VII.A – Schedule of Service Negotiations

Activities
Deadline
Objective
Responsibility
To meet with Transports and Communications, Finance and Tourism and private sector April 2013 Evaluate the preparation of request and the participation of private sector in identifying the sector and their interest in liberalization. MIC;

Other sector to organize the technicians.
To contact the SADC secretariat April 2013 To ask for the support in order to organise the workshop to consult the private sector in final offer and request. To ask to the hiring of trade in services to work permanently with the sectors.
MIC to coordinate;

To meet the private sector and other stakeholders

May 2013 To inform on SADC Service negotiations;

To explain the details of Services Protocol;

To increase the understanding of services;

To identify the interest sector. MIC to coordinate;

Support to the sectors;

CTA to organise the members.
To contact the SADC Secretariat May 2013 To submit the request to the SADC secretariat. MIC to coordinate;

Meet the TNF- Service
June 2013 Participate in the meeting;

To defend the country position. MIC to coordinate;

Sector to represent the country.

B. SERVICES
Private sector investment in coal mega-projects was over USD 1.9 billion in 2011 and as result the FDI increased. A round 30 000 new jobs were created by the 285 new projects, of which 13 were in the Nacala Exclusive Economic Zone, representing a USD 400 million investment from export companies.
A strong investment in the cement sector can triple production by 2013. Four Chinese companies (Africa Great Wall Cement Manufacturer, China International Fund, GS Cimento, and Bill Wood) and the South African Pretoria Portland Cement are entering the market with an overall investment of USD 450 million.
The policy framework aiming to develop the industry remain weak, contrary to the development of the mega-projects as the government did everything to provide them with the required environment to execute their projects namely the successive decrees of investment laws.

There are number of initiatives to provide technical assistance, enterprise development service and fund industry initiatives in Mozambique, but their impact and the scope are limited this is the result of complicated business environment faced by the industry in Mozambique that in downstream reduced the demand of services. At the same time, it was a result of non-coordinated and fragmented interventions, the lack of a clear industry development policy in Mozambique and the lack of resources channelled to develop such instrument.

7. Banking and insurance
The principal function of mozambican financial system should be to mobilize savings and allocate funds efficiently to productive sector including all development stakeholders. The finance environment is unique in that the transactions as it involve an exchange between a payment today and a pledge to repay later. The financial system relies heavily on information about the reliability and solvency of promising repayments, most important, rule of law were strong legal and judicial foundations are needed to ensure contract enforcement and property rights, and establish the rules and regulations governing financial system.
The mozambican financial environment is dominated by the commercial banks, while intermediaries they have a fundamental obligation to protect the funds obtained from depositors. Therefore, to manage risks carefully and avoid undue exposure to possible losses, while seeking an attractive return to shareholders, a sounding banking system is vital to build a financial system and to support the economy broadly. In addition to prudent management and strong corporate governance, a sound banking system also require an effective supervision and judicious regulations as a second line of defence against instability.
The central bank has been calling the commercial banks establish bands in rural areas and in other hand they have been exercise a degree of are sounding and innovative. While is imperative to perform, but the developing new financial services and serving non-traditional clients is crucial.
To facilitate innovations, the GOM and its partners are instrumental as catalysts for change. The motivation for intervention stems from market imperfections, which has obliged the financial institutions to under invest in innovate number of services.
The banking system is expanding but still lacks on competition since 85 percent of the total financial sector’s assets are concentrated in the three largest banks, which are closely linked to the Portuguese banks. The sector may become vulnerable to shocks in the medium term due to the deterioration of the crisis in Portugal.
The share of Non-Performing Loans (NPL) remains stable at 2 percent, and the Central Bank started the transition to risk based standards. The supervision ability has improved with the completion of the banking crisis resolution framework, but still remains some work to be done on the modules of the rules for closing/liquidation, manage bidding processes for private sector take-overs, temporary public ownership and emergency liquidity assistance.
The financial system has been the fastest growing sector and overall financial intermediation has deepened. There are still high borrowing costs but the interest rate spread between loan and deposit rates is falling (from 15 in 2006 to 12 percent in 2010). Private sector credit to GDP remains moderately high at 29.8 percent in 2010. Capital markets are very small, and the stock market mostly trades government debt. Microfinance institutions have expanded rapidly in recent years, increasing the outreach of the banking sector. The financial system remains both small and limited and levels of financial exclusion are very high, with the poor having little access to credit.
In 2011, the Central Bank of Mozambique continued to tighten monetary policy, implemented throughout 2010 to absorb excess liquidity and control core inflation to within a single digit. The lending rate to commercial banks was progressively increased from 14.5 up to 16.5 percent and their minimum reserve requirements increased from 8.5 to 9 percent of total deposits. As a result, monetary supply grew by 20 percent in 2011, down from 22.8 percent in 2010. The favourable external environment of lower food and fuel prices supported the tight monetary policy.
The appreciation of the metical against the South African rand also contributed to curb inflation. Yearly inflation has continually decreased since December 2010, reaching 5.5 percent and the 12-month average, which peaked at 15.37 percent in April of same year, was 10.8 percent at the end of the year. Both results are below initial targets and the future prospects will further decrease in inflationary pressures due to monetary contraction policy and stabilisation of the national currency, Metical.
However, the domestic credit market was negatively impacted. Growth of domestic credit to the economy decreased from 27.5 percent in 2010 to 19.5 percent in 2011, with one year market borrowing interest rates peaking in July 2011 at 23 percent. The present monetary policy challenge is the trade-off between credit growth to private sector, fundamental to the much needed expansion of job-generating private sector growth, and the control of inflationary pressures. With inflation secured around 5 to 6 percent, and relying on the continuation of an effective budget execution, it will be possible to accommodate a mild level of monetary easing in 2012 allowing for a modest credit expansion.
Most Mozambican banks lack information on appropriate techniques for serving new markets profitably, while small and medium-sized businesses often do not understand the requirements of the lender and lack the capacity to provide necessary accounting data and business plans. Carefully planned innovative interventions can help craft financial system, test new markets, services and help local businesses and producers to become more “bankable” through better management and financial controls.
The Banking financed the tourism, transport and communication in 12 percent which is the same figures compared to 2011 that is an indication of the fact that the financial and transport sectors needed to increase and reinforce the already raised fact that the growing of the transport is related with the extraction industry. General the credit was had increased in 18.7 percent against 6.4 percent of the year 2011.

Table VIII.B – Credit to the sectors

Sectors 2011 2012
Agriculture 4,2 4,7
Industry 7,9 7,7
Construction 7,4 9,0
Tourism 2,1 2,1
Commerce 21,1 17,3
Transports & communications 9,9 9,9
Individuals 25,0 27,4
Habitation 2,3 2,2
Others 19,9 19,8

While the distribution of the credit shows that the commerce is top priority of banking system the same can be said with the individuals adding that the banks provide credit to very short period of time and also considering the credit provided to the public official and the credit cards.
7.1 Insurance
The insurance of slavery ships during the triangular trade can be considered the first non-direct contact with the people from a territory that later was transformed in a nation called Mozambique, this worth to mention as Barclays is operating in Mozambique and at the time was one of the insurance company that was involved with slave-ships.
Nevertheless, the formal insurance business in Mozambique started in the beginning of the 20th century, after Mozambique attained independence in 1975, the Empresa Moçambicana de Seguros (EMOSE) then an new state-owned insurer was formed following the nationalisation of insurance then operating in the market.
Unfortunately for the new nation, the independence was immediately followed by a protracted, brutal and highly destructive civil war. In the early 1990s, as part of the strategy to end the civil war, the government of Mozambique initiated a process of political and economic reforms. The economic restructuring and market liberalisation was initiated, for the insurance sector, lead to the termination of the state monopoly, creation of space for the re-emergence of private sector insurance companies and the urban of insurance brokerage services. Following the termination of the monopoly of EMOSE, the duties of supervision of the insurance sector was shifted to the Ministry of Finance.
In 1999, the Mozambican government passed a piece of legislation paving the way for the formation of the insurance regulatory body – Inspecção Geral de Seguros (IGS). In the most recent reform of the insurance regulatory framework, the mandate of the regulatory body was broadened. The autonomous entity was renamed Instituto de Supervisão de Seguros de Moçambique (ISSM).
Following the termination of the state monopoly, the insurance sector has become more refined. Mozambique is still very lightly penetrated by the insurance. Over the past years though, growth has taken place and there are more than eight insurance companies in the country. The service accounts less than 1 percent of GDP.
Currently, there are considerable opportunities for further developing both general and life insurance in the Mozambique, products that can usefully be developed include, but are not limited to, health insurance, micro-insurance, agricultural insurance and other products that can alleviate poverty and promote SMEs.
The catastrophe insurance is one area of great interest as floods, droughts and other types of adverse climatic conditions, which have profound impacts in Mozambique, and significant developments are underway in creating the conditions to insure against these events. But reinsurance is insurance purchased by insurers (called reinsures) from other insurers to limit the total loss the latter would experience in case of a disaster.
However, insurance service in Mozambique still faces major challenges, with some specifically affecting the reinsurance. The country reinsurance and insurance are heavily correlated to global trends, have high frequency of claim recurrence due the aging infrastructure relying largely on imports and thus on hard currency for replacement, lack adequately skilled labour and face ineffective and ill-enforced legal frameworks.
Insurance firms in Mozambique provide a wide range of services, including life, property, health, and casualty insurance policies. The largest insurance companies in Mozambique include Emose, Global Alliance (GA), Hollard Moçambique Companhia de Seguros, Moçambique Companhia de Seguros (MCS) and Millennium Seguradora Internacional de Moçambique. Efforts are being undertaken to strengthen the insurance sector’s regulatory, supervisory framework and the institutional capacity of the IGS. With a 37 percent share of the insurance market, Millennium (SIM) is one of the largest companies till year 2008.

The growing number of insurance in Mozambique shows how is linked to the current economic growth and stability. At other hand it will require an effective supervision from the authorities and an update of the current regulatory framework to accommodate not only the big insurance companies linked to the international corporations in Mozambique but as well as to provide new opportunities for the national insurance companies. The framework will demand more responsibility on risk assessment and sounding management of the insurance companies in order to increase competitiveness and guarantee their sustainability.

Insurance and Reinsurance companies in Mozambique
Name of the company Name of the company
1 Alexander Forbes Moçambique Ltd 18 MAC Insurance Brokers
2 Amados Brokers 19 Millennium Seguradora Internacional de Moçambique, SARL
3 AON Mozambique 20 Momentum Mozambique
4 Beam Insurance Brokers 21 Mozambique Insurance Brokers Ltd
5 CIS Commercial Insurance Services Ltd 22 Mozre Mozambique Reinsurance
6 CTS Brokerage Technical Insurance Ltd 23 National Brokers Ltd

7 Empresa Mocambicana de Seguros, EE 24 Optimus Ltd

8 Empresa Moçambicana de Seguros, SA (EMOSE) 25 Poliseguros Insurance Brokers Ltd

9 Estar Seguros Insurance Brokers Ltd 26 Proxen Ltd

10 Fides Brokers of Insurance 27 Royal Insurance Company of Mozambique

11 Getcor Brokers and Managers of Insurance Ltd 28 Snea Services and Brokers Ltd

12 Glenrand MIB 29 Tranquility Brokers & Consultants to Insurance Ltd

13 Global Alliance Seguros 30 Prosperity Insurances

14 Hollard Moçambique Companhia de Seguros SARL 31 Unique – International Insurance of Mozambique

15 IMPAR – Companhia de Seguros de Mocambique SARL 32 YES – International Insurance Mozambique

16 Insurance Company in Southern Africa 33 Momentum Mozambique

17 KPMG

To reinforce the service taking into account the increasing number of stakeholders in insurance as well as at level of mediation is fundamental the to improve of the Mozambican Association of Insurance at institutional and programmatic level which is essential the credibility of national insurance companies.

The appetency and demand of this service is hand to hand with the growing investments in development programmes, projects in particularly sub sectors of extractive industry namely the coal and gas which increased the responsibility of national insurance companies.

In Mozambique the level of insurance penetration in national economy is continuing growing, and now represent 1,44 percent of the GDP. The GOM expects that with the mega-projects and the increasing number of SMEs that follow, will allow in short and media notice a sustainable economic growing which at same time will provide better social conditions to the people creating increasing insurance culture. Consequently, the need to provide the safeguarding of production of goods and service will influence the insurance and consequently increasing the level of penetration.

At other hand, taking into account the Mozambique country appetency to the disaster and calamities the GOM when updating the regulatory framework should present a body of knowledge on the state of disaster risks and insurance through encouragement of open dialogue between stakeholders on better strategies that can best be developed to increase financial resilience against natural disasters.

The insurance stakeholders and investors should take into account of the impacts of natural disasters such as cyclones, earthquakes and floods but also slow onset events such as drought. Mozambique is highly exposed to a wide range of adverse natural events, with hydro-meteorological hazards impacting the largest number of people. The Disaster Risk Financing and Insurance (DRFI) is an instrument that has been highlighted by the African union, regional economic communities and individual countries as an area for regional financial cooperation.

Additionally, having into account that the natural disasters are unforeseen events driven by natural phenomena that cause serious disruption of the functioning of community or even to a society causing widespread human, material, economic and/or environmental losses which overwhelm the capacity of the affected community or society.

The insurance stakeholder and the international community with an interest in this agenda must be aware that this kind of insurance refers to instruments and mechanisms at the macro and micro market levels that provide financial resources to assist with response and recovery efforts in the aftermath of a disaster.

8. Energy
Mozambique has abundant and yet largely unexplored natural resources. While the Cahora Bassa dam (HCB), with 2075 MW of capacity, is one of the largest hydropower installations in Africa, Mozambique could build another 5000 MW of hydropower. The country has large sedimentary basins of natural gas on- shore reserves (in Pande and Temane) have been discovered and off-shore areas in the Rovuma basin is now researched and could contain more than 100 trillion cubic feet of gas.

Paradoxically, despite Mozambique’s production of electricity, and in spite of considerable achievements by EDM (600 thousand new clients in 5 years) only some 15 to 20 percent of households have access to electricity. Like most of their African peers, Mozambicans are heavily reliant on non-commercial energy, or traditional forms of energy (biomass such as wood and charcoal). In its national strategy to combat poverty, the Government of Mozambique has identified the energy sector as one of the main areas for investment, notably foreign direct investment.
The country is on the brink of its industrial revolution1, and it cannot develop without strengthening its energy sector. The challenges are enormous, and the choices to be made in the next few years will shape the Mozambique of tomorrow.

Representing around 5 percent of GDP, the energy sector is expected to continue its expansion of nearly 10 percent a year. In November 2011 the government officially launched the CESUL (“Centre-South”) project, a USD 1.8 billion Regional Transmission line project, often referred to as the country’s “electric back-bone”. This project will enable the large northern hydropower stations to connect directly to the Southern African Power Pool, while another line will cross the rural countryside to Maputo, providing electric power to the rural population. The CESUL, supported by the ongoing expansion of the Cahora Bassa-North hydro dam and construction of the Mpanda Nkuwa hydro dam project on the Zambezi, will enable hydroelectric projects and ensure the delivery of electricity for consumers locally and potentially abroad.
In April 2012, an agreement of transferring ownership of Portugal’s 15 percent share in Hidroelectrica de Cahora Bassa (HCB) was signed by the Mozambican authorities and Portuguese, HCB, the company operating the Cahora Bassa dam, over two stages – 7.5 percent of the shares will be sold to Mozambique this year for USD 42 million, and the remaining over the next two. By 2014, Mozambique will have full ownership of the company.
With the exception of natural gas exploration as such, electricity is a key issue for all existing and future large energy projects in Mozambique. The industrial and mining projects all depend critically on the availability of cheap electricity in large quantities while the other projects are engaged in the production of electricity.
At the same time, access to modern energy services is still very low in Mozambique, with for many years to come about 70-80 percent of the population relying entirely on traditional biomass to meet their energy needs.

The energy sector in Mozambique is growing rapidly and the country’s energy and mineral resources can contribute to reduce absolute poverty and promote growth including the development of domestic energy infrastructure within and across regions.
9. Tourism
The World Travel and Tourism Council (WTTC) estimate that in 2011 travel and tourism contributed in total 7.0 percent of Mozambique’s GDP. In 2011 it was forecast to rise by 5.9 percent per annum over the coming decade. The WTTC ranks Mozambique 117th out of 181 countries (WTTC Economic Impact 2012) in terms of the relative contribution of tourism to the economy. The sector supports 6.1 percent of total employment, which was expected to fall in the short term but then raise, meaning that by 2022 the sector will provide 6.2 percent of total employment and 631,000 people will be employed directly and indirectly in tourism. In 2011 visitor exports generated 9.1 percent of total exports, which was expected to fall and rise in line with the general industry trend. In 2010 Mozambique received over 1.7 million tourists.

The Ministry of Tourism in Mozambique was created in 2001. Since then, the importance of tourism to Mozambique’s development has been stressed. A comprehensive document to assess the development of tourism in the country was created, Strategic Plan for Tourism Development covering the period between 2004 and 2013. Until 2011, the plan was not been formally revised and updated, but has been implemented. The brand Mozambique was launched in 2009 with the intention of promoting the tourist potential of the country both domestically and abroad, while Satellite Account is currently being prepared, which will allow for a full evaluation of tourism’s contribution to the country’s GDP.

Despite the negative effect, which the global economic crisis had on some sectors, tourism in Mozambique continued to see positive development. The figures of Mozambique Tourism Ministry show that tourism revenues saw continued growth over the later years of the review period. Furthermore, the government launched the “To Serve Well” campaign aiming to ensure all businesses in the country to adopt ways provide service to the customers maximising opportunities. At a cost of US$225,000 the campaign was used to carry out training sessions and advertising. By 2020, the Mozambican authorities expect 4 million tourists per annum to visit the country.
Through implementation of Arco Notre tourism project (NMTP) funded by the USAID was implemented in Northern Provinces of Mozambique it is recognised that growth in tourism could best be achieved by planning.

The NMTP promote the political exercise and discipline following the investments promotion, resort development and management strategy. Enforces the land use, zoning and conservation plans believing that Mozambique can achieve a goal to transform tourism into $2 billion industry. And goes further by adding the destinations assessment work, master-planning activities, and implementation concepts.

The NMTP has created basis for a unified, strengthened, equipped with a clear, cohesive, strategy, investment and market-positioning toolkit that will enable the tourism service into a major, hard currency earner and engine for economic growth reduction in Northern Mozambique.

The tourism sector is a current under dynamic transformation, which required legislation reform and a capacity to regulate and supervise the tourism operators. It goes further to the public awareness to encourage historic preservations and nature conservation. The tourism process includes a framework to protect major tidal vital coastal ecosystems – as well as wetlands, dune, system and coral reefs – and providing ecosystem service. Land use plans for proposed resort zones can provide maxim benefits to local communities and sustainability.

The identification of opportunities for business development arising from proposed tourism developments can provide a basis for diversifying the rural economy, creating jobs and raising incomes.

Mozambique is one of Africa’s up-and-coming hot spots, with stunning “virgin” beaches, excellent diving and magical offshore islands.

Around the Bazaruto and Quirimbas Archipelagos, sail on a dhow through mangrove channels or laze under the palms, take an off-beat safari in the wilds of Gorongosa National Park, wander along cobbled streets past stately colonial-era buildings on world heritage site of Ilha de Moçambique, sip a café espresso at one of Maputo’s lively sidewalk cafés (or beer like Laurentina, Manica and 2Ms at one of its restaurants, jazz bars), watch the silversmiths at work on Ibo Island or dance to the country’s trademark marrabenta music.

The Government is keenly interested in developing the tourism sector as one of the economic growth engines. The development of adequate facilities along coastal beaches and marine reserves is seen as key to the success of tourism strategy. In addition, development of wildlife tourism in the Niassa Game Reserve, the Maputo Elephant Reserve, and the border area with Kruger National Park is viewed as potentially viable, subject to adequate arrangements being made and implemented for the involvement of local communities.

The following priority tourism investment opportunities have been identified in the SADC Tourism Investment Promotion Report, on Leisure in beaches, lodges and infrastructure (roads, water, electricity and tourism related servicing) and environment Conservation Areas (parks and reserves)

10. Transport and communications
The Mozambican transport and communication sector is a large and complex one, as the transport cover maritime, airways, roadways including ports (sea and dry), airports and road ports, the communications cover meteorology, postal and telecommunications. Each one of the sub areas have its owns body (as Institutor Nacional da Aviação Civil – INAC, Instituto Nacional de Viação – INATER, Instituto Nacional das Comunicações de Moçambique – INCM, Instituto Nacional de Metereologia – INAM). The sector is under Ministry of Transport and Communications (MTC).

Mozambique has 2,700Km of coast, the third largest coastal extension in Africa representing a potential to develop the industry of transport and communication at national, regional and international levels.

Transport and communications is the second largest contributing sector to GDP.
The Beira Railway Company consortium, led by the Indian group, RITES (Rail India Technical and Economic Services) and Ircon International, failed to achieve the complete overhaul of the Sena rail line’s 670 km to a capacity of 3 million tonnes per year within the contractual terms, prompting the take-over of the line by the GOM.
The Sena Railway line was supposed to have its capacity doubled to 6 million tonnes per year by 2013, although this will still be insufficient to meet demand. Additional rail lines from Tete are now under construction, such as Vale’s sponsored proposal to build a 500 km connection, through Malawi, from Moatize to the northern line that serves the Nacala port, where the implementation of a new USD 1.5 billion coal terminal is planned.
The construction of Sena’s parallel rail line, linked to the Quelimane seaport, which is being rehabilitated, has also been approved. In parallel, Beira’s seaport coal terminal upgrade from 1.8 million to 6 million tonnes per year was supposed to be finished during 2012, with possible further expansion to 20 million in 2014.
The construction of a network of main corridors is currently underway, with the Milange-Mocuba and the Nampula-Cuamba road projects, respectively costing USD 100 million and USD 250 million, now beginning.
In 2012 the transports and communications registered a grow of 14.2 percent in railways and roads sub sectors including its attached services.

Table IX.B – Transport and communication growth rate

Designation rate
BL 2011 PL 2012 BL 2012
Railway 24,9 81,2 94,5
Roads 10,6 11,4 8,9
Pipelines 136,6 7,1 28,2
Maritime -15.5 28,7 3,5
Air 9,6 8,1 6,0
Transport service 30,5 31,1 25,8
Communication 18,4 15,4 14,9
Total 14,8 16,9 14,2

The railway coal transport specifically had increased 94.5 percent due the coal transportation, as well as the transportation of commodities from hinterland countries had influenced the growth in 126.9 percent. While the passengers transportation registered 11 percent.

The road transportation grow was 8.9 percent as a results of the introduction of 150 buses and the semi collective transportation growth was 9.7 percent and its expansion followed by the service demand in peri urban areas. In other hand, the air transportation increases in 6 percent.

10.1 Port logistics

Mozambique’s geographical setting makes it an ideal transit route for the international trade of neighbouring landlocked countries of Zimbabwe, Swaziland and Malawi as also the northeastern Transvaal region of Republic of South Africa. The rail distances to Mozambican ports being considerably shorter than those to alternative ports results in a major comparative advantage in transit transport costs.

The Mozambican port logistics has been attribute the Logistics performance Index (LPI ) of 1.92 which below the medium (1 -very low and 5 very high) placing at 149 of 162 total countries.

Freight, Shipping & Logistics organisations in Mozambique

1 Allex Logístics 18 Institute for the Promotion of Export
2 AMI 19 JJ Transportes
3 Anchor Logistics Ltd 20 King & Sons Ltd
4 Association of Road Freight Transport Companies of Maputo (ASTROCAMA) 21 Kuehne & Nagel Mozambique Ltd
5 Beira Cargo Handling Ltd 22 Limperse Ltd
6 Bobby Transportes 23 Machava Transport Mozambique Beira
7 Correios de Mozambique EP 24 Manica Freight Services Mozambique
8 Danmo 25 Mediterranean Shipping Co.
9 Debala Shipping Ltd 26 Ministry of Transport & Communications
10 Diamond Shipping Servicesa
27 Moz Star Ltd
11 F&M Transport Co. 28 Mozambique Transport Brokers
12 FH Bertling Logistics Ltd 29 Naval Services to Shipping Ltd
13 Freight Services Moç Ltd 30 ndico Logístics
14 Gac Mozambique Maritime Services Ltd 31 Nuro Momede Transport Co.
15 HCL Transportes 32 Rohlig-Grindrod Limitada
16 Ideal Transport Ltd
33 Rogers International Distribution Services
17 Ingar International Packers & Forwarders

Mozambique has three important transport corridors each consisting of integrated railways and port facilities serving primarily regional transit traffic. The expansion of Maputo’s seaport capacity from 100 million to 700 million tonnes per year is underway, as well as rehabilitation of Nacala’s seaport container terminals. At Nacala’s airport, a USD 120 million project 66 percent financed by a loan from Brazil, is expected to be finished in 2013. Also the USD 300 million Vilanculos airport project was concluded in 2011. Additional airport hubs are programmed for Pemba and Tete totalling a USD 420 million investment.

The Mozambican rail and port Authority, manages and operates the transport system. The Maputo Corridor system operated by CFM-Sul comprises the main Port of Maputo and the subsidiary Port of Matola and three rail connections linking the port with the South Africa, Swaziland and Zimbabwe.

The Beira Corridor is has two rail connections linking the port with the Zimbabwe and Malawi and a pipeline to Zimbabwe.

The Nacala Corridor system operated by CFM-Norte comprises the Port of Nacala and the rail link to Malawi.

Private intervention in managing port and rail assets is undertaken through lease. Thus, since October 1998, Cornelder de Moçambique SARL, has been responsible for managing the general cargo and container Terminal in Beira Port. The Port of Maputo, is managed by MPDC (Maputo Port Development Company), since April 2003, the concession allows MPDC to take legal and operational control of Maputo Port. The Northern system (the Nacala Port and northern railways) is under management of SDCN (Nacala Development Corridor).

Maputo Port
The Maputo Port is managed by Maputo MPDC, since Abril of 2003, is a concession of a period of 25 years and recently was added 15 year to allow additional investments under the port strategic development. The Maputo Port has the following terminals:
General Dock Shipment – managed by Maputo Produce Terminal.

Coasting Shipment Terminal – management by TCM (Terminal de Cabotagem de Maputo).

Container Terminal – managed by DP World Maputo,

Sugar Terminal – managed by STAM (Sociedade Terminais de Açucar de Moçambique).

Fuel Terminal – managed by CFM.

Molasses Terminal – management of Maputo Liquid Storage Company Lda (MLSC).

Vehicle Terminal – managed by Grindroad Terminals

Matola Coal Terminal – managed TCM (Terminal de Carvão da Matola)

Terminal Graneleiro da Matola – a modern terminal operated by STEMA (Silos e Terminal Graneleiro da Matola)

Port of Beira

The Port of Beira comprised by 12 docks and the access is done by Macuti channel.
The containers Terminal and multi proposes operated by Cornelder B.V. and has a general Dock Shipment, Fuel Terminal and Cold Store Terminal.

Coal Beira Terminal

The CBT underwent temporary refurbishment work between 2010/11, is expected to be fully operational in 2015.
The works included emergency dredging costing US$43 million that made it possible for the port to received ships with Deadweight Tonnage (DWT) of 60,000, as compared to receiving ships with a capacity of up to 30,000 DWT previously.
The reconstruction of the Sena railroad will make it possible to, increase the annual volume of cargo processed at the port of Beira, up to 20 million tons per year, mainly by exporting coal from Moatize.
Mining companies VALE Moçambique and Riversdale Mining, later acquired by the Rio Tinto group, in 2010 signed a memorandum of understanding with CFM, in order to temporarily repair the terminal at the Beira Port to export the Moatize coal.
The two companies were given coal processing and export capacities of 5 million tons per year, and Vale Moçambique took up most of the terminal’s capacity – 68 percent – and Riversdale Mining the remaining 32 percent.

Quelimane Port

Managed by Cornelder de Quelimane in a joint venture with CFM

Nacala Port

Shipment Terminal and Containers Terminal
CDN´s concession

Terminal para Granéis Líquidos
Managed by CFM.

Porto de Pemba
Located in Pemba Bay with excellent natural shelter conditions.
Nacala Coal Terminal

The construction of NCT has started, with the aim of having it operational in two to three years. The will have a total capacity of 25 million tons of coal per year.
The VALE was planning to spend $4.4 billion in 2012 to build the terminal and a 912km railway line connecting its coalmine with the port. The railway and port will initially be able to move 18 million tons of coal a year to meet Vale’s rising demand for export capacity.
Despite important progress in the modernization of Mozambique’s port systems, there is still a time lag between an increase in demand and the development of infrastructure projects to meet that demand.

The port of Beira is insufficient to manage the 20–25 million tones of coal that can be produced in Tete, but after completion and upgrading of logistics infrastructure the ports will be interconnected.

One The Nacala Port overcomes its infrastructure challenges the country will be able to attract more cargo transit from its neighbors and connect the emerging countries.

The implications for transport infrastructure are direct. And one of the main economic drivers for the development of the Moatize–Nacala railway is the potential for coal export from the Tete area.

The railway will pass through Malawi, as other routes, such as staying within the Mozambican border to circumvent Malawi, do not make any sense. This creates the challenge of defining and relying on regional agreements and building regional infrastructure in coordination with Malawi.

On average, the combination of multimodal transport infrastructure and recently improved logistics is increasingly positioning Mozambique as one of the countries with the lowest costs of trading across borders.

The cost of export and import in Mozambique are about 60 percent of the average costs in Sub-Saharan Africa, and the time required to export and import is around 70 percent of the Sub-Saharan average.

Table X.B – Trading across borders in Southern African Countries

country Documents to export (number) Time to export (days) Cost to export ($ per container) Documents to import (number) Time to import (days) Cost to import ($ per container)
Angola 11 65 2,250 8 59 3,240
Botswana 6 30 2,810 9 41 3,264
Lesotho 6 44 1,549 8 49 1,515
Madagascar 4 21 1,279 9 26 1,660
Malawi 11 41 1,713 10 51 2,570
Mauritus 5 14 737 6 14 689
Mozambique 7 23 1,100 10 30 1,475
Namíbia 11 29 1,686 9 24 1,813
Swaziland 9 21 2,184 11 33 2,249
Zambia 6 53 2,664 9 64 3,335
Zimbabwe 7 53 3,280 9 73 5,101
Sub-Saharan Africa 8 34 1,942 9 39 2,365

Source: Doing Business 2009

Mozambique transports and logistics must be competitive as literature offers substantial evidence that its improvement can greatly increase export performance within the country and across the region. In other hand the improvement of the transport infrastructure may help to reduce transport costs, while dynamic regulatory framework adaptation in shipping and liberalizing port services may also lead to a reduction in transport costs and lead to the better country positioning in Doing Business and LPI.

Spatial Development Planning,

The PARP 2011-2014 closing the infrastructure gap within this context the transports through the roads has a role to play in facilitating production, trade, logistics, reducing of regional development imbalance, and supporting economic growth.

Considering that, Mozambique lies at a regional crossroad within Southern African Development Community (SADC), providing access to several landlocked countries in the region, including Zimbabwe, Zambia and Malawi. Hence, some of the major regional corridors pass through the country. To maximise the economic utilisation of this position, and to support regional integration within the SADC region, the Government has placed the development of regional corridors as one of its key priorities.

The GOM, through its MTC, has prioritized the application of SDI tool, the use of the spatial development initiatives (SDI) methodology, as a means to promote integrated economic and infrastructure development in the country along number of priority development corridors. A GOM SDI Unity has been established and coordinates the implementation of a number of SDIs in Mozambique.

Beyond the 3 main development corridors, Maputo, Beira and Nacala the SDP has identified sub corridors such as Libombo Corridor with potential to be linked with the planned Techobanine Port in south of Maputo; Limpopo Corridor; Massagena Corridor; Dondo Corridor; Sena Corridor; Mutuali Corridor; Lichinga Corridor, Cuamba Corridor and Mueda Corridor.

The GOM SDP is guided by an Inter-Ministerial Committee of National Ministers and Provincial Governors, convened by the Deputy Minister of Planning and chaired by the Minister of Transport and Communications. The Minister of MTC has also established an expert advisory panel made up of senior national and international experts.

Taking into account the multi-donor work being undertaken by the GOM SDP Unit, a Donor Coordination Committee was established to monitor the process, coordinate different funded inputs and activities and act as a forum for exchange between the stakeholders, to avoid duplication, to ensure alignment and harmonization of the SDP programme activities.

Various development partners are active in Mozambique in area of infrastructure, including the African Development Bank (AfDB), the World Bank (WB), the Islamic Development Bank (IsDB), the Millennium Challenge Corporation (MCC), the UK’s Department for International Development (DfID), and the European Commission (EC). This is in addition to JICA, Korea’s EXIM Bank (KEXIM), the United Nations, and USAID. Several countries also provide various types of assistance through bilateral assistance agencies, such as Sweden, Portugal and others. In the transport sector AfDB, WB, JICA, EC, MCC, KEXIM and IsDB are the most active partners.

For instance The AfDB has been leading the working group for the roads sector, the Transport Sector Working Group, which is currently led by the World Bank. As chair of the roads sector working group, the AfDB has a strong presence in the sector, which enables it to engage thoroughly in sector-wide planning and prioritization.

Table XI.B – Donor Coordination

Sector or subsector size
GDP (10711) Exports Labour Force (11)
Transport sector -10.10% N/A 6.20%
Players -Public Annual Expenditure (average) 2011 in Roads Subsector
Government Donors WB 20%
USD USD AfDB 15%
0.32 billions 1.28 billion JICA 10%
20% 80% EU 8%
IsDB 2%
others 45%
Level of Donor Coordination
Existence of Thematic Working Groups yes
Existence of SWAps or Integrated Sector Approaches yes

The coordination activities at all levels are crucial for the success of infrastructure gap filling and the SDP as within the GOM sectors, through development partners working groups and private sector. It goes further as special planning influence distribution of people, production of goods and services in spaces at different levels. And the Mozambican SDP requires the land use, urban, regional, transport and environment planning, including the economic and community planning.

Nevertheless, the GOM thought the SDP strategy define that the logistics system must guarantee the movement of products and people with accurate level of productivity, quick enough with lower cost. The strategies goes further, on logistics and transport demand stating that movement of goods concentrated in the corridors with integrated production, inter and multi modal transport calling for the participation of national private sector, which can be seen as a preferential position contrary to the liberalization positioning of the donor community.

10.2 Telecommunications
The Mozambican telecommunications market is one of the less developed markets in sub-Saharan Africa, although a concerted effort has been underway for the past years to correct this situation.

Development of the ground line network came to a standstill during the protracted civil war and the network suffered heavy damage. In 2011 there was 88,100 ground lines, with 7,855 millions mobile phones.

There is only one fixed line company (Telecomunicações de Moçambique) and three mobile operators (Mcel, Vodacom and Movitel) active in the market. The first and the second networks service primarily larger urban areas with minimal rural coverage, while the third one targeted first peri urban and rural areas.

Telecommunications operators in Mozambique are also bound to contribute one percent of their revenue to the universal access fund. The regulator uses this fund to open new bids for more competition in the market for vendors and other industry players. One segment in which competition is particularly necessary is infrastructure deployment, as only one organisation, the para-statal TDM, is involved in rollout countrywide. This is the main reason why services, particularly data services, are still very expensive.

The television and radio comprise the broadcast media. The television by one state-run TV station with 2 channels (TVM), supplemented by 3 private TV stations (STV, TIM, GunguTV); Portuguese state TV African service, RTP Africa, and Brazilian-owned TV Miramar are available.
The radio is comprised by one state-run radio provides nearly 100 percent territorial coverage and broadcasts in multiple languages; a number of privately-owned and community-operated stations; transmissions of multiple international broadcasters are also available.
The communication increase in 14.9 percent as a result diversification particular the mobile network. The planned expansion in PES2012 of telecommunication service to the administrative post did not take place due the delays of the delivering of equipment as reported by BdPES2013.
The liberalization of telecommunications had provided the expansion of telecommunications backbone, the establishment of 2 submarine cable, the growing of mobile service and the reduction prices paid by the consumers.

The mobile telecommunications

Mozambique is one of the clear cases where telecommunications leapfrogging has found a fertile ground, leading to achievements in the ICT. Introduction of competition in the mobile segment in 2003 has also brought benefits. Population covered by a Global System for Mobile Communications (GSM) signal.
A new mobile operator, Movitel, started operations in 2012 and joined the existing Vodacom and Mcel. Movitel is a USD 400 million joint venture between Viettel, a telecommunications company owned by the Vietnamese Defence Ministry, and SPI (Gestão e Investimentos) the holding company of Mozambique’s ruling Frelimo Party.
Analysis from Frost & Sullivan reveals that Mozambique currently has around 4.5 million mobile subscribers. By 2015, this could reach 30.7 million at a Compound Annual Growth Rate (CAGR) of 30 per cent.

Frost & Sullivan’s analysis report that the mobile communications market in Mozambique was worth $300m in 2008 and will multiply six-fold by 2015 to reach $1.8bn. These high revenues will be partly due to the high cost of services, especially data.
The development of the mobile market has been part of the Mozambican government’s institutional reforms that include the inception of a sector policy, the establishment of a regulatory body (the National Communications Institute of Mozambique, or INCM), the creation of a universal service fund, and the progressive liberalization of the telecommunications market, including the ending of exclusivity for the incumbent of TDM.

Despite improvements in the mobile market, in 2008 Mozambique’s penetration was the third-lowest in southern Africa, nevertheless in 2012 the penetration index was 48 percent. The recent launched of a third mobile operator MOVITEL (three companies were short listed in July 2010 following a tender) is helping to extend coverage, lower prices, and increase penetration. Remaining coverage gaps could be met through the universal service fund. The introduction of telecommunication basic services is still a challenge due the quality of service and the high cost

Table XII.B Mobile phone penetration

Country 2005 2006 2007 2008 Average annual growth
Angola 10 18 28 38 58
Botswana 31 44 61 77 36
Lesotho 13 18 22 28 32
Madagascar 3 6 12 25 106
Malawi 3 4 7 12 58
Mauritus 53 62 74 81 16
Mozambique 7 11 14 20 40
Namíbia 22 30 38 49 30
South Africa 72 84 88 92 9
Swaziland 18 22 33 46 37
Zambia 8 14 21 28 52
Zimbabwe 5 7 10 13 37
Simple average 21 27 35 43 41

Source: Frost & Sullivan

In the case of mobile telephony, much of the population—up to 87 percent—could be reached on a commercially viable basis, taking into account that MOVITEL had prioritized to target the rural areas and to provide Internet.
The telecommunication 2004 strategy is being revised with participation of service providers, private sector, academia and civil society. For meetings were organized in the Maputo, Beira and Nampula cities in order to collect information on technology advance, convergence of technology and service, licensing and need to be in line with the good practices in the world.

11. Mode 4
Mode 4 is the last supply mode of WTO (GATS) trade in service. GATS constitutes the most comprehensive of all WTO agreements aiming at progressive liberalization for trade in services through four modes, Mode I cross border supply, Mode II consumption abroad Mode III commercial presence and Mode IV movement of natural persons.

The objectives and principles of SADC trade in services negotiations are based on progressive liberalization stated on SADC Trade in Service Protocol that aim to promote interdependence and integration of its member states economies. The protocol promotes regional service market, complemented by cooperation mechanisms, in order to create new opportunities for a dynamic business sector, also aims to reinforce the regional capacity provide the efficient services and expand the regional export service, in line with national policies.

Nevertheless the services must respect the rights and member states obligations in GATS WTO, including the obligations under the specific sector commitments of Mode 1, 2, 3 and 4.
The SADC negotiations requirement must follow the request/offer approach, down to the line of the negotiations each member states must submit at least one offer and some improvement in each one of prioritised sectors.

The negotiations are conducted by the TNF-Service which in turn must submit the regularly reports to the high officials meetings and to the Commerce Ministers Committee.

Under the description of Mode 4 commitment, the member states must make reference to the physical people included in GATS, including, a) workers temporarily transferred by the enterprise; b) business visitors; c) contracted services providers; and d) free lance professionals.

The member states must make efforts to include commitments related to the people categories not linked to any commercial presence or any lower level competency. In addition, the member states must consider other relevant classification international recognised, including the International Classification of the Economics Activities of ILO , linked to the Mode 4 Commitments.

The assessment undertaken by the SADC secretariat on the initial offer and request in SADC trade in services negotiations as defined under the 17th TNF services till August 2012 states that only 4 states, Lesotho, Mauritius, South Africa and Zambia had presented request. The Request targeted almost all member states with some exceptions.

In general, the member states request are aiming to cover a broad sub sectors covering commitments Mode 1, 2, 3 and the few requests aiming specific to the Mode 4 referred in the horizontal commitments in telecommunications, audiovisual, courier, telecommunications, transport (air, road and its support)

In some cases the member states request aim to confirm the commitments that the member states have under the GATS, for instance in case of banking commitments of Malawi and Mozambique and probable due the incompatibility with the applied at national and bilateral commitments.

12. Conclusions
The Mozambican economy increase and stability, the envisage large investments in natural resources will shape Mozambique and increase service demand can potentially alter the country’s prospects in the medium if liberalisation opportunities are taken and reduce the risks are reduced.
The present report is renewing the 2007 findings of what was considered opportunities, the improving country bargaining position in negotiations, the promotion investment, the access of technology and the increase compositeness among the national service providers. As it is already reported the sectors not only face trade in service negotiations lack of capacity but they lack on basic understanding of the matter. The GOM must act quickly with capacity building programme to fill the gap otherwise the Mozambique GATS commitments are in risk.

The increase investments in Mozambique is clear opportunity for the local service providers as it can stimulate de demand of services supply of local providers, but most often the corporations negotiate the investment package with CPI which its main objectives is to attract investment not to offer preferential treatment. Nevertheless, in the case of equal treatment as in case of liberalization the local service provider are risking to face competition and in order to survive they must address the skills deficit in human resources investment in technical and vocational training.

Traditionally women are active in the agricultural, informal sector, and other low-paid occupations while men are moving to pursue higher earnings in other sectors including service. Improving participation of women in service can would boost economic growth and reduce poverty. Additionally the participation of women in service will have positive implications for equity, social cohesion, welfare and down the line it is also to reduce economic inefficiencies as women are very active in cross border trading within region and international the telecommunication liberalization followed by data and information projects providing platform for trade exchanges through cell phones are clear opportunities to be explored.

The increase of transport service present a risk on increasing the number of HIV&AIDs infections among the corridors as the prevalence is much higher in the central provinces of Sofala, Manica, Tete and Zambezia, with Sofala having the highest rate of 26.5% (2002). The central region hosts the transport corridors from neighbouring countries to the ports of Nacala and Beira.
Opportunities Risks
Banking SADC Trade negotiations bargain reinforced; Disaster risks financing, expanding the scope, ITC, increase debts (international and public) International shocks, Portuguese crises, South Africa Rand, Chinese financial policy, Dutch Disease,
Energy Economic growth, reduced demand of vegetal coal, expectation, royalties, tax revenue Environment, competition, Deforestation, expectations,
Port Logistics Environment, private sector, tax revenue Competition (South Africa and Tanzania)
Insurance Disaster risks, Mode4, tax revenue Global trends, increase of investments
Transport Job creation, Mode4, poverty reduction, tax revenue Deforestation, expectations, HIV&AIDs, labour standards
Tourism Job creation, Mode4, diversification, carbon quotas, tax revenue Land conflicts, expectations, environment, oversee
Telecommunications Information and data, e-taxation, diversification, ITC Sovereignty reduced, oversee

The conservation areas and coastal districts are particularly environment risks because their fragility. But the tourism’s linkages to transport, agriculture, food and beverage, retail, financial services, and construction sectors offer compelling job creation and economic growth opportunities.

Many of the major coastal cities of Mozambique are still to provide green have infrastructure placing them against extreme events, the planning, building and maintenance will require professional service to be provided by the local and regional level and to include the Mode IV Mozambican commitment is essential.

13. References
AfDB Appraisal. (2012). Nacala Road Corridor Phase III. (http://www.afdb .org/fileadmin/uploads/afdb/Documents/Project-and-Operations/Mozambique %20-%20Nacala%20Road%20Corridor%20Project%20–%20Phase%20III%20-%20Appraisal%20Report.pdf)

Amarcy S & Massingue N. (2011). Desafios da Expansão de Serviços Financeiros em Moçambique. IESE. Maputo.

Bila A, Chambal H & V. Tamele. (2007). Opportunities and Risks to Liberalise Service. ITSC. Geneve.

MIC-DRI. (2013). Relatório do Seminário Comércio de Serviços SADC Protocolo das Trocas Comerciais

Mozambique. (2012). (www.africaneconomicoutlook.org)
MTC (2009). Estratégia para o Desenvolvimento Integrado do Sistema de Transportes. Moçambique.

Nadaudc A at al (2007). Energy Outlook for Mozambique 2012-2030 LEAP-based scenarios for energy demand and power generation. IESE. Maputo

SADC. (2012). Avaliação do Progresso Feito no Processo de Solictação e Oferta Avaliação Preliminar de Pedidos Iniciais.

SADC. Projecto de Directrizes sobre a Calendarização e Negociação Primeira Ronda de Negociações da SADC sobre o Comércio de Serviços

Sam Jones Hanifa Ibrahimo (2007) The Economic Contribution of Tourism in Mozambique -Present and Future-. Paper 18. IESE

Torres CD & Garmendia CB (2011). Mozambique’s Infrastructure: A Continental Perspective. World Bank. Washington.

UNCTAD. (2012). Investiment Policy Review. Geneve

UN-DESASD, UNWTO, CECE, OECD. (2008). Tourism Satellite Account: Recommended Methodological Framework. Luxembourg, Madrid, New York, Paris.

Venter SH. (http://www.telecoms.com/16000/opportunities-and-challenges/) Frost & Sullivan

World Bank (2012). Disaster Risk Financing and Insurance in Sub- Saharan Africa. http://reliefweb.int/sites/reliefweb.int/files/resources /750610WP0P12390 andInsuranceNov20120.pdf
WTTC. (2012). Travel & Tourism economic impact 2012 Mozambique.

WTO. (2008). Mozambique Trade Policy. http://www.scribd.com/doc/51476105/WTO-Trade-Policy-Review-Mozambique-2009

14. Institutions and people contacted
Antonio Jopela – Ministério dos Transportes e Comunicações
Agonias Macia – DRI, Ministério da Industria e Comércio
Cosntâncio Trigo – Departamento Juridico, INCM
Edmundo Manhiça – Comunicações, ICM
Elias Sitoe – Instituto de Inspeção de Seguros
Dinça Massinga – Departamento Jurídico, Ministério do Turismo
Julio Amade – Departamento Jurídico, Ministério do Turismo
Sofia Rosario – Maktech Telecommunications
João Jorge – Assessor, INCM
Jorge Matule – ICB, International Commercial Bank
Manuel Gune – DRI, Ministério da Industria e Comércio
Maria Albertina Gomes – DRI, Ministério da Industria e Comércio
Maria Madalena Nhantumbo – KICAN Correctores de Seguros
Nelson Albano – Instituto de Inspeção de Seguros
Stephen Grammiling – GIZ

ANALYSIS OF THE EU-MOZAMBIQUE FISHERIES AGREEMENT AND IMPLICATIONS FOR MOZAMBIQUE FISHERIES INDUSTRY

by Viriato Tamele
Maputo, June 2006

Fisheries Sector Overview

ACP-EU currently negotiating EPAs

Mozambique negotiating under SADC banner

Several African countries want to renegotiate fisheries with EU. Some want a Fisheries Framework Agreement as part of EPA

Others unhappy with current bilaterals with the EU (Tanzania, Mauritania, Angola).

Mozambique’s Fisheries Resources

 

 

Diverse marine and inland aquatic fauna and flora

Cabora Bassa and Lake Nyassa main inland bodies

Impressive 2 780km coastline along Indian Ocean

Exclusive Economic Zone 562,000 sqkm

 

4 main types of fisheries resources

Crustaceans (shrimps, lobster, crabs etc). Highly exploited.

 

 

Marine fish (large demersals, large pelagics, sharks etc). Moderately exploited

     

 

Molluscs, (sea cucumbers, octopus etc).

Sea cucumbers are highly exploited.

 

Freshwater fish (kapenta, dermesal fish).

Kapenta highly exploited. Large Kapenta fisheries on Cabora Bassa.

Fisheries and the Economy

Mozambique classified as LDC

2005 estimated GDP US $1,300

70% of population of about 20 million in absolute poverty

Fisheries crucial to economy

4% of GDP in 2003

28% of foreign earnings in 2003, as high as 40% (US $76.8 m) in 1999.

Fisheries & the economy

40% of Mozambicans live along coastline

Fisheries source of food, livelihood, employment, export revenue.

120,000 Mozambicans occupied with fisheries

600,000 Mozambicans indirectly occupied with fisheries

Mozambican shrimp has huge market share in Europe

The Fisheries Sector

Artisanal

 

 

 

Very basic equipment used

Ranges from foot mobility and bamboo rods to dug-out canoes operated by oars

Few fishermen use boats

3% of boats equipped with basic engines

Fish catches for domestic consumption

Surpluses for cash generation

Most fishermen based in poorest province of Zambezia and Nampula with 40% of population.

 

NB IFAD photos

 

 

 

 

 

Artisanal sector lifeline for bulk of these communities

However sector has many productive problems

Poor equipment

Poor infrastructure

Lack of credit lines

Vulnerable to natural disasters

 

Semi-industrial fisheries

Year 2000 figures show 62 semi-industrial companies in Mozambique

Better marine vessels (trawlers, line vessels, kapenta platforms etc

Largely based in Maputo and Beira

Growth of fleets has led to imbalance between catch and quota for shrimp

 

Industrial fisheries

 

 

Most sophisticated sector

Huge long liners and trawlers

50% of fleet foreign owned

Concentrates on high commercial value species, e.g. shrimp (63% of exports in 2005) and tuna

Catch usually processed and packaged on board for export to EU, Japan, etc

 

 

Government Policy

1995 Master Plan for Fisheries sector

1996 Action Plan

Objectives:

Improvement of domestic food supply of fish

Increase in net foreign exchange earnings of fisheries sector

Raise standard of living of fishing communities

THE AGREEMENT WITH THE EU

Signed 2002. Entered into force 2004. Valid for 3 years.

15 articles, a Protocol, and Annex.

Gives EU vessels access to fish in Mozambican waters

One-way access agreement, i.e. Mozambique not granted access to fish in EU waters

Number of vessels

59 EU vessels given 3 years’ access

E.g., 10 vessels up to 1000t of shrimp per year

 

35 freezer tuna seiners

 

14 surface long liners

These are industrial type fleets.

Development promise

Article 1 promises:

Economic

Financial; and

Scientific co-operation; and

Sustainable exploitation of fisheries; and

Development of Mozambican fisheries sector.

Returns due to Mozambique

Art.5 the EU grants “financial compensation”:

Total of Euro 4 090 000 per year divided as:

EUR 600 000 for Tuna fishing; and

EUR 3 490 000  for deep water shrimp. 

Purpose of money:

To support measures in connection with management and administration of fishing, conservation and sustainable exploitation of fisheries and development of fisheries sector.

But payment can be suspended by EU.

Conservation etc

Mozambique to use “objective and scientific” conservation measures.

Required not to use conservation measures to discriminate against EU vessels(art.8)

Joint enterprises encouraged (art.10)

Joint Committee to implement agreement.

Renewal of agreement after 3 years.

6 months notice to terminate.

Practical Implications

Development promise an empty statement.

What is the status of the “financial compensation”?

Is it AID?

Is it the PRICE of the CONTRACT?

Art.3 (Protocol) shows “financial compensation” is tied to specific expenditure.

Mozambique given reporting conditions, Art.4 (Protocol)

This is a conditional disbursement.

NO POLICY FLEXIBILITY for Mozambican gvt.

“Compensation” is fixed

“Compensation” fixed at EUR 4 090 000 per year for 3 years

No account taken for increases in prices or profits

Not based on Market Value of Exports

Serious disparity between ACTUAL PRICES and “Compensation”

Compare with Mozambique debt servicing.

Example

Average EU price for frozen shrimp (2006) EUR 5.00/kg

Potential catch of 10 EU vessels per year = 10,000 tons

Sales by EU vessels = EUR 50,000,000 per year

“Compensation to Mozambique = EUR 4 090 000 per year (12 times less)

Mozambique debt service (2004) = US $57.9 million.

Tuna “compensation”

EUR 600,000 per year for 8,000 ton of tuna!

EUR 75 per additional tonnage!

A ceiling of EUR 1 800,000

In effect no limit on tuna tonnage

BUT a LIMIT on “COMPENSATION”.

Mozambique giving away fisheries resources.

Limitations on Policy

Severely limited flexibility to initiate conservation measures

Even the “compensation” is not guaranteed

Joint enterprises clause a cover for creation of monopolies, e.g., PESCANOVA

Has 40% of TAC.

Bad for small/artisanal sector or even semi-industrial sector

 

 

No flexibility on renewal of licences

Conditional employment for Mozambicans

No real gain for Mozambican services suppliers, see PESACANOVA again

Costly, restrictive, unrealistic EU SPS measures

Impossible for artisanal & semi-industrial fisheries to export.

BAD DEAL

No link with real economic situation

No link with 1995 Fisheries Master Plan

No development for artisanal and semi-industrial fisheries

No concern for local community

Disaster for future of Mozambican fisheries

TYPICAL EU-AFRICA FISHERIES AGREEMENT.

The REAL EU FISHERIES POLICY

Need to understand REAL EU Designs on Mozambican and AFRICAN fisheries

Helps in evaluation of Mozambique-EU agreement

Helps inform renewal negotiations

Helps identify WHO is REALLY in NEED of fisheries agreements between EU and Africa.

TYPES of EU Fisheries agreements

Depend on whether Party is:

European (includes non-EU)

Latin American; or

African.

1977-1997 total of 29 agreements

26 in force 1993-1997;

 15 of these African (Southern agreements)

10 North Atlantic (Northern agreements)

1 Latin America, Argentina.

 

 

Agreements with financial “compensation”

Main object is securing opportunities for EU fleets

No access to non-EU party

Includes all agreements signed with African states

Reciprocal agreements

Equal exchange of rights

Signed with European states.

Second generation agreements

Based on incentives for joint ventures

Signed with Argentina

THE FACTS

Based on IFREMER study (1999)

1993-1997 EU fleet caught 2.7 m tons

50% came from African waters!

Annual value of southern agreements, EUR 485m

3.7 times greater than under northern agreements

Spain, 82%, France & Portugal 7% each

 

Value added:

All agreements create 40 650 jobs for EU, 82.5% of them from southern agreements

Direct value added to EU = EUR 294m per year, southern agreements account for EUR 222m or 75%

Indirect value to EU = EUR 650m, southern agreements account for EUR 509m or 78%

More than 80% of benefits benefit SPAIN

France & Portugal = 7% each

 

Value created to southern countries only 19%!

Total jobs for southern countries only 7,500, compare with 32,840 for EU.

Failure for EU to renew southern agreements loss to EU:

13,000 jobs

EUR 921m compare with EUR 126m for northern agreements.

Africa is subsidising Spain, and lesser so, France & Portugal

What do we do?

Reject renewal of fisheries agreements

Stop feeding the EU with cheap fisheries products

Stop giving EU fleet easy profits

Do NOT negotiate fishery version of EPAs

Feed our own by developing fisheries; and

Improve domestic food supply

Improve regional food supply

Maintain these smiles

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

COSTA DO SOL ARTISANAL FISHERIES DEVELOPMENT PROJECT  

Economic Justice Cohalition

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Christian Delord field researcher

Coordenated by Viriato Tamele

December 2007

 

INDEX

 

 

2 Fisheries sector                                                                                                       4

2.0. Fisheries sector in Mozambique

2.0.1.Artisanal Fisheries sector

 

2.1.Social benefits of the Mozambique and EU agreements to the fish folks.

 

2.2.project proposal

2.2.1. Product and Community: Maputo fish folks, Maputo fish vendors

         2.2.1.1.Fisheries and fish market in Maputo province                                            

             a) Fish production

             b) The Maputo city fish market                                                          5

             c) Fisheries product export

 

   2.2.1.2.Costa do Sol fish community                                                           6

            a) The fishers                                                                                      7

                  b) The fish vendors

   2.2.1.3 the product                                                                                       8

2.2.2. Market chain analysis

2.2.2.1.information gathering methodology.

            2.2.2.2.Fishing activity

a)     Magumba resource                                                                   9

b)    Magumba fishing technique and catches

c)     Labour costs crew payment system and salaries                    10

d)    Fish quality                                                                             12

            2.2.2.3Fish Selling activity                                                                 13

 

2.2.3. Rationale:                                                                                              16

2.2.3.1.The natural resource and the quality of the product

a) Overexploitation risks

b) Seasonality of the catches

                  c) Lost of fish because of high temperatures

                2.2.3.2.The social community                                                                17

                 a) Sailor:

                 b) Owner

                c) Woman vendor                                                                                    18     

                d) Consumer

              2.2.3.3 SWOT Analysis

2.2.4. Activities and Plans:

              2.2.4.1 Activities per social status

a)         Fish vendors in Maputo city;                                                                  19

b)       Costa do Sol  fishfolks

                    2.2.4.2 Activities per component                                                              20

                     a) Fish quality promotion

                    b) Revolving Credit and Saving

                    c) First sale market

                    d) Assistance to fish. Association and CCP

                  2.2.4.3 Project insertion in the community

                  2.2.4.4 Project management and coordination                                                 21

                  2.2.4.5.Institutionnal coordination

2.2.5 role of the government institutions.

2.2.6.recomendation and actions for decisions makers

2.2.7.Budget/Resources

Annexes                                                                                                                   23

 

 

2 Fisheries sector

 

2.0. Fisheries sector in Mozambique

Mozambique fisheries sector with 130 000 tonnes annual production accounts for 3 % of the Gross National Product.

The classification of fisheries through different type of operators  is

  • Industrial fisheries
  • Semi Industrial fisheries
  • Artisanal fisheries (91 % of landings).

 

2.0.1.Artisanal Fisheries sector

 

Artisanal fisheries represent an important source of food and cash income for the coastal communities, and employ a significant number of people. 70 to 100 000 fishermen are estimated to be directly involved in fishing.

Artisanal Fisheries sector in Mozambique depend on IDPPE Small Scale Fisheries Development Institute for their development

Every Mozambican coastal province is benefiting from 3 specific projects focused on economical and social development Maputo province excluded.

 

2.1.Social benefits of the Mozambique and EU agreements to the fish folks.

 

2.2.Project proposal

 

2.2.1. Product and Community: Maputo fish folks, Maputo fish vendors

 

   2.2.1.1.Fisheries and fish market in Maputo province

 

a Fish production

In 2003 the population of Maputo consisted in 2 152 000 people of which the majority lived in the 4 coastal districts (Matutuine, Maputo city, Marracuene and Manhiça from south to north). In Maputo province there were 532 fishing boats counted in 2002 with an estimated 2,218 fishers divided in 34 fishing centers according to IDPPE 2002 census.

A total of 5 458 persons were involved in fisheries activities. There were working as sailors, fishermen without vessels, the vessels used for artisan fisheries are flatboats, rounboats, and boats made of fibreglass. Approximately 13% are motorized (3 % in the whole country) mostly with outboards motors. The other vessels work with rows or sails.

In 2002 in Maputo province, there were a total of 560 fishing gears divided as followed.

 

Table1 Fishing gears in Maputo province source Maputo census 2002

Fishing gears

Gillnets

Beach seines

Hand lines

Others

Total

Number

206

200

115

39

560

 

The Hand lines are used to catch demersal first quality fish. As they can stay up to three days without coming back they need ice that they can buy in the Maputo fisheries harbour (ice chips) or in the fishing centre.

 

bThe fish market in Maputo city

 

First quality fish

The quality fish consumed in Maputo province comes from artisanal and semi industrial domestic production

 

Marketplaces

The first quality fish (as so as prawns, lobsters and squids) is sold in a specific “VIP” fish market called Maritimo located near the Maputo beach. This market that has existed for 27 years has its official association with 33 members. We can also find first quality fish in the Central market

 

Street sales

There are street sales on the Marginal Avenue late afternoon and at night along the Maputo Beach before the Maritimo coming from the city center. The vendors are from both sexes. Sometime the fishermen are selling their own catches after coming back from fishing activity. The problem of this kind of sale is that we need to have a scale to weight the fish and if it is not good, we do not know how to go back to the vendor. Women in the Maputo downtown street near the fishing harbour sell a part of the semi industrial line fish catches that is not exported.

 

Door to door sales

There is also a door-to-door sale activity for first quality fish and frozen industrial fish.

Some vendors come from Catembe on the other side of the Maputo Bay or Marracuene located km north Maputo. 

 

Supermarkets

First quality fisheries product can be find fresh or frozen in half a dozen Maputo centre Supermarkets.

 

Second category fish

The second category fish is imported from abroad (Namibia, Angola, Korea…). It is frozen pelagic fish (marquee type) whose selling price varies from 25 to 60 Mtn per kg (1 to 2.3 USD) following the size. It comes packed in 20 to 30 kg boxes. An important distributor is “peixe da mama” that has an important sale point network equipped with chest freezer or small freezing unit in 15 of Maputo marketplaces (see annex 1).

There around 50 market places in Maputo city scattered in the 5 city districts. They are shared in 4 categories as you can see below.

 

                                          Table 2 Maputo city Marketplaces

Grade

A

B

C

Informal

Total

Number

5

7

27

21

49

 

Only half of the market places has fresh fishmongers officially recognized see above and annexe 1.

Third category fish

The third quality fish consisted mainly of Magumba a kind of flat sardine caught in Maputo bay by artisanal fishermen.

It is the cheapest fresh fish available for poor people. It is sold in (or around) popular Maputo market places: Chipamanine, Xquelene, Compone, Bela Rosa, Hulene, Mavalane, Benfica, Patrice Lumumba, T3 are the ones referred by fish brokers and door to door in a lot of Maputo “Barrios”. The transport is made in 25 kg crates usually with or without ice.

In the markets, (or around them) the fish is displayed on shelves or in a plastic box without any freezing device except ice.

There is also a door-to-door sale activity in a lot of Maputo popular quarters for Magumba. The fish consumption of Magumba and maquerel Maputo is estimated in 10 Kg per year per person. The Magumba is reserved for adult consumption because it has strong fish bones.

  

c)export

Around 17 000 tonnes of Mozambican fisheries and aquaculture product have been exported in 2006, half of it to European union. The main bulk is made up of shrimp and prawns 64 % and kapenta dried fish 30%. The fish represents less than 2% roughly 300 Tonnes.

A part of artisanal line fish from Catembe situated in front of Maputo is sold to export company located in the fishing harbour.

 

Fish Export quality control

Mozambique has been recently endowed with a brand new health authority Fisheries National Inspection Institute INIP whose duty is to control the quality of exported fish following EU Cahier des charges. The artisan boats that provide fish to fresh fish exporting company should be contemplated by licensing from next year. But EU sanitary compliance should be very difficult to achieve .A recent audit made by EU experts asks for each boat to have its own WC and recommend fibreglass boat against wood.

 

 2.2.1.2.Costa do Sol fisheries community

 

Bairro dos Pescadores (Fishermen quarter) also called Costa do Sol is a community situated in Maputo district number 4 at some 8 km from the centre of Maputo. The access is made through a tarred road following Maputo beach followed by an untarred part of 3 km and 200 m sand before reaching the community fishing centre. Regular taxi minibus called “chapa 100” or bus make linkage with other Maputo quarters. In 2003 there was 400 families living in the quarter but because of the Magumba fishing activity it has been increasing.

The fish community is composed of fishers (mainly male) and fish vendors (mainly women).

 

aThe fishers

The Bairro do Pescadores fishermen Community is committed two three main types of fishing activity:

  • Gillnets used to catch little pelagic i.e. cheap fishes (sardine, Tainha, Mantoce, Ocar and Magumba)
  • Lines used to catch bigger demersal 1-st class fishes (Cachucha, Marrero and Robalo, grouper…)
  • Beach seine used to catch different kind of fishes and prawns.

 

Local fishermen use around 150 boats. 100 boats are fishing with gillnets, 25 with lines, 20 with beach seines.

 

The fish folks are divided into: Ship owners, sailors, masters and menders.

The sailors are the poorest members of fish folk’s community. The one working for gillnet fishing are usually day workers. They do not stay long time with the same owner. When the boat is being repaired they offer their services to another owner. They are paid through percentage of catches

 

Table 3 Magumba fish folks number estimated distribution by boats and function

 

 

Owner per boat

Owners

Sailors per boat

Total

Sailors

Menders

per boat

Total menders

Total

Motorized boats

1

20

7

140

3

60

220

Sail boats

1

80

7

560

2

160

 800

Total

 

100

 

700

 

220

1020

 

The Magumba fish folks are estimated in 1000 persons directly involved in this activity 100 owners, 700 sailors and 200 menders.

 

b the fish vendors

The fish vendors are mainly women. They can be divided following the type of fish they use to sell.

 

The demersal fish and prawn vendors.

Those vendors need a higher capital because they are selling a produce up 5-to10 times more expensive. A lot of them are selling in Maritimo market.

 

The gillnet fish women vendors

Women dedicated to commerce of fishes caught by gillnet (Magumba and Tainha) are locally called “Magueva”. We estimate that they are around 200 in Costa do Sol. The majority are relatively poor because the net income is not very high. The necessary capital to buy the fish is not very high too.

 

2.2.1.3.The product

The product chosen for the case study is Magumba, Hilsa Kelee (Cuvier, 1829) known as African sardine that can be considered as the most important fishery for the artisanal fishers in Maputo Bay. It is fished by 37% of the fishermen (206 gillnets out of 560 units) (IDPPE national census 2002). It is the most abundant fish in the local markets and the landings are much higher as compared to the catch of other fish species. Because of its very low market price it is the most accessible source of protein for the low-income consumers. The Magumba annual landings have been estimated between 3 000 to 6800 T from 2000 to 2005.70% are estimated to be landed in Costa do Sol.

 

                                  Table 4 Seasonality of Magumba catches

 

August, sept

August to Nov

Dec to May

June July

Weather

bad

Good

Good

Regular

Catches

 

Bad

Good

Regular

 

 

2.2.2. Market chain analysis

2.2.2.1.information gathering methodology.

The following methods were used.

a) Meetings

b) Interview of individuals

c) Interview of groups (women, sailors, boat owners)

d) Collection of documents (see bibliography in annex)

Difficulties

It has to be referred the lack of information about commerce, and economic data about of fisheries activity and products. (Number of vendors, income, characteristics of freezing units).

About the fishermen number a census has been made in 2007 but the result are not published yet. IIP.Moreover every fisher has not participated in the census. The former available data are from 2002 census.

Not all the fishermen are paying their licence for Magumba fishery even if gillnets one is cheap (110 Mtn ,4.2 usd), reason why these sources of information are not totally reliable. 

 

2.2.2.2.Fishing activity

 

In 2007 124 fishing licences were emitted by Provincial Fisheries Services for Costa do Sol, 94 for Magumba fishing of these 13 with motorized boats. That represents 76 % of licences. The others are beach seine 18 and line fishing 6.

 

a) Magumba resource

Magumba is a pelagic fish with short cycle whose stock was considered two years ago as exploited at its maximum capacity by IIP .Its recommendations were to maintain the fishing effort at the same level controlling the number of licences and the dimension of the nets and the meshes.  Fishermen need to be raised awareness about it through the Fisherman Local Council that has the duty to implement a co management of natural resources

The second issue is the seasonality of the catches .The major amount of catches (80 %) is made during 6 months (dec to May).

 

Thirdly as the high yield season corresponds to the hot season there is problem of low prices and lost of fishes because fishermen do not use ice and because low prices do not allow increasing ice and freezing costs.

 

b) Magumba fishing technique and catches

Crew of 3 to 7 sailors operates Magumba fishing activity. It uses 5 to 7 m long sail or motorized boat (30 to 60 cv outboard engines). The fishing time is 8 h time from 3 am to 12 am till 3 pm depending of the amount of catches. In cold season (May to July) fishing time is at night.

The owner can accompany the boat when weather conditions are good .If not he will choose a master to lead the crew. The catches are better during wet season season (December to May). The gillnet fishers boat owners are around 100, 20 with motorized boat. 

The motorized boats are fishing everyday except when the weather is not good. The motorized boats use longer and stronger nets than the other.

The sailboats only fish 20 days a month. (They do not fish on neap tide).

 

Catches

Catches in the Maputo bay have been varying from 1000 in the nineties to 6800 tonnes in 2001. More than 80% (i.e. 1400 Tonnes) are caught by Costa del Sol fishermen. In 2007 catches from Costa del Sol for the 3 firsts trimesters amount to 1465 tonnes. We can estimate 2007 Costa del Sol Magumba catches in 1600 Tonnes. The catches in Costa del Sol amount to 80% of Maputo bay. The Costa del Sol fleet represents 70 % of Maputo bay. They have better yields because some of them use motors.

 

   Table 5 Costa do Sol 2007 monthly catches (source IIP) in tonnes

Jan

Feb

Mar

Apr.

May

Jun

Jul

Aug

Sept

129

228

142

36

257

244

292

102

35

 

 

CPUE

The CPUE (catches per effort unit) i.e per net per day has been decreasing since 2001. In 2006 Catches in the Maputo bay amounted to 1680 Tonnes. In 2005 the average catches per net per day were 200 kg. In 2006 the daily catches has been between 30 kg in August and 800 kg in May. The average was 225 kg.

 

   6 Costa do Sol 2007 CPUE (source IIP) (kg per net per day)

Jan

Feb

Mar

Apr

May

Jun

Jul

Aug

Sept

188

244

80

227

292

221

413

219

287

  (Source IIP)

 

The daily catches of motorized boats are higher than the one of sailboats (up to 4 time higher).

 

Table 7 2006CPUE catches (kg per net per day) in Maputo Bay

Distritos

Jan

Feb

Mar

Apr

May

Jun

Jul

Aug

Sept

Oct

Nov

Dec

B. do Maputo

80

189

202

210

772

451

635

28

81

85

111

78

(Source IIP)

 

 Table 8 Catches of motorized boat fishing Magumba

Crate kg per day

mini

Kg

Maxi

Kg

Average

Kg

Average

Kg

Motorized boat

2

50

20

500

11

275

Sailboat

0

0

4

200

2

50

(source interview)

 

Table 9 estimated Costa do Sol Catches and gillnet fleet (Tonnes)

 

2001

2005

2006

2007

Fleet

 

176

109

100

Catches

5 450

2 492

1 512

1 600

Fishing days

 

8 652

5 203

11 545

Fishing days per boat

 

49,05

47,65

115,45

Catches/ boat/day

 

0,288

0,291

0,139

Catches/ boat

17

14,13

13,85

16,00

(source consultant)

 

c) Labour costs crew payment system and salaries

 

Gillnet Sailors´ payment system is roughly 2/3 for the owner of the boat and the gears 1/3 for the crew and the net menders.

On his share the boat’s owner must pay the oil and petrol (60 to 80 l per exit 1.15usd per l) the manager if it is the case, input (petrol and oil), gears and boat depreciation, financial cost, licence etc…

 

A study (see Annex 2) realized in 2006 estimated the owners net income in 1415 usd i.e.118 usd a month for a 7.25 tonnes annual catches 0.34 usd fisherman price.

 

Consultant calculation

The consultant calculation is based on respective annual catches of 10 and 16 tonnes for sail and motorboats.

 

Table 10 distribution of catches between owner and 7 crewmembers for a motorized boat

 (Sailor’s view). %

 

Catches crates

Owner

Owner

Crews and menders

Crews and menders

5 Sailors

2 Menders

Master

Manager

18

14

78

4

22

2

1

1

6

(Source interview)

 

Table 11 Estimated distribution of catches between owner and 7 crewmembers for a motorized boat (40 T annual catches, sailor’s point of view).

 

Catches crates

Owner

6 Sailors

Per Sailor

2 Menders

1 Master

1 Manager

 %

 

78,00

11,00

2,00

2,75

5,50

6,00

Crates

1600

1 248

176

32

44

88

75

KG

40 000

31 200

4 400

800

1 100

2 200

1 872

Usd

20 000

15 600

2 200

400

550

1 100

936

 

                                    Table 12 Estimated value of catches shares for a motorized boat

                                                      (40 tonnes annual catches). Usd 

 

Year

Month

Day

Owner

14 664

1 222,00

40,73

Master

1 100

91,67

3,06

Mender

550

45,83

1,53

Sailor

400

33,33

1,11

Manager

936

78,00

2,60

 

Table 13 Estimated distribution of catches between owner and 7 crew members for a sailboat boat (10 tonnes annual catches, owners view)

 

Catches crates

Owner

6 Sailors

Sailor

2 Menders

Master

Manager

 

 

66,67%

13,33%

2,22%

13,33%

6,67%

6,00%

Crates

400

333

67

11

67

33

30

KG

10 000

8 333

1 667

278

1 667

833

750

Usd

5 000

3 333

667

111

667

333

300

 

                                Table 14 estimated vvalue of catches shares

                                 (10 tonnes annual catches, owners view). Usd

 

Year

Month

Day

Owner

3 033

252,8

8,4

Master

333

27,8

0,9

Menders

333

27,8

0,9

Sailors

111

9,3

0,3

Manager

300

25,0

0,8

 

We can note that the sailboat sailor wages are very low less than 10 USD a month ten times less the salary of the owners.

 

d) Fish quality

The quality of the gillnet fish is not very good mainly during hot season because the gillnet fishermen do not use any ice on board. The fish can stay more than 12 hours without any cooling process. This can causes problems between fishermen, brokers and market vendors. When a part of the fish cannot be sold because it is spoilt each operator will try to load the former in the market chain with the responsibility.

The question has been discussed during a thematic PRA joining fishermen and vendors in December 2006 facilitated by IDDP technicians.

Proposed solutions (see annex 5) are installing a small ice machine and a freezing unit.

 

Ice machine

Ice is important for Magumba because the consumers like to eat it fresh.

A small ice machine already exists in the fishery centre with a 300 kg per day capacity. This is too small for the necessities. During the hottest months of the year January and February we can estimate the daily landings in 10 tonnes (400 crates). We can estimate that 75 % 300 crates could reach the markets the same day without ice. The rest 100 crates could be kept with ice 50 % i.e. until the next day the daily ice necessity is 100 *25/2=1250 kg of ice. This represents the daily production of 4 ice factories.

 

Freezing facilities

In terms of freezing unit 4 are at the moment working with a total capacity of 660 crates. The fishers are complaining that those equipments not very performing and have not a high deep freezing capacity The majority are old or renovated second hand equipment and not very performing (their freezing capacity is low). On the other side big rooms are not adapted when catches are low.

A freezing equipment has been recently offered to the Fishermen Association but with a very low freezing capacity. They have to decide how it will be managed. A constraint is the electricity shortages and fluctuation that often occur.  

 

Table 15 Costa do Sol freezing facilities characteristics

Name

Capacity in crate

Room nber

Financing

Type

Room

Volume

M3

Year

Installation

Investment USD

Complexo Manhiça

550

2

FFP

Credit

 

 

 

Jose Pangane

80

1

Equipment provider

Private credit

52

2007

5400

Sulpesca

 

 

 

 

 

 

 

Fishermen association

30

1

USAID

Grant

10

2007

 

Total

660

 

 

 

 

 

 

(Source interview)

 

The line fishermen from Triunfo fish centre near Maritimo fish market have been implementing the lessons learned during the 2006 training with IDPPE. They use second hand small chest freezers shells as cool box too keep the fish with ice.

 

Market quality control

As the majority of Maguevas sell their fish out of the markets there is no control by the local Health Ministry authorities called CHAEM.

 

2.2.2.3  . Fish Selling activity

Magueva vendors buy magumba by 25 to 30 kg crates or by lots of 5 fishes or 1.5 kg. They transport it on their head for little quantities in a basin or in plastic crate.

The price depends of the amount of landings. Hot season sees the prices falling down drastically (more than 50%) because catches are higher and the cost and capacity of conservation facilities.

Selling price

We can estimate that the selling price in the popular market varies from 0.5 to 1 usd per kg. It is cheaper than the frozen maquerel whose price varies from 1 to 2 usd.

 

Table 16a Magumba marketplace selling price Mtn

Unit

Unit nber

Price

Price/unit

Price/kg

Fish

4

5

1.25

16.25

 

6

10

1.66

21.6

(Source vendors interview)

 

Table 16b Magumba marketplace selling price usd

Unit

Unit nber

Price

Price/unit

Price/kg

Fish

4

0.19

0.05

0.62

 

6

0.38

0.064

0.83

                       (Source vendors interview)

 

Table 17a Magumba fisherman ´s prices and popular markets selling price MTn

 

 

Unit

Unit Number

Fisherman price mini Mtn

Fisherman price maxi Mtn

Fisherman price Mtn

Average

Price /unit  mini Mtn

Price /unit Mtn

Maxi

Price /unit Mtn

Average

Crate

Kg

25

150

 500

325

6

20

13

Lot

Fish

5

 

5

 

 

1

1

 

Table 17b Magumba fisherman ´s prices and popular markets selling price usd

 

 

Unit

Unit Number

Fisherman price mini Usd /unit

Fisherman price Usd

Maxi

Fisherman price Usd

Average

Price /kg mini Usd

Price /kg Usd

Maxi

Price /kg

Usd

Average

Crate

Kg

25

5.77

 19.23

12.5

0.23

0.77

0.5

Lot

Fish

5

0.19

 

 

 

0.5

 

0.5

 

 

Four different types of Magueva  can be distinguished.

  • The ones that buy a little quantity of fish (15 kg maximum) they carry on their head to sell it in the market or in the street. They usually live where they use to sell their fish in the popular suburbs.
  • The brokers who buy the fish on the beach for their clients (5 to 6 per broker) who sell in the Maputo district popular markets. The client should come to take his fish and pay the fish purchased the day before. The brokers usually live in the fishing centre.
  • The ones who accompany their fish to sell it themselves in the market places.
  • The managers (gerente) are the ones that have a second activity; they sell the fish of a specific boat. They are called “manager”. Some boat owners use their wife as manager. In that case the wife does not have a very significant salary. (100 MTn i.e. 4 usd per working day depending on the catches)

 

The net return on a crate varies depending on the Fisherman price and on the selling price. from 20 Mtn (0.75 USD) if there is a loss to 50 Mtn (2 usd) without loss for the broker 10 to 30% on purchase to 100 % for small quantities.

 

Salary calculation (see annex 6)

Salary calculation was made assuming each vendor sell a certain quantity per day 360 days a year. In fact there is days off because of the bad weather.

 

Table 18 Estimated fishers and vendors net incomes

 

 

Daily sales kg

Net Income /day

Net Income /month

Net Income /Year

Salary classification

Basin sale

13.3

1,72

52

622

5

Beach Brokers

50

3.65

110

1 315

4

Market sale

50

5,75

172

2 068

1

Manager

28

2,30

27,60

331

7

Manager beach broker

78

11,4

137

1 647

2

Sailboat owner

 

9,8

118

1 415

3

Master/mender

 

2,3

28

333

6

Sailor

 

0,8

9

111

8

 

Necessary working Capital

The capital necessary for selling Magumba is constituted by the fish container, plastic basin or 20 l paint tube (2 usd) and the cost of the fish  (5 Mtn i.e.0.2 usd) to buy a pile of 5 fishes 10 usd for 20 kg .The amount of capital is around 12 to 15 USD.

When there is a lot of catches fishermen accept to sell the fish on credit to brokers or marketplace vendors. The fishermen have to wait for the next day to be paid when the market vendors pay the broker who then will pay back the fisherman.

When the landings are scarce the fishermen want to be paid cash.

 

Fixed assets

Some of the Magueva has their own freezer to avoid losing their product when night comes without having sold it.

 

 

                                Table 19 Price of chest freezer and shell

 

Capacity

Crate nber

Price Mtn

Price usd

State

Freezer

2.5

7 500

288

New

Freezer

4

12 000

460

New

Freezer

7

22 000

846

New

Freezer shell

2.5

500

19

2 nd hand

 

Revolving Savings and Credit scheme

A group of 30 Maguva women with IDPPE facilitation have agreed to initiate a Rotative Savings and Credit scheme in April 2007. They already saved 150 Mt each (6 usd) saving a total amount of 4500 Mtn (175 usd). They need a third ID to be able to operate their bank account.

 

The market

The marketplaces

One part of the Magumba is sold in the Maputo area popular marketplaces. (See list in annex x) The saleswoman pays a daily fee per linear meter to sell inside the market following the market grade (3 Mtn grade C, 4.5 Mtn grade B (0.11 to 0.17 usd) and C). 10% of fees income is refunded to the market salesmen commission for market maintenance. The majority of Magueva sell their fish around the market or will rent occasionally a fish shelve in the market.

The services given by the market should be: water, electricity, daily washing. The majority of popular markets are class C.They are markets without masonry infrastructure that have appeared spontaneously after the independence. The city Council has launched a bidding to find private partnerships to manage the Maputo marketplaces. The same privatisation has been done for city gardens management.

 

Number of vendors involved in Magumba market retail selling activity

Each broker has around 6 clients. If we assume that there is one broker per 2 boat i.e. 50 brokers we find there are 50×6 = 300 vendors involved in Magumba retail market selling activity. Those vendors are paid 50 Mtn (2usd) per crate sold.

 

Number of customers involved in Magumba activity

The magumba landings in Maputo were estimated between in 3100 t in 2005 and 6800 in 2001.70 % are estimated to be landed in Costa del Sol this represents between 2 and 5000 tonnes. If we estimate the annual consumption per capita in 10 kg, we can estimate the consumers’ number between 200 and 500 000.This represents 20 % to 50 % of Maputo population (around 1Millions).

 

Number of persons affected by the project.

That represents 3000 persons (6 persons per household) directly and indirectly involved by the project.

The community that indirectly should benefit of better Magueva activity is 280 (5 persons per women) because women are traditionally responsible for children and elderly people care.

The sailors are young people (average age 26 year). We consider that only half of them have wives (and children) .We consider that half the boat owners’ wives are working in fish commerce.

The number 900 of men directly affected by the project is higher in the community.

 

                        Table 20 Number of people directly affected by the project

 

Males

Females

Local

Maputo

Boats owners

100

 

100

 

Sailors

700

 

700

 

Boats owners wives

 

  50

  50

 

Menders

100

 

100

 

Sailors wife

 

350

350

 

Washer

 

 

 

 

Brokers

 

  50

 50

 

Street vendors

 

150

 50

       100

Market vendors

 

300

 

       300

Consumers

 

 

 

200 000

Total

900

900

1400

200 400

 

2.2.3. Rationale:

 

2.2.3.1.The natural resource and the quality of the product

 

a) Overexploitation risks

The main problem of the resource is the risk of overexploitation. Fishermen need to be raised awareness about it through the CCP (Fisheries community Council) that has the duty to implement a co management of natural resources.

 

b) Seasonality of the catches

The second problem is the seasonality of the catches .The major amount of catches (80 %) is made during 6 months (dec to May).

It should be better to adapt the fishing effort to the availability of the resource. During the low yield period (July to December) the fishermen should find another activity (fishing or not)

 

c) Lost of fish because of high temperatures

As the high yield season correspond to the hot season there is problem of low prices and lost of fishes.

Use of ice

One of the solution to the lost of fish consist in improving ice use by financing a percentage of the ice costs during the 3 hottest months of the year (January to march) with a decreasing annual rate 50 first year, 30 second year, 15 % third year. As the local ice production capacity is too small, the project should find an alternative solution (home made production, transport ice from harbour factory, second ice factory). The use of ice requires use of cool boxes. The project should study the way to develop its use. The main question is if the market is prepared to pay for the cost a better fish. Fish losses post fishing are being monitored by IDPPE to know exactly the importance of the issue.

 

Deep freezing

The use of deep freezing is not adapted to a fresh product value chain. On the other hand the energy costs of deep freezing are very high. It could be developed for line quality fishes.

Curing

Another range of solutions is to develop other type of curing (drying or smoking). It is necessary to study the market.

 

2.2.3.1.The social community

 

The poorest members of the community related to fishing activities are the hired sailors men and the main part of Magumba fish vendors that sell little quantities of fish.

We can improve the well being of different stakeholders as following

 

a) Sailor:

– Improve their working conditions by

  • Negotiating a better salary for their work (better percentage of catches) from the boat owner (trade unions)
  • Improving the catches value increasing the quality of the fish.
  • Increase security (using life jacket, night navigation rules of law).
  • Financing funeral expenses (owner participation, community fund)

 

-Find alternative livelihood means, facilitating saving and credit groups for them or their wives.

 

b) Owner

-Improve their income by

  • Lowering the wasted fish using ice on board.
  • Getting a better price for their fish  (market)
  • Getting a discounted price for input (nets and petrol)
  • Improve security on beaches to avoid net thefts.

 

-Give counselling to fishermen association.

-Assist owners fishermen association to manage their storage facilities.

-Assist CCP community Fishing Councils to manage fisheries effort and respect of regulation.

– Prepare conditions for future open sea EU export oriented artisanal fleet .The future of artisanal fisheries rely on open sea selective gears development like line fishing with a boat adapted to EU sanitary requirements (fibre glass, with ice, WC etc…)

 

 c) Woman vendor:

-Improve their income on fish selling activity by

  • Increasing their working capital (Facilitating saving and credit groups in order to increase capital amount.)
  • Lower their loss (by helping to improve fish quality)
  • Improve their capacity to manage their business: Capacity building (literacy and management)
  • Improving quality of access road.

 

-Give them opportunity to develop alternative activities during bad season. (Facilitating saving and credit groups in order to increase capital amount.)

-Facilitate relation with the city council. (Payment of licences, marketplace-working conditions)

-Increase their education (literacy. HIV/AIDS)

-Improve their working conditions on the beach (security at night, shaded market place), during their movement and in the marketplace,

 

d) Consumer 

 

-Improve fish quality preventing possible illness and diarrhoea that are harmful for people affected by HIV /AID.

-Monitor fish selling price following consumer purchase power.

-Lower the price of the fish by diminishing intermediate number.

 

2.2.3.3 SWOT Analysis

Table 21 PROJECT SWOT ANALYSIS

 

STRENGHTS

THREATS

OPPORTUNITIES

WEAKNESSES

Ice locally available

Low control on market product sanitary conditions

IIP following resource

High prices of inputs derived from oil (gillnets and petrol)

Conservation facilities

Sailor low income

Tourism

Energy shortage

Women RSC group set up

Sailor working condition

Availability of market

Agriculture is not an alternative activity for low yield season

Ice factory

Saleswomen working condition in winter

IDPPE Provincial delegation

Quantity of ice available is not sufficient

 

No first selling fish market

Increasing market

 

 

6 months low catches period (June to Nov)

Artisanal fisheries strategic plan

 

 

Resource in danger of overexploitation

Prepare condition for future open sea EU export oriented artisanal fleet.

 

 

Cost of ice transport to the market

 

 

 

Ice take fish room in basin and turn it heavier

 

 

 

 

2.2.4. Activities and Plans: see log frame annex 6

 

The following activities are contemplated

 

2.2.4.1 Activities per social status

 

a) Fish vendors in Maputo city;

 

  • Capacity building (literacy, HIV, Fish quality…)
  • Advocacy Setting up an strengthening a local advocacy forum and network
  • Trade union association strengthening
  • Improving relation with city council
  • Rotative saving and credit scheme.
  • Find specialized operator to facilitate the Revolving Saving and Credit existing women Groups.
  •  Market Facilities.
  •  Facilitate Transport conditions

 

b) Costa do Sol fishfolks

 

Sailors

  • Improve working conditions security, salary
  • Facilitating a local sailor association or trade union
  • Capacity building (literacy, HIV,)
  • Rotative saving and credit scheme for sailors or sailors wives

 

Owners and vendors

  • Market place building

 

Owners

  • Assist owners fishermen association to manage their storage facilities
  • Improve the quality of the fish using ice on board in hot season (December to Mars).
  • Find alternative activities during low yield season.

 

Vendors

  • Capacity building (literacy, HIV, improve your business,)
  • Networking (contact with Forum Mulher)
  • Rotative saving and credit scheme monitoring
  • Find alternative activities during low yield season.
  • Help to reconcile homestead function with business activity. (Kindergarten)

 

2.2.4.2 Activities per component

 

a) Fish quality promotion

 

Table 22 Ice subsidies value calculation

 

 

T.per day

T per month

T per trimester

Price per T

Mtn

Price per t

USD

Price per

Year

Subs. rate

Subvention

2008

1

30

90

2000

77

6923

50%

3 462

2009

 

 

 

 

 

 

30%

2 077

2010

 

 

 

 

 

 

15%

1 038

2011

 

 

 

 

 

 

0%

0

 

If project monitoring recommend subsidizing ice costs during a longer period in the year alternative financing will have to be found.

 

Training

It is suggested to help IDPPE agents in term of logistic (petrol) and some incentives.

 

b) Revolving Credit and Saving

It is suggested to find a facilitator to coordinate this component that is directed to vendors and sailors. We should decide what should be the relation and role IDPPE social technician that have initiated the RCS groups.

 

c) First sale market

The objective of the first sale market is to provide conditions to realize the commerce transaction between the fisherman and the first actor of the trade chain.

Before to build the market it is necessary to discuss

Its location, its dimension, community participation (building, contact with City Council for authorisation), equipment needed (scales, conservation facilities), management,

 

d) Assistance to fish. Association and CCP

 

2.2.4.3 Project insertion in the community

In order to link the project activities with the stakeholders it is suggest to set up a steering committee composed by representants of the 5 categories owners, sailors and menders, vendors, cold and ice providers and consumers.

 

2.2.4.4Project management and coordination

 

2.2.4.5.Institutionnal coordination

It has to be decided what should be the Institution in charge of the project.    

 

The government organisation in charge of fisheries is the Ministry of Fisheries. The IDPPE is the organisation in charge of artisanal fisheries. Gender issue is an important issue in Fisheries.IDPPE has not yet implemented its gender strategic plan.  

The ministry in charge of woman is Ministry of woman and social action. It has implemented activities in the fisheries sector.

 

2.2.4.1 management

The project needs an operator and a coordinator.

 

2.2.5 role of the government institutions.

 

  • Improve and maintain quality of the access road
  • Prevent erosion mitigation
  • Give penalty to industrial fishing in 3 miles
  • Promote quality of fish by giving training and facilities to vendors and fishers for hygiene and fish conservation onboard and on the ground  (market places
  • Give orientation and licensing for market building
  • Find sources of credit to improve fish quality and local storage capacity  (providing credit to private processors and storage unit managers through FFP)
  • Improve quality of energy (no shortage and fluctuation) supplied by EDM.
  • Improve and maintain quality of the access road.
  • Indicate where the market should be set up.
  • ·       

2.2.6.recomendation and actions for decisions makers

  • Use artisanal fisheries strategic plan and IDPPE as a counsellor/or operator to integrate any development initiative.

 

 

2.2.7.Budget/Resources see annex 8

 

LIST OF ACRONYMS

 

CM                                                      City council

CCP                                                    Fisheries community Council

CPUE                                                  Catches per unit of effort

DPP                                                    Provincial Fisheries Directorate                     

FFP                                                     Fisheries development Fund

IDPPE                                                 Small Scale Fisheries Development Institute

IIP                                                       Fisheries Investigation Institute

INE                                                     Statistic National Institute

INIP                                                    Fisheries National Inspection Institute

PESPA                                                Artisanal Fisheries subsector strategic plan

IUCN                                                  International Union for conservation of nature

MMAS                                               Woman and Social Action Ministry               

 

 

 

ANNEXES

 

 

 

 

 

 

Annexe 1 popular market list and fishmongers number

 

Annexe 2 Magumba fishing activity sail boat owner average annual rent calculation 2006 

 

Annexe 3 Equipment value and duration for Costa do Sol Gillnet fishing activities

 

Annexe 4 Repartition of catches between owner and 7 crewmembers for a motorized boat

               (Owner s view).

 

Annexe 5 Thematic Dec 2006 PRA log frame facilitated by IDPPE

 

Annexe 6 Income statement of different fish vendor’s categories

 

Annexe 7 Costa do Sol artisanal development fisheries project log frame

 

Annexe 8 Costa do Sol artisanal fisheries development project budget

 

                                                     Annex 1

                         Maputo city marketplaces list and fishmongers number

 

Name

District

Grade

Fishmongers (Fresh)

Peixe da mama (Frozen)

Fajardo

2

B

29

0

Xipamanine formal

2

A

119

1

Catembe

6

C

21

0

Povo

1

A

2

1

Malhazine

5

C

3

0

Estrela vermelha

3

C

10

0

Mafalala

2

C

15

0

Luis Cabral

5

B

0

1

Jardim

5

 

6

0

Praça dos combatantes

4

B

15

0

1 de junho

4

C

5

0

Ferroviario

4

 

0

1

Xipamanine informal

2

C

5

0

Mazambane

3

C

7

12

Benfica

5

C

0

1

Bagamoyo

5

C

6

1

Mavalane

4

C

1

1

Vulcano

2

C

10

1

Junta

2

C

0

0

Unidade 7

2

C

4

1

25 de junho

5

C

1

2

Inhagoia

5

C

1

0

Khalene

3

C

20

0

1 de agosto

3

C

3

0

Chai

3

C

0

1

Central

1

A

34

1

Maxaquene

3

B

0

0

1 de Maio

3

C

0

1

Polana Caniço

3

B

15

1

Janete

1

A

4

0

A luta continua

4

C

111

0

Mutchapo

4

C

0

0

Agostino Neto

1

C

2

0

Total

 

 

446

18

 


 

 

                                                 Annex 2

 

2006 Magumba fishing activity average annual rent calculation

 

REVENUES

Unit

Mtn

Usd

Usd per kg

Estimated annual production

Kg

  7 250

 

290

Production value

Mtn

64 900

2496

0.34

COSTS

Mtn

 

 

 

Labor

Mtn

13 800

531

 

Intermediate input

Mtn

  8 800

338

 

Estimate financial cost

Mtn

 4 000

154

 

Capital costs

Mtn

 1 500

  57

 

Total costs

 

 

1081

0.15

NET REVENUE

 

 

 

 

Net revenue

Mtn

36 800

1415

 

Estimate Owner labor cost

Mtn

18 000

692

 

Capital opportunity cost

Mtn

1   000

38

 

Profit

Mtn

17 800

684

0.09

Average Rent

Mtn/kg

2.5

0.1

 

(Source doc research study IUCN H.Tembe/Ziegler may 2007)


 

Annex 3 a) Equipment value for Costa do Sol Gillnet fishing activities

 

 

Boat

 

Fishing gear

 

New Motor

 

 Total

 

Mtn

usd

Mtn

usd

Mtn

usd

usd

Motor Gillnet fishing

25 000

615

60 000

2 308

135 000

5192

        8115

Sail Gillnet fishing

20 000

769

20000

769

 

 

         1538

 

 

Annex 3 a) Equipment duration              

 

Boat

Fishing gear

New Motor

Unit

Year

Month

Year

Motor Gillnet fishing

20

3 to 6

2 to 5

Sail Gillnet fishing

20

6

 

 

 

 

 

Annex 4

 

 

 

Repartition of catches between owner and 7 crewmembers for a motorized boat (owner s view).

 

Catches crates

Owner

Owner

Usd

Owner %

Crews and menders %

Crews and menders usd

Crews and menders

Mtn

Sailors

Usd

Sailors

Mtn

Master

Usd

Master

Mtn

2

2

25

67

33

12.3

320

1.92

50

2.7

70

4

3

 

75

25

 

 

 

 

 

 

6

4

 

67

33

 

 

 

 

 

 

8

5

 

63

37

 

 

 

 

 

 

10

6

 

60

40

 

 

 

 

 

 

12

8

 

65

35

 

 

 

 

 

 

14

9

 

64

36

 

 

 

 

 

 

15

10

 

67

33

 

 

 

 

 

 

16

11

 

69

31

 

 

 

 

 

 

18

12

 

67

33

 

 

 

 

 

 

20

13

 

65

35

 

 

 

 

 

 

Average

 

 

69

31

 

 

 

 

 

 

 


Annex 5

 

 Thematic Dec 2006 PRA log frame facilitated by IDPPE. 

 

 

Problem

Cause

Solution

Activity

Responsibility

Fishermen

Saleswomen

Low yields

Too much boats in the fishing center

Limit number of licenses

Promote fishing in open sea

List interested fishermen in open sea.

Contact a donor to finance open sea fishing boats construction

 

Fishermen

Saleswomen

Fish conservation

Rotten fish at sea and on the ground

 

No money to buy ice

No freezing unity

Frequent energy shortage

No cool boxes

No transport to the fishing harbor

 

 

Cold storage unit

Ice factory

Contact a private transporter

Revolving Credit Savings Schemes

 

 

 

 

Find credit provider

 

 

Fishermen price is high

High prices of Petrol

High prices of inputs

 

 

 

Saleswomen

Limited access for vehicles to fishing center

Bad road and damaged bridge

 

 

 

Fishermen

No fish market

No donor

Contact City Council.to build a Market place in the fishing center

 

 

 

                                           Annexe 6

 

 Income statement of different fish vendors’ categories

 

a

Sailboat manager (10 t annual catches)

 

 

 

 

 

 

 

Unit

 

Price/unit

Nber per year

USD

per kg

 

Estimated annual sales quantity

Crate

 

12,5

400

 

 

 

 

Kg

 

 

10 000,00

 

 

 

Commission manager

%

6%

 

24

300

0,03

 

Commission sales

Mtn

50,00

1,92

 

46

 

 

Total revenue

 

 

 

 

346

 

 

COSTS

Mtn

 

 

 

 

 

 

Wasted fish

%

 

5%

 

15

0,00

 

Total cost

 

 

 

 

15

 

 

NET REVENUE

Mtn

 

 

 

 

0,03

 

Net revenue

 

 

 

 

331

 

 

b

Sales in fishery center

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Mtn

usd

 

 

per kg

 

REVENUES

Unit

 

Price/unit

nber/year

 

 

 

Commision

Crate

50

1,92

720

1 385

 

 

COSTS

Mtn

 

 

 

 

 

 

Wasted fish

Mtn

 

0

5%

69

 

 

total

 

 

 

 

69

 

 

NET REVENUE

Mtn

 

 

 

 

 

 

Net revenue

crate

50

 

 

1 315

 

 

 

 

c

sale in market place Xquelene

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Mtn

usd

 

 

per kg

 

REVENUES

Unit

 

price/unit

nber

USD

 

 

Estimated annual sales quantity

crate

 

12,5

720

 

 

 

 

Kg

 

 

18000

 

1,31

 

Sales value

crate

474

18,23

720

13 125

 

 

COSTS

Mtn

 

 

 

 

 

 

Fishing center

 

 

 

 

 

0,90

 

Fish purchase

Crate

325

12,5

720

9 000

 

 

Fish washing

Crate

5

0,2

720

144

0,00

 

Overnight conservation

Crate

30

1,15

720

0

0,00

 

Fish transport

Crate

10

0,39

720

0

0,02

 

Vendor transport

Day

10

0,38

600

228

 

 

Market place

 

 

 

 

 

0,08

 

Labor Saleswoman

Crate

30

1,15

720

828

 

 

Marketplace fees

Day

4,5

0,17

350

60

 

 

Water

Tin

1

0,04

 

28

 

 

Marketplace cost (washing)

Day

1

0,04

350

13

 

 

Conservation in market place

Crate/day

20

0,77

 

40

0,07

 

Wasted fish

%

 

5%

 

656

 

 

Crate transport market fishing center

 

2,5

0,1

 

60

1,11

 

Total cost

 

 

 

 

11 057

 

 

NET REVENUE

Mtn

 

 

 

 

0,21

 

Net revenue

 

 

 

 

2 068

25

 

 

 

d

basin sale in market place Xquelene

 

 

 

 

 

 

 

 

Unit

Mtn

usd

 

 

per kg

 

REVENUES

basin

 

price/unit

nber

USD

 

 

Estimated annual sales quantity

20

 

14,58

240

 

 

 

 

Kg

 

 

4800

 

0,35

 

Sales value

 

 

 

 

3 500

 

 

COSTS

Mtn

 

 

 

 

 

 

Fishing center

 

 

 

 

 

0,24

 

Fish purchase

Kg

 

0,50

4800

2 400

 

 

Fish transport

Crate

2,5

0,10

360

35

0,02

 

Vendor transport

Day

10

0,38

360

228

 

 

Market place

 

 

 

 

 

 

 

Conservation in market place

Crate/day

20

0,77

 

40

0,02

 

Wasted fish

%

 

5%

 

175

 

 

Total cost

 

 

 

 

2 878

 

 

NET REVENUE

Mln

 

 

 

 

0,06

 

Net revenue

 

 

 

 

622

25

 

 

Annex 7

Costa do Sol artisanal development fisheries project log frame

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Stakeholders

 

 

 

Activity

Indicator

Indicator

Owners

Sailors

Vendors

Other

Budget

Improving sailors conditions

 

Process

Result

 

 

 

 

 

 

Facilitation association/trade union

 

T union constituted

 

x

 

 

 

 

Fisheries working condition rules

 

Average salary improved

 

x

 

 

 

 

Capacity building (literacy, HIV,)

training day nber

nber of literated sailors

 

x

 

 

 

 

RSC scheme

Training day nber

Nber of formed groups

 

x

 

x

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Promote fish quality

 

 

 

 

 

 

 

 

 

first sale Market building

 

Market set up

x

 

x

 

5000

 

Ice use subsidies

 

Tonnes of sold subsidized ice

 

 

X

 

3000

 

Freezing subsidies

 

Frozen crate-day subs nber

X

 

X

 

2000

 

Training in ice use

Training day nber

Training day nber

X

 

X

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

1000

Women vendors empowerment

 

 

 

 

 

X

 

 

 

Social center building

Community participation

Social center set up

 

 

X

 

 

 

Training center building

Community participation

Training center set up

 

 

X

 

 

 

Improve working condition

 

Improved working condition

 

 

X

 

 

 

Capacity building

Training day nber

Vendors able to solved their problems

 

 

x

 

 

 

Livelihood increase SC scheme

 

Nber of formed groups

 

 

 

 

 

 

 

 

Rotation nber per year

 

 

 

 

 

 

Improve transport condition

 

Improved transport condition

 

 

x

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Assistance to fish.ass.and council

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fisheries council facilitation

 

Nber of problem solved

x

 

 

 

 

 

Fisheries council equipment

 

Equipment operational

x

 

 

 

 

 

Association equipment

 

Equipment operational

x

 

 

 

 

 

Fishermen capacity building

Training man day nber

Nber of skilled owners

x

 

 

 

 

 

Fishermen association facilitation

 

Nerd of problem solved

x

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Monitoring and evaluation

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Auto evaluation

 

Auto evaluation executed

x

x

x

x

 

 

Mid term review monitoring

 

Mid term review monit executed

 

 

 

 

 

 

End project evaluation

 

 

 

 

 

 

 

 

Total

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Studies and PRA

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Base line survey

 

Base line survey executed

 

 

 

 

 

 

PRA

 

PRA executed

 

 

 

 

 

 

Study about fish incomes

 

 

 

 

 

 

 

                   

 

 

Annexe 8

               Costa do Sol artisanal fisheries development project budget 

 

 

Fisheries

Year 1

Year 3

Year 3

Year 4

Total

1

Improving sailors working and financial conditions

5 000

5 000

5 000

5 000

20 000

2

Promote quality of fish

14 000

5 000

2 000

1 000

22 000

3

Women vendors capacity building

5 000

5 000

4 000

2 000

16 000

4

Assistance to fish. Ass.and council

2 000

2 000

1 000

1 000

      6 000

5

Monitoring and evaluation

  500

1 500

500

1 500

4 000

6

studies PRA

2 000

 2 000

1 000

1 000

6 000

7

Consulting

2 000

2 000

2 000

2 000

8 000

 

 

 

 

 

 

0

 

Total

33 000

21 000

15 000

13 000

82 000

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

1

Improving sailors conditions

 

 

 

 

 

 

Facilitation association/trade union

1000

1000

1000

1000

4 000

 

Fisheries working condition rules

1000

1000

1000

1000

4 000

 

Capacity building (literacy, HIV,)

1000

1000

1000

1000

4 000

 

RSC scheme

2000

2000

2000

2000

8 000

 

Total

 

 

 

 

20 000

 

 

 

 

 

 

 

2

Promote quality of fish

 

 

 

 

 

 

Equipment

 

 

 

 

 

 

First sale Market building

7000

 

 

 

7 000

 

First sale Market equipment

 

1000

 

 

1 000

 

Subsidies

 

 

 

 

 

 

Ice use subsidies

4000

2000

1000

 

7 000

 

Freezing subsidies

2000

1000

 

 

3 000

 

Training

 

 

 

 

 

 

Petrol, food, room renting

1000

1000

1000

1000

4 000

 

Total

14 000

5 000

2 000

1 000

22 000

3

Women vendors empowerment

 

 

 

 

 

 

Social center building

 

2000

 

 

2 000

 

Training center building

 

 

2000

 

2 000

 

Improve working condition

1000

 

 

 

1 000

 

Capacity building

1000

1000

1000

1000

4 000

 

Livelihood increase SC scheme

2000

2000

1000

1000

6 000

 

Improve transport condition

1000

 

 

 

1 000

 

 

5 000

5 000

4 000

2 000

16 000

4

Assistance to fishermen association and

 

 

 

 

 

 

Fisheries council facilitation

500

500

500

500

2 000

 

Fisheries council equipment

500

 

 

 

500

 

Association equipment

 

500

 

 

500

 

Fishermen capacity building

500

500

 

 

1 000

 

Fishermen association facilitation

500

500

500

500

2 000

 

Total

2 000

2 000

1 000

1 000

6 000

 

 

 

 

 

 

 

5

Monitoring and evaluation

 

 

 

 

 

 

Auto evaluation

500

500

500

500

2 000

 

Mid term review monitoring

 

1000

 

 

1 000

 

End project monitoring

 

 

 

1000

1 000

 

Total

500

1 500

500

1 500

4 000

6

Studies PRA

 

 

 

 

 

 

Base line survey

1000

 

 

 

1 000

 

PRA

1000

 

 

 

1 000

 

Study about fish incomes

2 000

 

 

 

2 000

 

Incentives for state workers

500

500

500

500

2 000

 

Total

 

 

 

 

6 000

7

Consulting

 

 

 

 

 

 

Total

2 000

2 000

2 000

2 000

8 000

 

 

 

 

 

 

 

 

Grand total

 

 

 

 

82 000

 


BIBLIOGRAPHY

 

-A research study on the fisheries sector environmental accounts for the Maputo coastal districts.IUCN and Ministry of Fisheries of the republic of Mozambique.May 2007

 

-Avaliação do estado do manancial e pesca de magumba na Baia de Moçambique

INIP Fev 2006

 

-Relatorio sobre a capacitação do uso correcto de gelo aos pescadores e comerciantes de Costa do Sol (Bairro dos pescadores)IDPPR delegação de Maputo e Gaza Dec 2006

 

-Plano estrategico do subsector da pesca artesanal (PESPA) april 2007